Capítulo 11 - Arnold Grow: O Inferno de Dante

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Depois de Dr. Lau deixar Zoira em segurança em sua casa, Lau caminha cabisbaixo pelas ruas de Cedroville, pensativo, algo chama atenção, em uma rua estreita de fundo de prédios, uma criatura estranha entra e logo desaparece, Lau vai de encontro, entra na tal rua e nada, apenas galões de lixo e paredes vazias, tijolos e mais tijolos. A rua termina a poucos metros de onde começa e a coisa não poderia Ter saído dali, Lau observa o lugar, as paredes parecem duras e firmes sem a menor chance de alguém ultrapassá-las.
Descuidadamente Lau toca em um tijolo em meio a tantos outros, de repente a parede se afasta abrindo uma passagem estreita, com um passo a frente Lau ultrapassa o limite do portal, rapidamente a parede se fecha deixando Lau do outro lado e o que Dr. ver é inacreditável e espantoso até para ele.
— Mas que lugar é esse?
De uma rua estreita e suja, Lau se vê num mundo totalmente diferente e desconhecido. Duendes verdes e narigudos passando pela rua movimentada, lojas e casas coloridas e quase infantis, as criaturas passam e despercebidamente sem dar atenção ao Dr. que permanece ainda em choque pelo o que acabara de encontrar.
Mais adiante um letreiro meio que luminoso quase chama atenção de Lau.
"AQUI AS MELHORES PORÇÒES PARA A SUA MAGIA", curioso Lau caminha até a loja do outro lado da rua, a porta de vidro com um pequeno aviso: "CUIDADO COM OS DENTES", Lau observa e não vê dentes algum, com a mão direita tenta empurra-la, a porta abre uma boca enorme bem no meio do vidro, Lau assustado recua pra calçada, uma voz de dentro acalma a situação.
— Não tenha medo pode entrar!
Uma voz carinhosa e feminina ecoa de dentro da loja, a porta normaliza-se e Lau consegue entrar, no outro lado pôr trás de uma espécie de balcão uma linda garota loira de olhos esverdeados da boas vindas ao Dr.
Lau se aproxima e quase não pode acreditar como poderia encontrar tamanha beleza naquele ligar.
— Oi, sou Zarot em que posso ajudar?
—Meu nome é Lau, que mundo é esse? Como cheguei aqui?
— A moça sorridente — Calma responderei suas perguntas, mas devagar, você ultrapassou o portão mágico que da passagem para o nosso mundo, somente quem possui magia pode abrir o portal e entrar em Arnold Grow Cit., a cidade dos duendes e magos.
— Mas você Zarot é tão diferente dos outros, você não é daqui, você veio de onde eu vim?
Logo os dois são interrompidos pôr uma velha de chapéu torto vestida feito bruxa, desce uma escada pequena e fina vindo do sótão.
— Ah! quem é esse forasteiro Zarot? O que quer essa criatura feia e horrorosa?
Zarot ri e responde a senhora educadamente.
— Esse é Lau vovó, ele veio através da porta da parede.
A velha meio espantada
— Então você atravessou os tijolos, você é um dos nossos?
Lau sem entender o que a velha fala apenas ouve e observa, em meio tantas duvidas e novidades o melhor é observar, um mundo mágico hostil?... talvez...
Zarot sempre alegre e delicada
— Lau esta é a vovó Charlot. — aponta Zarot
—O que quer dizer que sou um de vocês Zarot? — pergunta Lau
Charlot chegando perto de Lau responde pegando uma bola transparente que reluz uma luz rubra quando a toca.
— Somente quem possui o poder e a magia tem a capacidade de abrir o portal, somente quem sai daqui pode entrar.
Charlot com uma voz fanhosa e rouca tenta explicar e ao mesmo tempo descobrir quem é o Dr. Lau, com a bola na mão ela consegue ver através da luz muito além do que se pode enxergar.
— Você é mais misterioso do que apresenta meu filho, diga-me que mistério você guarda?
Lau sente sua mão brilhar, atentamente olha e o brilho forte vai e vem até desaparecer totalmente.
