Isabele estava na minha casa. Ok, Isabele, eu, minha casa. Isso realmente soou estranho. Por mais que eu quisesse estragar aquele momento a fazendo sofrer, ela precisava de mim. Precisava de alguém por ela.
Ela estava suja, suada, o cabelo dela parecia que tinha passado o furacão 2000 mas eu não podia julgar, ela queria ajuda e eu estava disposta a dar.
Ela entrou no chuveiro a pouco mais de uns 5 minutos. Eu ia emprestar uma roupa minha pra ela. Ia ficar um pouco justo porque ela tem mais corpo que eu. Resumindo: eu sou uma tábua de passar roupa. Voltando ao assunto, não me sai da cabeça ela de mini saia. Não parecia a mesma pessoa. Eu só sei que eu vou ajudar ela. Claro, se ela assim desejar.
Assim que ela saiu do banho eu a olhei. Ela estava melhor, estava de banho tomado e estava com um dos meus pijamas. Ela deitou no meu colchão que eu tinha colocado no chão ainda sem dar uma palavra. Era minha hora de puxar assunto.
- Então Isa, tá tudo bem agora? - Eu disse sem olhar pra ela. Eu notei que ela estava com cara de criança que se perde no mercado.
- Porque que tu quer saber? - Ela me olhou com aquelas jabuticabas esbugalhadas que ela chama de olhos. Ela queria ajuda e estava se fazendo ou ela realmente ainda me odiava?
- Por que eu quero te ajudar menina! - Eu mandei a real pra ela. Eu não podia ver ela perdendo a Salvação diante dos meus olhos.
Ela teve uma reação totalmente inesperada pra mim. Ela começou a chorar. Ela não chorava normal.
Era um rio de lágrimas.
Aquilo seria uma cena que talvez eu não voltaria a ver. Isabele chorava copiosamente como uma criança perdida dos pais. Outra vez minha reação foi descer da minha cama e a abraçá-la novamente.
- Anna, eu quero ter uma aliança com Jesus. Eu quero me entregar pra Ele com tudo o que eu tenho. Eu preciso dEle. - Ela estava ali, se derramando pra mim. E era isso que Ele esperava dela.
- Olha, você promete fazer tudo o que eu te disser, mas acima de tudo o que Deus te orientar? - Eu sequei um pouco de lágrimas que haviam brotado no meu rosto também e olhei nos olhos dela.
- Sim, eu prometo.
- Você tá vendo aquela cadeira ali? - Eu apontei para a cadeira que havia em minha mesa de canto. Ela concordou com a cabeça também secando um pouco de suas lágrimas. - Você vai ali, e vai se render a Jesus, Isa. Não porque eu estou falando, mas na sua total sinceridade. Eu vou sair do quarto pra você ficar a vontade, pode ser? - Isabele concordou novamente com a cabeça e eu me levantei em direção a porta do quarto. - Não temha pressa, te dou todo o tempo que você precisar. Quando terminar me chama lá em baixo.
Isabele demorou um pouco, eu confesso. Eu estava com tanto sono que acabei dormindo ali mesmo no sofá.
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Aliança
EspiritualAnna Verônica não esperava perder a mãe tão cedo e de uma forma tão repentina. Após a perda, a jovem tem que aprender a lidar com as emoções pós-perda e a controlar o seu "eu" emotivo. A jovem aprende a amadurecer e junto disso, a crescer com Deus