09

9 1 0
                                    

A Vida como eu disse anteriormente é uma droga e também não é uma droga. Bom, eu estava deitada no chão do meu quarto com os fones de ouvido olhando para escuridão quando eu encontrei essa música no YouTube. Eu pensei "caramba. Essa música fala muito sobre mim e o Léo. As memórias vivas. Tanto em mim, quanto nele. Ele e o passado dele e eu e o meu. Cada um com seus traumas. 
  Eu o conheci através de uma ex namorada do meu irmão caçula. Eu sempre amei a paixão dele pela fotografia mas nunca nos falávamos.
Um dia ela por acaso me deu seu número para me ajudar a chegar na casa dela... Ela queria conversar . -Na verdade eu nunca fui. E também não puxei assunto algum com ele.
Como eu morava com meus avós, eu só falava quando ele raramente comentava meus status ou eu ia no pv pedir o número da sua ex namorada (que por sinal sempre trocou mais de número do que procurado pela polícia) . Só.
Quando eu me mudei anos depois ele começou a comentar mais os meus status e a falar mais do que duas frases e foi então que em uma noite quando eu cheguei do curso ela soltou a bomba ...."eu e o Léo terminamos". Eu fiquei uns 45 minutos sem saber o que falar. Enfiei o pão com ovo garganta a baixo e piquei os olhos algumas vezes.
Peguei o celular com a mão ainda suja de margarina do ovo e digitei: "pq? O que Aconteceu ?"
Ela só disse que eles começaram a se afastar e terminaram. Pronto. Simples assim. Mais fácil que separar roupa de cor das brancas pra por na máquina de lavar. Sem esboçar nenhum pingo de sofrimento. Foi ai que eu pensei "caramba. Ela é uma guria de 17 anos e terminou um relacionamento de dois anos assim...numa boa? E eu aqui sofrendo com meus livros de romance e me preocupando em viver sem me importar com o que imporam sobre mim. Tá bom. Tá tudo joia."
E por mais que o meu irmão tenha perguntado uma penca de vezes sobre o por de eu estar com uma cara horrorizada olhando pra tela do celular, eu não falei .
Mas eu olhei da tela do celular com as palavras "tá tudo bem. O sentimento morreu." e pro meu irmão caçula falando em áudio com a namorada.
Eu ri nervosa e percebi que a única empacada na vida daqueles jovens modernos era eu. Eu e todo o meu carregamento romântico ,fardos de decepções amorosas e uma penca de muralha e pé atrás. Mas vendo pelo lado bom eu ainda tinha dias de curso e possíveis bocas e assuntos a tratar.  O que eu não esperava era a aproximação do Léo e todos os seus traumas misturados aos meus. Se transformado em alguma coisa grande.

Tente Me ouvir Onde histórias criam vida. Descubra agora