Capítulo 14 - Incitatvs: O portal desconhecido

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          Como relâmpago vários anos se passam, séculos ficam pra trás, um corredor escuro rasga o tempo feito um trem desgovernado no espaço, veloz e cheio de curvas, um túnel sem fim. Um clarão inesperado distante anuncia a saída, talvez a porta do fim do silencio, como cuspido Lard é jogado longe em uma era qualquer, o portal se fecha e não está em seu laboratório, o que poderia Ter acontecido?                     
      Uma explosão no tempo, no universo interferiu no portal dos anéis, abrindo com sua energia cósmica uma realidade paralela, um mundo numa brecha no espaço, um tempo diferente, um mundo sem igual, a brecha levara Lard ao desconhecido, um pequeno buraco no tempo.  Com a força Lard é jogado distante esbarrando no chão que amortece a queda, para um mortal seria morte certa, mas, Lard levanta-se e olha ao seu redor... silencio... nada... o ar sem movimento e quente, o sol parece calda de chumbo sobre os ombros, um sol vermelho que não causou efeito sobre Lard, que continua o vigilante, onde quem deveria está ali era o Dr. Lau, algo muito estranho é este lugar.
      De repente tudo estremece, uma enorme porta se abre do chão, de onde não havia nada surge, cavalos e cavaleiros, mas, não cavaleiros medievais, e sim, feras montadas em feras, petrificado diante o que vê Lard é presa fácil para as criaturas, que o laçam com uma espécie de cordão luminoso, fazendo-o prisioneiro, arrastado até o líder.
          — Finalmente o pegamos  —  Fala o general — tragam até mim.
      Lard ainda mais curioso, como pode aquela coisa conhecê-lo? Lard é levado e posto em frente ao comandante.
      — Pobre diabo, imbecil  — Grita a fera  —  Ninguém ultrapassa o portão sem pagar caro por isso.
      Amarrado Lard segue as criaturas, atravessa o grande portão como o chamam e o que vê deixa-o ainda mais espantado.
       —  Meu Deus! O que é isto?
       Lard maravilhado e espantado não acredita no que aparece diante seus olhos, várias espécies de gaiolas prendem pessoas, pálidas, esquálidas, olhos fundos e brancos, escravos, como animais, um mundo no subtérreo dominado por feras, mais abaixo, crianças, mulheres e homens são chicoteados pelo cordão luminoso, em trabalhos forçados vigiados por soldados cruéis. Lard observa por onde passa e não entende por que os homens são dominados por essas feras horríveis e sucumbem escravizados, o que houve com a humanidade? Será este o fim do homem?
       Todos trabalham para alimentar uma enorme pedra no centro que dá energia e luz ao lugar, Lard é jogado em uma das gaiolas juntamente com outras pessoas. Feras primitivas porém com alta tecnologia, animais num mundo avançado debaixo da terra.
       Assustados com o novo hospedes se afastam, Lard levanta-se e se espanta.
       — Zoira! Meu Deus! Zoira! — Lard corre em direção da moça
A pobre coitada sem entender se esguiva e cai revelando o seu medo.
       — Espere! Não se assuste! Sou amigo — Lard levanta a moça — Você entendo o que eu falo? — Pergunta Lard.
       — Sim entendemos o que fala  — responde um senhor na outra extremidade.
       — Me diga que mundo é este? E o que aconteceu com vocês? — Lard vai até o homem
       — Somos conhecido como humanos e vivemos a milhões de anos na superfície onde já foi e bela e boa de viver mas, nossos ancestrais contruiram grandes espetáculos que danificaram este lugar, armas e guerras destruíram nossa morada por maldição nosso avermelhou-se destruindo todo ser vivo lá existente, somente os animais ferozes conseguiram suportar e se fortaleceram e nós fomos escravizados aqui em baixo, durante séculos nossa única chance de vivermos durante muito tempo, estas criaturas foram seres inferiores e desprezadas, agora reinam, dominam e massacram, somos obrigados a procriamos para aumentar seu numero de escravos.
     — Você estranho quem é? — A moça que a pouco temia e se amedrontava.
     — eu sou o seu antepassado! — Responde Lard meio triste pelo o que homem enfim conseguiu.
     — Então você é um dos nossos? — Pergunta o homem.
     — Sim! E vou mudar esta situação  — Lard olha através das barras.
     Feras por todos os lados vivem como gente, andam como gente e se portam como gente esse é o seu erro. Lard observa vários sentinelas bem armados guardam a cela, isto é apenas uma parte do lugar, o que mais deve existir la fora? Pergunta-se Lard.
