Depois da "conversa" eu não consegui engolir o choro. Eu reconheço que eu tenho que parar de só chorar. Eu preciso agir a minha Fé.
Eu subi pro meu quarto e me tranquei lá, eu já não tinha mais saída. Ou era Deus ou era Deus.
- Senhor, eu não aguento mais essa dor no meu peito. Essa angústia, essa dor. É como se eu não soubesse mais o que fazer. Ah Senhor, desde que minha mãe se foi eu já não sei o que fazer! Eu reconheço que preciso de Ti, preciso do Senhor. Eu me rendo a Ti, Jesus. Me ajuda! - A essas alturas eu já não tinha mais nenhuma palavra. Eu só chorava, chorava e chorava.
Eu levantei daquele chão com uma força, eu sabia o que eu tinha que fazer.
Isabele.
Mais uma vez.
Eu não podia ficar com essa "culpa" dentro de mim, afinal eu só fiz o que fiz por ciúme dela com o Pedro.
É gente. Eu gosto de mais do Pedro. Mas não como namorado, ou essas coisas, mas como meu amigo.
Eu peguei meu telefone e liguei pra Tamar, ela ia saber me ajudar.
- Tamar! Que bom que tu me atendeu!
- Anna, eu espero que seja rápido.
- Eu preciso da sua ajuda, eu preciso falar com a Isabele e...
- Anna eu não posso.
- Por que?
- Isso é uma coisa que tu tem que fazer. Deus abençoe - Ela desligou e me deixou olhando pra tela do meu telefone parada na rua.
Bacana.
Agora é eu e Deus. Seja feita a vontade dEle né.
Menos mal que eu sabia aonde era a casa dela. Então eu já tinha meio caminho andado. Era só pegar a coragem e ir.
Eu cheguei na casa da Isabele já com o dedo na campainha. Uma, duas, várias vezes. Nada.
Como era um condomínio, eu esperei que alguém descesse pra abrir o portão pra mim. Logo desceu uma senhora e um cachorro.
- Oi dona, será que a senhora podia abrir a grade pra eu entrar, por favor é claro?
A senhora me olhou de cima a baixo, virou as costas e "picou a mula"
Ok, não vai ser fácil assim.
E isso se repetiu uma, duas, cinco vezes. Nada. Eu pelo menos sabia que o apartamento dela é o 516. Eu não podia desistir. Eu tinha que ir até o fim.
Eu já estava cansada de ficar ali. Já fazia quase uma hora e meia que eu estava no mesmo lugar.
Quando eu olhei pro final da rua vinha vindo ela. Graças a Deus! pensei né. Ela estava sozinha, melhor ainda. Conforme a vinha vindo na minha direção a expressão dela ia mudando, e isso estava me preocupando.
- O que é que você tá fazendo aqui? - a cara dela não mentia, se eu saísse viva daqui é um avanço.
- Eu preciso falar contigo, Isabele.
- Ué, fala, sou toda ouvidos. - Ela cruzou os braços e ficou olhando pra minha cara. - Só seja rápida. Por incrível que pareça, eu tenho mais o que fazer.
Ok. Seja rápida...
- Isabeleeuvimtepedirperdão - Eu falei parecendo uma metralhadora. Eu só queria ir embora dali, mas era um sacrifício, e eu tinha que fazer
- Eu não entendi nada do que você falou. - Ela levantou uma das sombrancelhas e ficou me olhando com uma cara de surpresa.
- Me perdoa, é isso.
- Tá, te perdoo, só isso?
Agora foi a minha vez de fazer cara de surpresa.
Ok, isso foi um Sacrifácil.
Eu achava que ela fosse dar um argumento, sei lá. Jura, ela só falou isso? Jesus glorifica minh'alma!
- Espera, só isso? - Eu continuei olhando pra cara dela com os olhos arregalados. Era só isso?!
- Sim! Queria que eu fizesse o quê? Te desse um discurso do tipo Pedro Bial? Menina eu tenho mais o que fazer! Dá licença - Ela falou desviando de mim e já abrindo o portão do condomínio - Agora saí daí menina! Deus te abençoe.
Gente, foi muito mais fácil do que eu imaginava!
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Aliança
SpiritualAnna Verônica não esperava perder a mãe tão cedo e de uma forma tão repentina. Após a perda, a jovem tem que aprender a lidar com as emoções pós-perda e a controlar o seu "eu" emotivo. A jovem aprende a amadurecer e junto disso, a crescer com Deus