— Você veio como as escrituras previam, o salvador, o libertador. A luz sairia das trevas e se uniria para se fortalecer, você essa é luz.
Lau sente que seus poderes não precisam da noite naquele lugar, sua magia e luz percorre todo seu corpo e Lard surge diante a velha e Zarot.
— Eu sabia... sabiamente Charlot como se esperasse aquela cena a muito tempo.
— Você chegou, a muito tempo esperamos pôr isso. A profecia a que tanto a velha se refere, aponta as evidencias para Lard o vigilante das sombras, mas, o que Lard não sabe é o que esse salvador salvará e de que que ou de quem, Zarot ergue os braços e o ambiente todo se ilumina, uma luz ofuscaste clareando todo o lugar, as coisas tremem e um grande espelho com uma moldura de contos da meia-noite envolto de um brilho furta-cor como néon.
— A muitos milênios esperamos pôr esse momento a passagem enfim está aberta, a porta mágica, a magia foi completada.
Zarot já não é mais tão bela como antes, seu rosto desfigurou-se e sua verdadeira face se mostrou, Lard no meio disso tudo espera no que vai dar toda aquela preparação.
Uma voz assustadora Zarot grita anunciando a partida.
— A porta está aberta nosso ciclo está completo, seja bem vindos ao inferno de Dante!!!! Ah! Ah!
O espelho solta uma luz giratória sugando as três criaturas para o seu interior.
Um sonho amedrontador, uma porta para outro mundo que com certeza trará novas surpresas, um vácuo negro, uma queda sem fim, um clarão rúbido, um calor de derreter pedras. Finalmente a estação final as bordas de um abismo as três criaturas se agarram as rochas negras, uma fornalha escaldante.
Com a chegada naquele inferno Zarot e sua avó se transformam nas bestas que realmente são.
— Graças a você criatura vulgar estamos de volta ao nosso lar e você será nosso convidado pra sempre no purgatório, a morada de Dante.
Charlot satisfeita com sua chegada na beira do abismo de joelhos da referencia a alguém numa oração suplica: Revelare! Revelare! Abre teu véu "Velum" "Velum".
Abismo de fogo, um poço de lava borbulhante seres sofredores meio enterrados, gemidos e sofrimentos, grades e grilhões, mutilados amontoados, cortinas sangrentas, bichos chifrudos, corredores escuros, brotam do chão almas negras se agarrando umas as outras num martírio sem fim, uma morada que ninguém desejaria os satânicos, todos os malvados da terra passam pôr aqui mas isso não é tudo é apenas o inicio, a porta do inferno ainda é mais adiante.
Lard ainda caído é arrastado pôr uma besta enorme meio homem, meio fera, Zarot dar a ordem e a fera obedece.
— Leve-o para o calabouço dos martirizados imediatamente.
Lard é arrastado pelo bicho em direção a uma cela negra corredores abaixo, pôr onde Lard passa ouve gemidos e ais de suplicas, enfim, Lard é jogado junto a outros sofredores, tipo de buraco na pedra gradeada, com dois guardiões em pé em frente pra garantir que não há como fugir dali.
— Lard! como pode parar aqui?
Uma voz vindo do fundo escuro em comprimento a voz se aproxima: é Nero o grande e perverso imperador romano.
— Já faz muito tempo que nos encontramos, Dante se tornou o anfitrião de todos os ímpios e agora domina esse lugar e todos viemos pra cá pagar pôr tudo que fizemos, um fórum eterno onde nunca deixamos de ser julgados.
— E quem está mais aqui com você?
Lard se aproxima mais um pouco e ver num canto úmido no chão alguém caído se levantando.
— Eu! Lard também estou aqui esperando o meu juízo final. — Adolph Hitler se dirigindo as grades. — aqui ainda não é o meu fim, meu merecimento não é tão pouco assim.
— Eu também estou aqui Lard! — exclama — Judas o mestre da traição.
Todos juntos pagando pôr seus atos e maldade ainda terão muito o que pagarem, os gemidos aumentam e sons de chicotes são ouvidos e os choros e soluços são constantes.