      As grades são feitas de um metal não conhecido e resistente, uma porta se abre, dois guardas se aproximam, abre a cela e levam o senhor que faz força para não sair. Puxado é levado pelos guardas, a grade se fecha, ninguém demonstra reação nenhuma.
     — O que houve? Pra onde estão levando  — Lard se dirigindo ã moça.
     —  Chegou a hora dele, todos os velhos são levados para onde ninguém sabe, só sabemos que não volta mais  — A moça segurando as barras.
      Lard precisa agir logo e resolver a situação, mas, pra isso precisa conhecer mais e descobrir que força é essa pedra possui e como adquiriram tamanha inteligência.
      Novamente a mesma porta se abre, dessa vez mais guardas entram e se dirigem à gaiola onde Lard se encontra.
      — Vamos! Tragam esse rebelde! — Ordena um dos soldados, o mais graduado talvez. Lard é levado por dois guardas, passa a porta, um longo corredor estreito onde no fim se ver uma porta alta, do outro lado uma passarela como embaixo fossem vários andares e mais passarelas se cruzando saindo de todos as direções, escadas e mais escadas, pessoas presas estendem as mãos, no fim das escadarias o contraste salta aos olhos, escravos humanos cavam a terra lamacenta para dar  mais área aquele estranho mundo.
      Lard é empurrado e caído junto dos escravos.
      — Vamos! Terás teu castigo em dobro, por desobedecer as ordens! — Grita o soldado chefe.
      O lugar parece não Ter saída, como fosse o porão daquele mundo, feito ratos as pessoas cavam e vivem ali, das passarelas que circulam o poço, guardas vigiam com armas e cordões luminosos amedrontando e chicoteando quem para ou conversa.
      — Nozek! Grita Lard ã uma pessoa quase caindo de cansaço.
      A pessoa olha e não entende, prossegue seu trabalho para não ser punido. Do outro lado...
      — Espere! — Lard avista o impossível — Dr. Lau! Mas, sou eu mesmo! Mas que mundo é esse?
       Lard então vê que não está no seu mundo um mundo paralelo com cópias de humanos.
       — Então é isso! Deve Ter outro alguém parecido comigo.
       Uma sirene toca, todos correm desesperados ao canto, pegam uma vasilha com uma coisa qualquer e comem apressados.
       — Ei! O que houve — Grita Lard
       —  Temos pouco tempo para comer e voltar ao trabalho! — responde o escravo.
       Vários túneis abertos serão novas moradas, novos abrigo da cidade e novas celas. Do alto o cordão luminoso em direção de Lard como chicote, Lard segura e puxa, junto com ele o soldado da altura já cai com o pescoço quebrado.
        — Meu Deus! Não faça isso  —  Uma moça se aproxima  —  Não pode tocar em um soldado a punição é cruel.
        — É mas Agora isso acabou! —  Responde Lard  —  Vamos olhos de fogo é a sua vez      —  Ordena Lard.
       O pássaro enorme surge do nada assustando ainda mais os pobre diabos. Olhos de fogo sobe levando o vigilante até em cima, os guardas apavorados atacam com seus chicotes, agora luzindo uma luz néon violeta que destrói tudo que toca. Lard com a espada de dois gumes abre uma imensa porta através da parede, onde se encontra o todo poderoso, um animal grande e forte como um cavalo, os guardas partem pra cima, Lard apenas com seus punhos deixa-os no chão semimortos. O grande animal se levanta ficando ainda maior, todos param a voz do chefão, o animal solta um urro forte e amedrontador. Lard em pé espera seu próximo ato, a fera se aproxima e com a pata direita esmurra o vigilante que cai por cima de uma máquina com botões por todos os lados, Lard levanta-se atordoado, um grande dente de sabre encurrala entre a parede e o grande cavalo, os guardas continuam imóveis esperando a hora de agirem, Lard precisa descobrir sobre a energia da pedra.
     —  Que pretende de mim? —  Pergunta Lard
     — Eu sou o grande Incitatvs! Ultrapassaste o portão e por isso deverás pagar com a vida e servir de exemplo  — Responde o animal.
Lard então entende que sua cópia não voltou, já que ele está em seu lugar.
     — Se ele não voltou é porque existe uma maneira de sobreviver na superfície —  Raciocina Lard — Tenho que descobrir.
     Uma grande tela na parede dá imagem do mundo de cima, observam o mundo exterior com preocupação, temendo algo terrível que possa acontecer, por isso ninguém pode ultrapassar o portão.
     — Aumentem o calor  — Ordena o chefão.
