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Depois de um ano eu já estava maluca com as provocações da minha madrasta ,minha mais nova melhor amiga já tinha trancado a faculdade e se mudado pro interior e uma outra amiga de bairro também e meu amigo de cidade também.
Meu melhor amigo sempre estava ocupado com estágios e faculdade e também seus encontros.
Eu me sentia sozinha e depois veio a agonia. Mandava mensagens pro meu irmão mais velho e ele sempre estava ocupado com a esposa e minha irmã caçula estava sempre com o meu cunhado. Me sentia sozinha. Qualquer pessoa que eu convidava pra sair estava muito ocupada e isso começou a me consumir.
Eu estava ficando sufocada.
Sem ar.
Então, foi quando a dor e agonia começou a tomar conta de mim...comecei a me machucar.
Me mordia nós braços, arranhava minhas costas e chorava toda noite.
Eu queria conversar ou só sair pra respirar, mas todo mundo estava muito ocupado com suas vidas.
Meu peito ardia.
Então eu consegui um emprego de cuidadora de uma senhora de 80 anos. Eu saia cedo de casa e de la ia direto pro curso. Era perfeito. Mal ficava em casa e ainda tinha de lucro horas no ónibus com fones de ouvido e um bom livro.
Em um dia qualquer o coordenador do curso entrou na sala reclamando de muita dor de cabeça e febre e eu sabia que tinha remédio na mochila.
Alguns minutos antes do intervalo eu pedi licença e levei o remédio até ele...ele simplesmente virou pra mim e me deu um abraço dizendo "valeu mesmo ".
Depois disso eu via ele me observar e comentava isso com o meu melhor amigo. Mas parecia paranoia minha porque ele era um cara de 26 anos cursando engenharia ambiental e um gosto musical muito bom e um respeito sobre o pensamento feminista que me chamou atenção.
O que eu não escrava era a mensagem no celular. No Instagram.
E logo depois de duas semanas de conversa a gente saiu.
Eu achava ele interesante, mas sabia também que não gostava dele .
Eu estava o usando como escape. Pra esquecer meus problemas e para tentar achar nele a falta de algo que eu sentia. Preencher a solidão e esquecer ela.
Ficamos duas vezes e depois nos afastamos. Ele começou a sumir e depois me evitar e logo depois quando eu já não dava a mínima ele me procurou me pedindo pra sair com ele.
Me senti um lixo.
A segunda opção do cardápio.
A merda de alguém que ele achava que podia procurar quando desse vontade.
Então eu forcei um sorriso e falei "vamos ver" e nunca mais o vi.
Anotei seu nome na minha lista de babacas que eu achava se importar comigo e tentei segui. E segui.
E acabei descobrindo que por mais que eu gostasse e por mais que doesse eu sempre seguia e me convencia de que não merecia me lamentar por algo que não existia realmente.
Eu comecei a desenvolver a facilidade de passar por pessoas assim e fingir que nada havia acontecido e que nem as conhecia.

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