Isabele Chaves
- Rafaela, já falei que não vou na festa do Diego!
- Isabele, é a festa do ano! Ele disse que faz questão da sua presença lá! - Ela saiu do meu lado e parou na minha frente com uma das sombrancelhas levantadas como se queria que eu desse uma explicação válida do porquê eu não queria ir na tal da festa.
- Eu não tenho dinheiro e...
- Eu pago! Pago Open Bar, pago sua roupa, passagem, o seu que for de gasto pra você estar lá, eu pago!
Confesso que eu fiquei surpresa. Rafaela realmente queria que eu fosse na festa do Diego. Confesso também que eu tenho vontade de ir, não sou nenhuma santa. Só tem um problema, meu pai é Obreiro e ele jamais ia me deixar ir em uma festa desse tipo.
- Rafa, meu pai jamais ia me deixar ir nessa festa.
- Você não vai na festa - Eu olhei pra ela confusa e ela sorriu de canto - você vai fazer um trabalho na casa da sua querida colega.
Algo estava me dizendo que alguma coisa ia dar errado.
***
Rafaela estava afoita com a festa. Ela passou praticamente a tarde toda falando dessa maldita festa. Ela passou na minha casa as 20:00. Eu coloquei tudo o que ela pediu. Ela me pediu uma roupa pra ir na festa, já que seria uma espécie de Baile de Favela.
Ela bateu na porta da minha casa mais que doida. Quando ouvi que a porta do quarto do meu pai estava se abrindo, eu voei antes dele.
***
- Isabele Ávila, pelo amor de Jesus, você não vai ir com essa roupa de jeito maneira! - Rafaela me fuzilou com os olhos como se ela quisesse colocar fogo em mim - Menina, só te falta a Burca!
Em resumo: eu havia colocado uma calça e um cropped. Onde está o absurdo nisso?
Rafaela abriu o Guarda-roupa dela e tirou uma mini-mini-mini saia.
- Eu não vou com esse retalho de roupa não! - retruquei com ela. Era um absurdo ela querer que eu use isso!
- Mas quando eu perguntei de você vai usar? Tu vai vestir isso e deu! Coloca agora, Isabele! - Rafaela disse toda autoritária pra mim. Ok, troquei de roupa e vesti a saia, ops, mini-mini-saia.
Saimos da casa dela bem na botinha pra que ninguém nos visse. O motorista por aplicativo já estava parado em frente a casa dela. Apenas fomos pra festa sem dar uma palavra pro moço.
Entramos na festa e eu sem querer (ou por querer) me perdi de Rafaela. Eu fui em direção a copa pra me sentar em um lugar mais calmo quando avistei de longe aquele menino lindo que eu poderia reconhecer de longe.
Aah, Eduardo! Chove na minha horta, menino!
Ok, eu explico. Eu sempre gostei dele, sempre achei ele a oitava Maravilha do mundo, mas ele nunca me quis. Ele sempre foi de pegar todas. O verdadeiro rodo!
Ele veio chegando perto de mim e me estendeu um copo. Só pelo cheiro eu já sabia o que que era. Kit. Fiz que não com a cabeça em sinal que eu não estava pronta pra beber ainda, mas ele revirou os olhos e insistiu. Eu acabei cedendo a pressão dele e bebi. De início foi só um gole, afinal, eu não bebia. Ele me pegou pela mão e me levantou do lugar aonde eu estava e me puxou pra perto dele. Eu senti o calor que estava lá dentro só dele ter me olhado, imagina me encostar!
Ele me beijou e fez umas juras de amor, se é que eu posso chamar isso de juras de amor. Ele foi me puxando pra um lado mais isolado de onde estavam as pessoas. Algo me dizia que eu não deveria estar indo junto, mas eu já me sentia molenga, já estava meio tonta, mas ainda sim eu o acompanhava. De longe eu vi Rafaela já bem doidona se jogando em cima de uns rapazes. Isso não vai terminar bem. Eduardo me puxava pra um lado cada vez mais escuro, eu ficava com medo cada passo que eu dava. Ele me parou contra a parede e veio me beijando. Eu estava com medo e começei a me debater quando Diego apareceu.
- Solta ela, Eduardo! - Diego acertou um soco em Eduardo. Meu Príncipe não era príncipe, era o Sherek.
Antes que eu pudesse processar o que eu estava fazendo eu corri pra fora da festa sem que ninguém me visse. Aquele lugar já estava fedendo a maconha e Narguilé. Eu só queria ir embora dali.
Eu sai andando avenida a fora. Pelo caminho que eu vi o motorista fazer era só eu vim reto que eu sabia aonde eu ia chegar.
Eu vi um carro vindo na minha direção, mas eu estava com tanto medo que eu não consegui processar o que eu estava fazendo. Eu só corri quando eu vi o carro desacelerar na minha direção. Era só o que estava me faltando.
E eu corri. Mas corri como nunca antes. Desceu do carro uma magrela, mais ou menos da minha altura, ela até me parecia familiar, mas eu não tinha tempo pra coincidências. Eu só queria minha casa quentinha, minha cama. Eu não deveria sair de casa.
Eu estava tão nervosa que eu começei a chorar. Eu estava correrndo e chorando quando o que não tinha que acontecer, aconteceu.
Eu tropecei e alguém pulou em cima de mim. Caímos as duas no chão e ela parou em cima de mim.
Era Anna Verônica. A menina que eu tanto odiava!
- Isabele? - ela me olhou ofegante.
Eu a olhei. Ela me olhou e viu que eu estava chorando. Ela me levantou e me abraçou. Um abraço verdadeiro.
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Aliança
SpiritualAnna Verônica não esperava perder a mãe tão cedo e de uma forma tão repentina. Após a perda, a jovem tem que aprender a lidar com as emoções pós-perda e a controlar o seu "eu" emotivo. A jovem aprende a amadurecer e junto disso, a crescer com Deus