     Rapidamente um animal com aspecto de gorila sentado a um tipo de computador gira um botão, através da tela a luz avermelha-se mais forte ainda, dando o sinal de calor intenso, porém o raio de atuação da luz forma um perímetro não muito longe do portão, além da luz deve existir o que eles não querem que se descubra.      
      — Então o calor não é da camada de ozônio que eu pensava é a pedra, a energia da pedra.
      Lard enfim descobre a utilidade da grande pedra.
      — Prendam-no na cadeira giratória! — Ordena Incitatvs.
      Os guardas logo obedecem e partem para o ataque.
      — Esperem! Porque vocês não podem viver juntos com os humanos! — Lard tenta uma conciliação.
      — Os humanos são animais inferiores, sem inteligência e só servem de escravos para nos servir — Responde o cavalo — Vamos! peguem-no! 
       Lard vê que não adianta o diálogo, um anel prateado surge e dele a grande espada, os animais atacam e os coitados tombam ao chão com as vísceras escorregando pela barriga, outro pende a cabeça com um golpe na garganta e todos perecem um a um diante seu líder, sem mais o que fazer um botão é apertado e a grande tela sobe surgindo atrás uma enorme rocha que pisca uma luz vermelha, a rocha se abre ao meio surgindo o inesperado.
      — Isto aqui é  o coração do meu mundo! Foi deixado a muito tempo pêlos seus antepassados e nós conservamos, aprimoramos e usamos para dar calor a superfície, para que os humanos não se unam e se rebelem contra nós e nosso mundo.
       Lard entende que o perigo é bem maior, o coração na verdade é uma bomba nuclear, se o animal chegar na potência máxima tudo aquilo irá pelos ares.
       O animal gira o botão até o fim acionando o time da bomba, agora resta poucos minutos pra tudo terminar.
       — Não! Não faça isso! — Lard corre de encontro à máquina.
       Não há mais como retroceder, a fera ataca com uma lança luminosa feito laser capaz de ultrapassar o mais resistente metal, atinge Lard que cai sobre a cadeira giratória, a fera novamente empunha a lança dessa vez para definir a luta e o seu inimigo, sem saber que Lard não é um ser qualquer e o seu reino em pouco tempo não mais existirá. Lard observa o tempo que resta, o relógio marca menos de três minutos, esse é o tempo de existência daquele lugar, sem piedade Lard enfia a espada no peito do grande Incitatvs, que berra aflito sangrando e tombando ao chão, o gorila que via a tudo tenta vingar o seu mestre, se arrepende no caminho.
      — Vamos! Deve existir um sistema de som para falar lá fora, avise a todos para sair pelo o portão e abra todas as celas  — Lard fala apontando a espada para a garganta do pobre animal.
       A fera imediatamente obedece e da o aviso, todos correm numa multidão agitada, pelas passarelas e corredores.
       — Vamos saia você também — a fera corre
       Lard envoca o anel das sete estrelas, soltando um raio que arromba o portão, dando passagem para todos, com o anel dos elementos Lard esfria os raios expelidos pela bomba e todos correm em segurança, alguns metros do portão a luz perde seu raio de ação e tudo é normal e bonito como antes. Todos maravilhados com a visão, agradecem.
       — Agora estamos em casa  — se aproxima o senhor que a pouco fora arrastado da jaula para o seu fim — Agora teremos nossas vidas de volta e não cometeremos os mesmos erros do passado, obrigado.
       Lard se vira e da de cara com ele mesmo.
       — Então você conseguiu? — Fala o outro Lard
       — Não! Você que conseguiu saindo e encontrando a resposta.
       —  Eu ia voltar para salvar o meu povo
       Eu sei  — Responde Lard e grita! — Vamos! Se protejam em algum lugar.
       E acontece a grande explosão vindo de dentro da terra, abrindo uma enorme cratera e espalhando terra por todos os lados é o fim tão esperado do mundo subterrâneo dominados por animais. Será novamente o início da terra... do homem...
        A energia e a força da explosão abre a brecha no tempo mostrando a passagem pra casa, Lard entra no portal desconhecido, dessa vez direto pro seu mundo sem escala...
        Viajando a velocidade da luz, em poucos segundos Lard está novamente em seu laboratório
        — Senhor aconteceu uma grande explosão e não consegui traze-lo de volta, houve interferência, uma força absoluta, o que aconteceu?  —  Nozek bastante preocupado.
        — Tudo bem Nozek apenas uma visita não programada a uns amigos, velhos amigos, a propósito Nozek você está bem melhor aqui...
        — Como assim senhor? — Nozek sem entender.
        Lard olha a cara de espantado e de bobo do seu assistente e ri satisfeito...

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