Pacto de Sangue || Kth + Jjk

Pacto de Sangue?

Encarei incrédulo o uniforme dobrado sobre minha cama e voltei meu olhar de indignação para Jeongguk.

Eu havia acordado agora a pouco, às cinco da tarde, depois de uma perturbada noite de sono, onde havia despertado várias e várias vezes. Meu cansaço era extremo e eu dormi por muitas horas seguidas, tendo o sono quase sempre acompanhado por pesadelos. Eu, desde a infância, sempre tomei remédios para dormir, pois sofro de insônia, e sinto que a falta deles poderá acabar me prejudicando futuramente.

Mas quanto a isso, não há nada que eu possa fazer.

Ao finalmente despertar de meu sono, sentindo todos os músculos de meu corpo doendo, a última coisa que eu queria era ser obrigado a sair de minha cama quentinha, no entanto Jeongguk não parecia preocupado com minhas reclamações. Esse imbecil...

Cruzei os braços, insatisfeito e bati o pé no chão, repetidas vezes, com força.

— Eu não vou vestir isso. — Minha voz soou alta e esganiçada.

— É segunda-feira, Taehyung. — Deu de ombros, ajeitando a plaquinha dourada presa ao seu uniforme azul escuro, que carregava seu nome banhado em ouro. — Nós somos obrigados a ir às aulas.

— Isso. Vocês. Vampiros. Eu não! Sou apenas um insignificante humano, não preciso de aulas, muito menos num colégio de vampiros.

Bufei irritado. Eu realmente não esperava passar por aquilo. Nunca que alguém me obrigará a ficar trancado em uma sala rodeada desses seres repugnantes, aprendendo matérias que só serão uteis para eles mesmos. Nunca!

— Vamos lá Taehyung, deixa de preguiça. — Sentou-se na cama, calçando os sapatos.

Revirei os olhos e peguei a parte de cima do meu uniforme, o estendendo a minha frente e analisando a blusa fina.

— Por que meu uniforme é tão sem graça? — Indaguei, olhando com desprezo para o tecido cinza e totalmente inferior ao de Jeongguk. — Nem uma plaquinha com meu nome têm. — Reclamei.

— Eu acho que vai ficar bem em você. — Terminou de amarrar o sapato e levantou-se, seguindo novamente até o espelho e ajeitando as madeixas negras de seu cabelo. — Mas se acha tão sem graça assim, podemos customizar.

— Eu não quero ir.

— Taehyung...

— Eu não vou! — Cruzei os braços e bufei alto, como uma criança fazendo pirraça.

...

Eu acabei indo...

Mas isso não é algo com que eu me orgulhe.

Minha faceta irritadiça demonstrava com clareza a tamanha insatisfação que eu sentia por estar ali, vestindo aquele uniforme ridículo que mais se assemelhava a de um prisioneiro e tendo de aguentar as risadinhas animadas e conversas sussurradas que Jimin, Hoseok e Yoongi trocavam no fundo da sala. Então quer dizer que eles viraram amiguinhos? Ótimo! Adoro receber notícias de que meus dois únicos amigos se voltaram contra mim e abraçaram o inimigo de boa vontade.

Tudo bem que Hoseok ainda mantinha uma boa distância e era discreto — ao contrário de Jimin —, mas eu ainda juro que pude ver um relance de diversão em seus olhos. Ele por acaso estava gostando de conversar com aquele ser sanguinário? Isso era o cúmulo.

Era nessas horas que a saudade de Yujoon se aprofundava ainda mais... Ela certamente ficaria ao meu lado em momentos como esse.

Suspirei, tentando, por hora, esquecer o lado traidor de meu amigo, sentando-me sobre minha cadeira, que mais se assemelhava a uma poltrona forrada em veludo azul — muito confortável de se sentar por sinal —, e escorando-me na parede, bufando e resmungando baixo. Jeongguk apenas revirou os olhos e se sentou ao meu lado.