Depois daquilo, Isabele dormiu tranquila. Eu sabia que agora ela estava nas mãos de Jesus. Ele cuidaria dela.
Quarta-Feira, acabou o feriado. 8:30 da manhã.
Isabele ainda estava na minha casa e não tinha acordado ainda. Meu pai já tinha saído pra ir pra confeitaria e tinha deixado pra mim a missão de arrumar a casa (emoji de revirando os olhos, até porque eu detesto fazer isso) e cuidar da Isa, o que está sendo minha prioridade no momento. Eu estava limpando alguns quadrinhos nossos de familia quando eu ouço umas vozes no meu portão. Quando eu vou abrir, me deparo com duas doidas no meu portão meio confusas se minha casa era mesmo aqui.
- Rafaela, eu duvido que seja aqui - uma menina meio ruiva com o cabelo todo desgranhado falando pra uma loira oxigenada.
- É claro que é aqui Júlia! Eu vejo a Tamar seguido entrando aqui! - A loira rebate pra ruiva apontando pra minha casa. Eu sabia quem era: era a Rafaela, que era a loira e a Júlia, que era a mais ruiva, ambas que não se desgrudavam. Ela ainda estavam discutindo quando a Júlia apontou pra mim que estava parada na janela observando as duas discutirem no portão da minha casa.
- Bota a cara no sol aí - Rafaela parou de discutir quando me viu e colocou as mãos na cintura parecendo uma criança mimada quando a mãe diz que não vai fazer o que a criança quer.
Sai, na mais perfeita calma, com toda a paciência e domínio próprio, mas com toda a vontade de quebrar a cara dela em 2. Abri o portão e me apoiei na grade que estava aberta.
- Que que tu quer comigo? - eu fui direta, não gosto dessas meninas no meu portão, ainda mais 8:30 da manhã.
- A gente veio buscar a Isabele. - Júlia me olhou da cabeça aos pés com desdém.
- Ela tá dormindo. - Respondi olhando dentro dos olhos dela. Quase entrando na alma dela.
- Não perguntei isso, só falei que a gente veio buscar ela. - Rafaela tomou a palavra e foi direta. Achei quem foi o responsável por levar ela pro baile. - A gente tem que levar ela pra casa.
- Agora quer levar ela pra casa né? Depois de ter deixado ela quase ir sozinha as 3:30 da mdrugada indo pra casa. Agora quer levar ela pra casa? Cadê sua responsabilidade garota? Você não pensa, não? E se estuprassem ela? Matassem ela? Um assalto é o menor dos problemas! Porque já vi que pra levar, tem vocês, mas pra ajudar, ela não tinha ninguém. Sorte de vocês que a gente viu ela antes, porque se alguma coisa acontecesse, ia sair do coro de vocês! Agora deixa eu ir arrumar minha casa, quando ela acordar, eu levo ela pra casa, coisa que vocês não conseguiram nem fazer! Passar bem! - Bati o portão, virei as costas e entrei em casa, ainda sem processar tudo o que eu tinha dito.
Ok Anna, você deu uma de mãe agora. Chega por hoje.
Quando eu entrei novamente eu vi a sombra de Isabele como se ela estivesse vendo a minha "conversa" com Júlia e Rafaela. Certamente ela se sentiria un pouco culpada por aquilo, mas eu iria a tranquilizar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aliança
SpiritualAnna Verônica não esperava perder a mãe tão cedo e de uma forma tão repentina. Após a perda, a jovem tem que aprender a lidar com as emoções pós-perda e a controlar o seu "eu" emotivo. A jovem aprende a amadurecer e junto disso, a crescer com Deus