— Isto aqui é apenas a ante-sala do inferno, estamos a séculos e mais séculos virão até nosso julgamento final, o júri ainda não foi constituído para a nossa sentença, sinto o fogo queimar a minha pele todos os dias, o mesmo fogo que queimou cristãos que eu mandei acender. — explica Nero.
Sem os seus centuriões para protegê-lo, o tirano é apenas mais um sofredor desesperado nas crateras do jardim do inferno. Lard toca nas grades e suas mãos são tostadas como carne na chapa quente.
— Não toque em nada, tudo aqui queima e não é um fogo qualquer é a garganta do dragão. — Nero sendo generoso com o recém chegado.
Uma estreita ponte esculpida na rocha da acesso ao outro lado do abismo a única estrada para sair daquele lugar. Abaixo um caldeirão de lava escaldante, o cheiro de enxofre se espalha no ar.
Vem chegando alguém de quatro patas e chifre enormes se apresenta as grades derretem feito velas, o animal ordena e Lard ultrapassa a saída e novamente as grades estão lá. Lard meio que se arrastando é empurrado pela fera em direção a mais corredores escuros entre celas, braços se estendem por salvação, uivos de chicotes cortam o ar e os braços estendidos caem no chão pelo corte incisivo da correia de fogo.
— Pobres idiotas – murmura a besta.
O calor intenso, o ar pesado e o caminho parece que não tem fim.
— Zarot, onde está Zarot?
— Zarot está ao lado do mestre servindo-o com seus carinhos e desejos de mortais.
— Então ela não é daqui?
— Ela assume a forma humana sempre que precisa, ainda tem uma parte mortal, que se rebela contra o nosso mestre, mas, é sempre colocada em seu devido lugar e de castigo é enviada a Arnold Grow até o portal trazê-la de mil em mil anos.
— Então é isso...
Lard agora sabe que pode contar com alguém e de uma maneira leva-la para sempre deste lugar.
O caminho estreito na beira do abismo cheio de voltas feito um parafuso, um buraco negro, apenas olhos abertos revelam o caminho, um corrimão de fogo dar luz a escuridade, um passo em falso a fera se despenca do abismo, com uma das patas se prende a uma fenda na pedra, com o corpo suspenso feito pêndulo, o olha e ver que seu fim chegou e seu mestre nada pode fazer, já quase despencando Lard o segura e suspende até colocá-lo de volta em segurança nas escadas do precipício.
— Porque me salvou estranho? Porque não me deixou cair?
— Eu sou Lard o vigilante das sombras e vivo para salvar não importa quem seja.
Os dois continuam a hórrida descida, as rochas se mexem como se tivessem vida, criam formas e voltam ao normal, muito longe do fim, se é que tem fim, uma enorme porta se abre na pedra, Lard é empurrado pra dentro e a fera atrás, um altar e uma pessoa pairando sobre chamas, Lard se aproxima as chamas baixam e um ser magro de chapéu esquisito desce a longa escadaria que se move feito serpente, a fera se ajoelha e empurra Lard pra fazer o mesmo, porém Lard continua em pé.
— Mestre! divino Dante és aqui o visitante e hospede da tua vontade.
— Lard meu velho conhecido, enfim vieste conhecer, se juntar a nós, o purgatório não é tão feio assim existe coisa pior.
— Não Dante este não é o melhor lugar.
— Tem razão Lard também não era meu, mas com meu sofrimento e minhas dores consegui dominar e me tornar o senhor do purgatório, aproveite Lard a alvorada do inferno!
Lard sem forças feito um condenado a serviços forçados, em pé diante aquele ser vil e melancólico.
— Onde está os seus anéis, seu poder e sua magia Lhe abandonaram? Que pena assim será mais fácil.
Correntes saem do chão e do teto erguendo-o pelas pernas e punhos feito tortura medieval, suspenso e esticado lentamente, Lard com o olhos eclipsados do alto ver mais alguém que chega, é Zarot, Dante satisfeito, volta ao seu altar para assistir o triste fim do filho de Hor.
Zarot se aproxima da besta
— Zarot, Lard me salvou, como posso deixar terminar assim?
Até nas piores criaturas existe ainda um pouco de gratidão e de bondade.
