Pacto de Sangue || Kth + Jjk

Impulso

Uma confusão generalizada tomou conta do ginásio.

Corpos se esbarravam e vozes sobressaltadas ecoavam no ambiente. Pessoas impacientes esvaziavam o salão às pressas, todas curiosas referente ao comunicado que o famoso Rei do Norte iria anunciar. O ambiente se tornou um verdadeiro caos.

— Encontrem o Yoongi. — Falei para meus amigos, aumentando o tom de minha voz para que eles pudessem me ouvir apesar do alto barulho. — Eu vou ajudar o Jeongguk.

O poder havia sugado ele completamente, eu podia sentir na pele seu cansaço. Era horrível. Agora eu entendia a fraqueza de seu poder. Por mais incrível que ele fosse, uma pequena dose a mais do que o usual causava danos intensos em sua alma.

— Okay. — Respondeu-me Hoseok, esgueirando-se para o lado de Jimin e erguendo-se na ponta dos pés para enxergar algo através da confusa multidão.

Sorri para ele e desci um degrau da arquibancada, mas antes de continuar meu pulso foi envolvido por uma mão e puxado com força, fazendo-me virar pra trás.

Meu rosto trombou com o de Hoseok.

— Aliás, aprenda a esconder melhor as coisas e não seja tão óbvio. — Ele arrumou a gola de meu uniforme, do qual eu havia erguido estrategicamente para esconder as marcas de mordida. — Boa sorte com Jeongguk.

E se afastou, deixando-me só e pasmo.

Eu nunca fui muito bom em guardar segredos... E Hobi sempre foi ótimo em descobri-los. Maldito.

Desci as escadas laterais da arquibancada, com as bochechas rubras e o rosto quente. Okay, não é como se eu fosse esconder isso pra sempre de meus amigos, mas ainda era estranho eles ficarem sabendo do que aconteceu. Por sorte os detalhes sórdidos ainda estavam trancados a sete chaves em algum canto de minha mente. E continuaria assim até segunda ordem.

Atravessei o salão, chegando ao meio deste depois de trombar com diversos corpos perdidos que corriam de um lado para o outro. Os meninos pareciam preocupados em se portar de maneira correta e as meninas ajudavam umas às outras no retoque da maquiagem. Mas a minha preocupação ali era divergente a de todos eles, e sem sombra de dúvidas mais importante.

Avancei em direção a Jeongguk, que ainda estava ajoelhado, encarando o chão com os olhos opacos. Vampiros eram super-resistentes, mas ele estava psicologicamente esgotado, tornando-se fraco. Frágil como um humano. Agachei-me ao seu lado, tocando-lhe o ombro.

— Tudo bem Gguk? Consegue se levantar?

No fundo essa sua fraqueza também o machucava de outra forma: ele sentia-se impotente.

— Não. Você pode me ajudar? — Perguntou, erguendo o rosto para me encarar. — Precisamos ouvir o comunicado.

— Que se dane esse comunicado, vamos para o quarto, você precisa descansar.

— É o Rei do Norte. — Enfatizou. — Não posso me dar essa mordomia, seremos punidos se não estivermos presentes no anúncio do Diretor. Por que acha que todos estão assim?

— Okay. — Suspirei.

Enlacei meus braços em torno de seu tronco e o impulsionei para cima, ajudando-o a se levantar. Ele estava muito zonzo. Em seguida, ele apoiou-se em meu ombro e eu segurei firme em sua cintura, caminhando em direção a saída.

— Temos quanto tempo? — Perguntei.

— Não sei. — O ginásio estava praticamente vazio e eu não conseguia encontrar meus amigos em canto nenhum. — Talvez cinco minutos.

— E para onde devemos ir?

— O salão principal, onde fica aquele palco, você lembra?

Recordei em minhas memórias as imagens daquele gigantesco colégio. Os longos corredores, as diversas salas, as paredes brancas e perfeitamente rebocadas. Tudo em perfeita simetria como se cada sala imitasse a anterior. O colégio parecia um infinito labirinto.