Venha até o Altar

46 8 0
                                    

Depois daquilo, Isabele acordou. E como eu já esperava de ressaca. Pela expressão dela a hora que ela acordou era dor de cabeça.

- Você tá bem? O que que tá sentindo?

- To com um pouco de dor e to meio enjoada - Ela respondeu de uma forma meio cautelosa, como se estivesse medindo o que ela ia me dizer. - Olha, você não precisa ficar...

- Sim Isa... bele, preciso - Cortei ela demonstrando o quanto eu me preocupo com ela. A gente pode até ter brigado, sim, mas eu estava disposta a mostrar pra ela que eu posso ser diferente do que eu aparento ser. - Sei que a primeira  impressão é a que fica, mas eu quero mudar isso. E quero te ajudar, se você quiser ajuda. Quero te ajudar a mudar, quero te mostrar que você pode sim, mudar. Ainda há tempo pra ti.

- Olha, Anna, eu não sei do que...

- Sim você sabe, você sabe sim. - Eu sai da onde da cama e me sentei ao lado dela no colchão. - Isabele, você precisa de Jesus. E você sabe disso.

Ela me olhou e seus olhos se encheram de água. Ela ia chorar, achei o furo, ou melhor, o vazio.

***

O dia passou como num piscar de olhos. Meu pai não voltava durante o dia. A gente se via pela manhã e depois só no final da tarde na igreja. Um pouco antes de ir pra igreja, Isabele e eu passamos na casa da Rafaela pra buscar a mochila dela. Elas discutiram, mas Isabele não quis ouvir nada do que elas disseram. Acho que finalmente o Espírito Santo havia convencido ela. Porque eu poderia passar um ano falando sobre o arrependimento pra ela, mas só Ele poderia convencê-la sobre isso.

Quarta-feira, dezenove horas e quinze minutos (19:15)

Isabele estava ainda usando uma roupa minha. Eu havia ligado pro pai dela e contado uma parte do assunto sem que ela soubesse. Ele precisava saber e ela não precisava de mais tumulto pra cabeça.

Eu estava radiante naquela noite, mas estava me sentindo mal por ela. Ela precisava de ajuda, e eu queria ajudá-la.

Quando chegamos na igreja, Pedro estava na porta como se estivesse esperando por ela. Quando ele a viu, ele a abraçou forte, mas quando viu que eu estava junto dela, sua cara azedou.

- Tudo bem contigo, Anna? - Ele me olhou da cabeça aos pés como se eu estivesse fedendo. Ele ainda guardava mágoa do que eu tinha dito pra e ele.

- Tudo sim, Pedro. - Respondi calmamente demonstrando que eu era diferente dele.  - Isabele, você já quer entrar? - Desviei meu olhar de Pedro e olhei pra Isabele.

- Vamos sim, tchau Pedro.

Pera, Isabele chamando Pedro pelo nome?

Entramos na Igreja e sentamos na frente. Ela ainda estava meio cabisbaixa como se estivesse com vergonha de si mesma. Eu tirei minha Bíblia da bolsa, fiz uma oração mental, e a abri. João 7.24.

24. Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça.

Quando o Espírito Santo fala, Ele fala direto. Esses meses todos eu simplesmente detestei a Isabele, mesmo sem saber quem ela era. Eu simplesmente a julguei sem saber. Eu odeio a minha carne por isso.

A reunião começou, e Pedro se sentou la do outro lado da Igreja. Ele tinha prazer em sentar na frente, mesmo quando Isabele não queria. Isabele fez tudo como manda o figurino, ficou de pé na hora da oração, fechou os olhos. Ela parecia ser sincera a respeito disso. O pastor pediu para abrirmos a Bíblia em Lucas capítulo 7.36 - A mulher pecadora que lavou os pés de Jesus.

36 -  Convidou-o um dos fariseus para que fosse jantar com ele. Jesus, entrando na casa do fariseu, tomou lugar à mesa.

37 -  E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento;

38 -  e, estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o ungüento.

39 -  Ao ver isto, o fariseu que o convidara disse consigo mesmo: Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora.

40 -  Dirigiu-se Jesus ao fariseu e lhe disse: Simão, uma coisa tenho a dizer-te. Ele respondeu: Dize-a, Mestre.

41 -  Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro, cinqüenta.

42 -  Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais?

43 -  Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a quem mais perdoou. Replicou-lhe: Julgaste bem.

44 -  E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os secou com os cabelos.

45 -  Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés.

46 -  Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta, com bálsamo, ungiu os meus pés.

47 -  Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.

48 -  Então, disse à mulher: Perdoados são os teus pecados

49 -  Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este que até perdoa pecados?

50 -  Mas Jesus disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz.

- Vocês sabem porque a mulher pecadora foi perdoada? Porque ela se entregou aos pés de Jesus. Tudo o que ela tinha de valor era o Perfume, ou ungüento, como está escrito. Aquilo era mais ou menos um ano de trabalho inteiro dela. Ela trabalhou, ou trabalharia, 12 meses pra comprar o perfume. Mas ela queria algo maior do que aquele perfume. Ela queria o perdão de Jesus, o perdão de todos os seus pecados. Alguma semmelhança com o seu caso? Talvez você até diga "ah, eu já fiz tanta coisa errada nesse tempo todo" mas se hoje você quiser mudar, essa é a sua oportunidade. Venha até o Altar.

E ela foi. Isabele foi até o Altar. Decidida.

Aliança Onde histórias criam vida. Descubra agora