— Zarot... murmura Lard quase sem forças
Zarot não está nada satisfeita com o sofrimento de Lard
— Zarot... você não é daqui, você é como eu também é uma, use a forma humana e suba as escadas
— Mas Lard não há como fugir daqui!
— Sempre existe uma saída Zarot, vamos se transforme e suba as escadas
— Vamos Zarot devemos isso a ele...
Zarot confusa e indecisa deixa sua parte humana prevalecer e a cada degrau se transforma numa linda mulher de cabelos longos e negros, Dante observa atentamente e algo mexe com sua cabeça!
Lard rebusca toda sua força para seu golpe final.
— Dante! — grita Lard
Dante assustado olha pra cima e Lard, novamente.
— Beatriz! não vá!
Zarot sobe cada degrau de vês, Dante ouvindo o grito de Lard levanta-se e corre em direção a Zarot.
— Beatriz! Beatriz!
De joelhos Dante suplica!
— Beatriz onde estives-te? Eu tanto que te procurei.
Lard vê a cena de cima, a besta em gratidão quebra as correntes.
De joelhos na escada anguiforme Dante despe-se do mal que vestiu durante séculos.
— Agora seremos felizes Beatriz.
Mas, Zarot não satisfeita empunha suas garras na garganta de Dante e de volta a sua forma bestial suspende seu corpo galgo e franzino.
— Sinto muito Dante, mas, Beatriz nem é o meu nome...
Dante ver que aquela criatura não era o seu paraíso tenta seu ultimo golpe penetrar Zarot com a luz dos seus olhos, Zarot despenca da escada como mulher, Lard levanta e coloca sobre a fera.
— Vamos leve-a daqui! — Lard ordena a fera
Vendo seus passos em direção ao inferno, Dante recita: "NEL MEZZO DEL CAMMIN... MI RETROVAI PER UNA SELVA OSCURA"
A escada cria vida e devora o seu mestre, tudo em chamas e explosões de todo lado.
— Vamos Lard o fosso, pule no fosso estaremos logo atrás de você.
Todos pulam no negro e Lard sente novamente sua força voltar, tudo começa a girar do jeito que chegaram, um clarão, um brilho intenso no fim, quando abrem os olhos estão na loja de Arnold Grow e o espelho se fecha naturalmente como se nada soubesse.
Zarot loira e linda como antes do seu lado um guerreiro, a besta voltara a ser o que era.
— É Zarot sua parte humana prevaleceu e nos salvou, espero que nunca mais volte a ser aquela criatura e seja feliz em Arnold Grow, sua maldição chegou ao fim.
— E eu estarei do seu lado — O guerreiro em direção a Zarot.
— Muito obrigado Lard!
Zarot abre a porta e de longe aponta para a parede, depois que ultrapassar a parede ela nunca mais se abrirá novamente naquele lugar, Arnold Grow viverá em paz agora e nós não precisamos mais ir ao seu mundo.
Lard caminha e antes de ultrapassar da a ultima olhada sobre os ombros, deixando tudo aquilo pra trás, como um sonho.
Zarot acena...

. . .

O beco praticamente do mesmo jeito, as paredes firmes, os galões de lixo não foram tocados, — Quantas horas se passaram desde que foi aberta a tal passagem?
Ao sair da ruela, Lau corre é o seu ônibus que está passando.
— Obrigado senhor!
O motorista balança a cabeça, afirmando tá tudo bem.
Lau tira sua duvida, um relógio digital no painel do ônibus na parte superior mostra 14:30, tudo se passara em menos de uma hora, o ônibus percorre o seu trajeto e Lau assiste tudo pela janela, o corre-corre das pessoas que não sabem e não imaginam o que há pôr trás de tudo isso, as placas passam voando, os letreiro se misturam, pessoas entram e saem.
— Este é o meu mundo...
Satisfeito pôr está em casa Lau da um sorriso uma expressão de gratidão e de esperança, esperança de que tudo isso seja pra sempre, sua luta seja recompensada, pela alegria dos homens.
Novamente em seu apartamento bagunçado como sempre, Lau se joga no sofá no meio do salão e apaga num sono quase mortal.

Lard - O EclipseOnde histórias criam vida. Descubra agora