Capítulo 41

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POV Alfonso Herrera Rodriguez

Já se passou uma semana depois da minha discussão com Anahí. Ela sumiu, parece que foi engolida pela terra. Eu exagerei quando a acusei, estava com muita raiva e acabei descontando nela. Maite não fala comigo, mal olha na minha cara. E quando me encontra me agride com palavras, me culpa pelo sumiço de Anahí. Eu realmente sou o culpado, disse que não queria vê-la nunca mais, que tinha nojo dela. O que era uma mentira. Eu a amo e vou surtar se não souber algo sobre ela. Durmo todos os dias na cama dela, onde ainda há um pouco do seu perfume.

Cheguei a empresa, passei por Jade sem cumprimenta-la. Desde que Anahí sumiu eu falava pouco, somente o necessário, ia apenas trabalhar por obrigação.

- Alfonso você terminou o projeto do senhor Vasquez?– Alex entrou em minha sala falando.

Nem lembrei desse projeto, não consigo me concentrar em nada, nem sei o que estou fazendo aqui já que meu pensamento está bem longe. Eu ergui o olhar para encara-lo. Tombei a cabeça pra trás e senti meus olhos marearem.

- Eu vou enlouquecer Alex... – escorei a cabeça em minhas mãos, apoiando os cotovelos sobre a mesa – eu preciso dela... Eu sou um idiota! – bati na mesa.

- Deveria ter pensado isso antes de culpa-la por tudo não acha? – Maite falou ironicamente, parada a porta de minha sala.

Eu fechei os olhos e abaixei a cabeça. Deixei mais uma vez as lágrimas caírem.

- Ela está bem, em algum lugar bem longe daqui. Disse que precisa ficar sozinha e volta quando achar conveniente – Ouvi Maite falar.

- Onde? – sussurrei e ergui o olhar.

Maite estava parada a minha frente do lado de Alex.

- Não sei, ela não me disse. Não atende ligações, não responde mensagens. Recebi uma agora a pouco onde ela dizia que estava longe... – ela explicou.

- Obrigado... – deitei a cabeça na minha mesa, e minhas mãos na cabeça, um pouco acima da nuca.

Quando voltei a erguer o olhar vi que estava sozinho. Da mesma forma que ela eu precisava ficar sozinho. Peguei as chaves do carro e sai. Ficaria em seu apartamento a aguardando. Enquanto ela não voltasse, dali eu não sairia.

POV Anahi Giovanna Puente Portilla

Meus pais foram embora pela manhã. Estava sozinha no apartamento de Chris, já que ele estava trabalhando. Deitada no sofá eu procurava algo na televisão. Desisti, peguei minha bolsa e sai pelas ruas de Nova York. Faria algumas compras pra tentar me distrair.

A dor causada por Alfonso ainda me machucava. O homem que eu mais amei e amo me magoou demais, nunca imaginei ouvir tais palavras dele. Alfonso estava transtornado naquele dia.

Cheguei a frente a uma vitrine e meus olhos brilharam com o vestido rosa que estava no manequim. Entrei e logo uma vendedora super simpática me atendeu. Além do vestido acabei comprando outras coisas. Andei por mais lojas, passei pela ala masculina de uma delas e vi as camisas que Alfonso tanto gosta. Tentei resistir, mas acabei comprando três: uma azul, uma branca e uma verde. Não precisaria entregar pra ele, poderia ser um presente para Alex. Presentes, foi ai que eu lembrei. Precisava levar alguma coisa para cada um deles: Maite, Miguel, Alex, Sophia, Luiza, Juan, Alicia e o bebê, Marcelo, Joana, papai, mamãe. E não posso esquecer de Jade e Maria! Presentes comprados voltei ao apartamento de Chris carregada de sacolas.

- Estourou o cartão? – ele apontou para as sacolas rindo.

- Tem mais lá na portaria – eu dei um sorriso – comprei presente pra todo mundo.

- Oba! Cadê o meu? – ele bateu palmas e eu o encarei – não tem pra mim? – eu neguei – maldade, magoou – fez um bico enorme e eu gargalhei.

- Chris acho que já está na hora de voltar... – sentei no sofá – já estou aqui há duas semanas... Preciso resolver minha vida...

- Por mim você pode ficar quanto tempo quiser – ele beijou minha testa e eu sorri.

- Estou com saudades da Mai, Miguel, Alex, Alicia... – falei mexendo em uma mexa de cabelo.

- Poncho... – ele me interrompeu e eu o encarei, logo após baixei o olhar – eu sei que sente a falta dele Any...

- Eu queria o odiar Chris... Mas eu o amo, ninguém imagina como eu o amo... Mas... – senti um nó na garganta.

- Mas está muito magoada e não pode perdoa-lo... – eu o fitei e assenti.

- Não sei como vai ser como eu chegar... Estou com medo, com saudades... Sei que se o ver em minha frente eu não... – enxuguei uma lágrima que caiu em meu rosto.

- Não vai resistir – mais uma vez completou minha frase e eu dei um sorriso de canto – deixa rolar Any. Não tenha medo. Ele pode ter se comportado como um ogro idiota contigo, mas aquele homem te ama muito e você sabe disso – ele segurou minhas mãos e as beijou.

Eu suspirei e o abracei. Chris estava mais do que certo. Hoje mesmo eu voltaria pra casa, já estava com as passagens em mãos. Seja o que Deus quiser. Preciso acertar as coisas, esclarecer tudo. Não sei o que vai acontecer, se voltarei a ficar com Alfonso, ou se vamos nos matar com acusações e agressões verbais. Mas eu preciso dar continuidade a minha vida e se necessário colocar um ponto final nesse relacionamento. E essa ultima opção não era algo que eu desejava. O que eu mais preciso é dos seus carinhos, dos seus beijos. 

You're My Number OneOnde histórias criam vida. Descubra agora