- SURPRESA! - Assim que Isabele tirou a venda dos meus olhos eu pude perceber que estavam todos ali. Pastor José, que estava em uma cidade proxima fez questão de vir para o meu aniversário, os Obreiros daqui, as meninas do FJU e do FTU e alguns parentes meus mais próximos.
Mesmo em agosto a casa parecia mais quente. Paraná não é fácil no inverno! Todos estavam presentes conversando e me felicitando. Até mesmo Isabele, que a poucos meses me odiava com todas as forças estava lá.
Por falar em Isabele, ela realmente tinha mudado completamente, nem parecia a mesma pessoa. Nesses 7 meses eu vi ela quase sair no soco com a Rafaela, vi ela terminar com Pedro e o mais impossível de tudo: ela se tornar minha amiga. Isabele sofreu a rejeição de quem se dizia ser amigo dela, vi ela magoar e partir o coração do Pedro - que diga de passagem que infelizmente foi pra Catedral pelo fato de não querer ver nem eu nem Isabele pintadas de Ouro.
Ela queria ardentemente o Espírito Santo. Ela me chamava todos os dias pra me perguntar se estava fazendo certo, se estava no caminho certo, me compartilhava o que meditava na Bíblia. É, quem diria que aquela menina que me odiava ia mudar tanto.
O processo de libertação dela não foi facil. Me lembro do dia que um demônio manifestou e quebrou o braço da Obreira. Dava medo, mas era necessário.
- Ta com a cabeça aonde menina? - Vi Herick me dar um peteleco na cabeça.
- Aie não me dá peteleco não, rapaz! - Fiz cara de braba mas logo dei um sorriso pra ele - Estava observando Isabele. Ela realmente mudou muito.
- Verdade - ele disse se sentando do meu lado - Quando tu me contou o que aconteceu naquela noite eu me apavorei. Ela era tão certinha, de repente me caiu os butiá do bolso quando tu me falou! - Ele disse essa gíria de Gaúcho e eu cai na risada.
- Era um assunto sério, até você usar essa gíria de gaúcho - Disse em meio as risadas que eu dava dele quando Isabele se aproximou
- Conta a piada pra eu rir também - Ela chegou se sentando do nossa lado.
- Falando na bênção, a bênção apareceu!
- Espero que vocês estavam falando bem de mim! - Isabele mostrou um a língua e fez uma careta engraçada. - Anna, sabe me dizer se Tamar está bem lá em São Paulo?
Ah Tamarzinha! Que saudade eu sinto dela. Em meados de maio por aí ela foi embora pra São Paulo morar com uma tia sua que estava doente. Me lembro da sua despedida.
Maio
- Eu vou voltar, vocês vão ver! E quando eu voltar quero vocês imtactos! - Tamar falava aquilo com o rosto afogado em lágrimas - Eu vou sentir saudades de vocês! - Eu não parava de chorar enquanto ela abraçava cada um de nós - Vocês duas - disse ela apontando quase dentro dos nossos olhos. No caso eu e Isabele - Vocês fiquem firmes, se Jesus voltar, quero as suas no Céu junto comigo suas doidas!
Agosto
- Você ia gostar dela, Herick! Ela é bem legal! - Disse Isabele, bem entusiasmada contando sobre suas primeiras evangelizações ao lado de Tamar.
...
Esperei todo mundo ir embora pra começarmos a arrumar a pouca bagunça que havia ficado. Entrei no meu quarto e tinham caixas e mais caixas de presentes. Mas uma delas estava em cima do meu travesseiro. Era um caixa lacrada em amarelo.
"Sedex, mandou chegou!"
- Que lindo embrulho de presente! - pensei alto e comecei a rir sozinha no meu quarto. Era uma caixa até pequena, mas era especial.
Me dei o trabalho de abrir só aquela caixa, o restante eu ia abrindo conforme os dias. Como eu já adivinhava, Tamar!
Tinha um lindo bilhete dela, e junto um colar prateado aberto com duas metades escrito "Best Friends" Era três, faltava uma. Estava com ela. Decidi ler o bilhete dela.
"Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, mal algum temerei!" Não foi isso o que o Rei Davi dizia? Então, ainda que a gente passe pelo vale da sombra da morte, nossa amizade não vai temer mal algum!
Que a distância não nos abale!
Com amor e muita fé, Tamar Oliveira (ps: eu to de olho, madame!)"Eu já disse que amo demais essa menina doida?
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Aliança
Tâm linhAnna Verônica não esperava perder a mãe tão cedo e de uma forma tão repentina. Após a perda, a jovem tem que aprender a lidar com as emoções pós-perda e a controlar o seu "eu" emotivo. A jovem aprende a amadurecer e junto disso, a crescer com Deus