Meu primeiro beijo
(Aos 15)Meu primeiro beijo foi uma droga de 07 de setembro. Eu tocava na banda Marcial da escola e naquele ano de 2014, o desfile cívico teria mais um significado na minha vida.
E a minha estante literária já era repleta de romances de escritores incríveis , com histórias de tirar o fôlego. O que quero dizer é que eu já era uma adolescente com harmónios românticos e sonhos lindos de morrer que eu não queria que se tornassem realidade. Por que quando aplicados a vida real eu não me via beijando realmente alguém. E pior... Alguém enfiando a língua na minha boca.
Mas tudo mudou. O garoto que em minha cabeça e realmente era um dos mais cobiçados na escola do município da cidade começou a me mandar mensagens no Facebook. Isso desencadeou uma coisa dentro de mim chamada "sei la o que". Minhas amigas já haviam beijado e quando falavam do assunto eu achava tudo muito nojento. Mas eu também ficava uma tristeza só. Eu não conseguia participar dos assuntos por que eu não sabia na pele o que elas estavam sentindo. Nada do que elas falavam faziam sentido pra mim. Nadinha. Nos meus livros tudo tinha um sentido, uma lógica e um final incrível. Mas tudo que as minhas amigas (que por sinal eram mais novas em questão de meses em relação a mim). Falavam e tudo que elas falavam sentir parecia coisas sem sentido e muito grudento e nojento. Era demais pra mim.
Foi então que eu contei pra minha prima que era considerada a ovelha negra da família o que estava acontecendo e ela disse que eu deveria mesmo tentar e até me deu dicas e falou que me ajudava. Isso também por que o garoto que me mandava mensagens no Facebook era primo dela por parte de pai. Tá. Até ai tudo bem.
No dia 05 o desfile aconteceu na minha região, onde se situava a minha escola municipal. Ficou tudo OK. Minha prima mais velha e ovelha negra da família organizou tudo e ficou até responsável pelas minhas baquetas e minha mochila depois do desfile. Eu fui andando para uma droga de escuridão (e eu já devia desconfiar que ia da merda logo dai ) atrás do muro de uma casa ao lado da escola. Tinha um casal lá no maior love e até estalava sabe... A língua . E isso me deixou ainda mais enjoada e constrangida.
Então... O casal ficou lá e quando o garoto do Facebook me segurou pela cintura eu pensei que estava tudo errado. Eu não gostava dele . Não gostava dele o suficiente e eu achava que uma coisa dessas deviam ser feitas com pessoas que se gosta de verdade. O lado constrangedor foi que ele me beijou e eu estava pensado exatamente nisso e nos sons do casal ao lado e de que eu estava fazendo uma coisa importante pela primeira vez com alguém que não gostava de mim além da vontade de me beijar e pronto. Isso me fez desistir do beijo e ficar uns três minutos com a cabeça no ombro dele antes de voltar pra praça deixar ele no escuro e me trancar no banheiro com a minha prima relatando que tinha sido tudo uma droga.
No dia 06 ele ainda estava interessado e eu descobri que a mãe dele nem podia sonhar que ele havia aparentemente ficado comigo ou que iria ficar. E o desfile dessa vez havia sido na cidade e da descola dele. Tocávamos em bandas diferentes e só pra ser mais irónico , eram bandas rivais.
Dessa vez a gente ficou de verdade a minha prima vigiou tudo e a irmã dele ficou com o namorado que a família não sabia que era namorado.
Dessa vez todo o meu batom vermelho saiu e pra de alguma forma eu me sentir mais aliviada ele não enfiou a língua na minha boca.
No dia 07 o desfile de todas as escolas aconteceria na cidade vizinha e a gente ficou de novo. E ele segurou minha mão por um segundo antes da mãe dele passar na rua. Eu não sabia o que sentia por ele ou pela situação, mas sabia que a adrenalina estava em todo meu corpo. No outro dia e no resto da semana ele me evitou e evitou e eu virei assunto da escola . Eu havia sido uma aposta de 50 reais e só pra piorar nem era o garoto que falava comigo no Facebook e sim o primo dele.
Eu me sentia uma droga e quando alguém me perguntava alguma coisa eu fingia não saber de nada e muito menos que conhecia o garoto.
Foi ai que eu criei uma armadura. Nada e nem ninguém, nenhum garoto faria nada do tipo ou parecido comigo.
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Tente Me ouvir
General FictionEsse livro conta a minha história. Então eu lamento não resumir aqui do que se trata, mas pra não matar um ou sei lá quantos de tédio ou curiosidade...basicamente vou lhes contar sobre a minha adolescência esquisita e minha juventude filosófica. Vou...