A Marca de Jeongguk

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Eu vivi anos lutando contra esse sistema autoritário dos vampiros, odiando-os por toda minha existência e odiando ainda mais a vida que eles obrigavam a nós humanos, a termos. Mas agora, aos poucos, tudo isso ia perdendo o seu sentindo, ficando distante e desaparecendo no horizonte. Eu estava perdendo forças. Antes era fácil, mas as coisas não são mais assim. Antes eu tinha amigos, uma família, um lar... Lutar era simples, descomplicado. E mesmo em meio à miséria eu era um alguém feliz, no entanto só somos capazes de perceber tal felicidade quando ela já não existe mais, quando ela escapa por entre nossos dedos como grãos de areia e se desmancham na imensidão.

Agora eu estava sozinho. E infeliz. Tudo estava perdido, e eu me dava conta disso á cada minuto que passava.

Minha mãe morreu, fui separado de meus amigos e arrancado de meu lar. Nem tudo estava acabado, ainda tinha Hoseok e Jimin ao meu lado, mas nada, nunca mais seria a mesma coisa.

E em meio a tudo isso, me restava uma única opção: desistir.

E devo admitir... Ela é tentadora.

— Vamos lá bonequinha. — O homem alto falou, com a voz seca e o sorriso estampado no rosto.

Tentei me desviar dele, mas eu era lento demais e num movimento rápido, meu corpo, já totalmente debilitado, foi jogado contra a parede cimentada da cela onde fui trancado pelo guarda, que ria cínico enquanto batia-me, sem dó alguma e nem pudor.

Eu podia até tentar revidar, mas era muito fraco para tal. Eu não tinha chances.

Mas não, eu não podia desistir.

— Isso é o máximo que consegue fazer? — Indaguei com certo divertimento na voz, me equilibrando com dificuldade, mas tentando não demonstrar minha falta de forças. Limpei o sangue que escorria por minha boca e arqueei a sobrancelha. — Isso não fez nem cócegas.

E essa foi como a faísca de fogo responsável pela explosão, que pareceu atiçá-lo. E eu não sei se isso deveria me assustar ou não.

— Você se acha muito engraçadinho, não é? — Ele caminhou vagarosamente em minha direção, fazendo-me dar alguns passos para trás até esbarrar as costas no concreto.

Ele rangeu os dentes, claramente raivoso, e sem esperar suas mãos voaram em meu pescoço, jogando meu corpo contra a parede e o erguendo alguns centímetros do chão. O olhar que dominava sua face era de total ódio e repulsa, suas íris anteriormente castanhas já se diluíam manchando-se em vermelho.

Minutos atrás, quando fui pego de surpresa por ele, em meio ao corredor silencioso e vazio, pensei que morreria ali mesmo, no entanto ele carregou-me a força até uma espécie de subsolo da escola, rodeada por salas clínicas e prisões, aparentemente vazias. Tudo muito vazio e tudo muito solitário. Eu não sabia exatamente onde estávamos e nem para que servia aquele lugar, mas suas intenções ali não eram boas, não mesmo.

O guarda então me jogou numa das celas e trancou a grade que nos separava da liberdade. E então, sem avisos prévios, passou a me torturar, com murros, pontapés e tapas, usando sua força contra meu corpo debilitado e fazendo-me sangrar enquanto ria cínico e despejava palavras ácidas em minha direção, até eu me tocar de que, mesmo sem esperanças ou saídas, eu deveria relutar. Indo contra o impossível e sentindo todo o meu corpo doer e sangrar. Eu lutei.

E agora ele me estendia do chão e sorria maliciosamente em minha direção enquanto botava-me medo com suas palavras tóxicas e suas ameaças cheias de sinceridade.

Eu só queria socá-lo até que ele caísse morto no chão, mas não sei se seria capaz com minha força limitada.

Maldito.

Pacto de Sangue || Kth + JjkOnde histórias criam vida. Descubra agora