Capitulo 7.

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7 da manhã.
Ele era o próprio demônio.
Encarnado para acabar com a vida que eu levava, amigos que eu tinha e tudo que me restava.
Eu não conseguia respirar perto daquela figura inusitada e aterrorizante.
E pensar que era apenas um ser humano.

Deitava no chão gelado, remoendo todos os meus órgãos, seria eu? Uma pessoa má, sem nenhum vestígio de coração, como ele é.. como ele diz?
Eu sinto que nunca vou estar segura novamente, nunca irei ver os restos de membros de minha família que se importavam comigo. Nunca.

Abraçava meu corpo, tentando me consolar de alguma forma, consertar aquilo que estava quebrado, aquilo que jamais voltaria a funcionar.

As duras palavras de JungKook não saiam da minha cabeça, como uma tortura da mental, do pior tipo de da pior maneira.
Me sentia como uma vítima indireta do Killer Bunny.
Olhos vermelhos, nariz da mesma cor, bochechas coradas e pernas bambas.
Assim o mais velho me encontrou, como se eu fosse uma submissa.
Uma posse dele, algum tipo de objeto descartável e controlável.
Como um controle remoto.
Eu era isso, ele conseguia fazer com que eu me sentisse um monstro de 7 cabeças, e no momento, era nisso que eu acreditava.
Era a verdade.

-Não fique mal, eu estou aqui.- ele me abraçava, o que fazia os calafrios aumentarem demasiadamente de tamanho.

-Você não tem medo JungKook?- o questiono incrédula- Das consequências da sua sede de morte?.

-Não. Nada é por acaso, o que tiver que acontecer era proposital, o que tiver que acontecer acontecerá.

-E sentimentos? O que acontece com as pessoas que você tirou a vida tão injustamente, elas mereciam isso?

-Eu só mato pecadores, pessoas que usaram a vida de maneira errada. -me apertava em seu abraço.

-Você é inacreditável . Como consegue aguentar?

-Como você consegue? Não se revoltar? Não transbordar sua personalidade?- ele revira minha questão.

-Como pessoas normais, eu tenho controle.

-Como você é diferentes das "pessoas normais monótonas", tenho certeza que seu controle irá expirar logo mais, quero que saiba que estarei aqui para lhe ajudar da melhor forma possível.- seu sorriso se torna acolhedor para mim.
Como aquelas suas palavras que soaram de forma carinhosa.
Isso é doentio.

-Que formas?- o pergunto mais uma vez incrédula, me afastando do abraço.

-Você sentiu prazer não foi? Ao matar aquela mulher?

-Como..- dou uma pausa- Como pode levantar uma ideia dessas?- o questiono indignada, mas será que aquele psicopata estaria certo sobre mim?.

-Eu posso ver em seus olhos, pedindo mais.. e mais.

1 da tarde.

-Está chorando novamente?- ele pergunta passando suas mãos em minhas costas.- Já devia ter passado desta fase, hum? Já está aqui a 1 semana.

-Eu apenas.. sinto saudades do yoongi- coloco as mãos em meu rosto.- Esqueci que você não é capaz de sentir.. nada.

-Pode visita-lo. -Ele diz com muito receoso.
-Como? - pergunto surpresa.
-Pense nisso como uma despedida, diga que está casada, irá morar em uma cidade diferente.
-Eu não posso.
-Ótimo, sem yoongi pra você.-ele sorri cinicamente.
-Não! Eu irei falar com ele, me despedir eu digo.

(...)

Bato na porta do de cabelos verdes, esperando uma resposta, ainda nervosa por estar sendo observada através do carro estacionado de JungKook.

-Nossa, onde você estava S/N? -ele me abraça, o que me faz afundar em seus braços.

-Yoongi, eu te amo, porfavor cuide-se. Não se meta com gente errada na cidade, não beba nem fume muito, coma direitinho. Esta bem?

-Nossa, até parece que nunca mais vai me ver! -Ele ri- O que está rolando?-
ele pergunta em um tom mais sério.

-Eu vou me casar.

-Como é que é ? -ele me pergunta incrédulo.

-É, vou me casar e me mudarei, vamos ficar um tempo sem se ver. -talvez para sempre.

-Com quem? S/N você pirou? - ele segura meu braço.

-Não tenho tempo para explicações.- sinto lágrimas descerem pelos meus olhos.- eu te amo tanto.- Saio do local com meu coração na mão, entrando no veículo preto, que logo da partida.

-Fez bem.- diz JungKook passando a mão em minha coxa.

O que ele queria dizer com isso? Como seu eu tivesse algum tipo de opção, como se o medo psicológico implantado em minhas ações não me impedissem de tentar algo.

Repouso à cabeça na janela do carro, vejo a chuva escorrendo por todo o vidro, formando figuras abstratas, sentindo o toque gelado da janela em minha bochecha.

-Se demita. Agora.- novamente sua forma soa com um tom imperativo.

Suspiro, eu não tinha mais forças para argumentar, apenas apanho o telefone, sinto minhas mãos fracas e trêmulas.

-Alô? Senhor Jang? Obrigada por tudo, mas recebi uma oferta de trabalho excelente com uma renda incomparável. Estou me demitindo. É eu sei. Não posso falar por muito tempo. Adeus. -Desligo o telefone e o entrego.

-Sabe S/N, pense neste período como um tempo para viajar em seu eu interior, conhecer ele.

O olho com um desespero profundo, minha vontade era de ser mais uma vítima. Que minha vida fosse retirada em apenas um corte fatal.

Comentem e votem muito para eu continuarrr
-min luhh

My blood bunnyOnde histórias criam vida. Descubra agora