Tudo pode sempre piorar um pouco mais

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Luhan olhou a construção simples, o prédio de quatro andares do subúrbio da cidade com certo desconforto. Então era ali que seu companheiro morava?

Seu pai encostou o carro e saiu esperando por ele. Luhan contornou o veículo e parou ao lado do pai preocupado com a situação deteriorada do lugar, como ele podia trabalhar para uma loba tão rica e ainda assim viver em um lugar tão precário?

A conversa com a anfitriã ainda rodava a sua mente, ela tinha ficado espantada, quase assustada com o fato de seu guarda costas ser o companheiro de um príncipe, ainda mais dele especificamente, afinal a tia dela também foi uma das que enviaram uma petição para que a sobrinha fosse sua pretendente.

Seu pai pediu que ela o liberasse, já que pretendiam convencê-lo a partir com eles, e ela não teve como recusar, afinal, era um companheiro. Ela tinha dado seu endereço e saiu evitando encarar seu pai. Ele ainda estava um pouco bravo e Luhan entedia. A situação significava problemas, principalmente para sua mãe.

Ainda assim, um companheiro, estava cima de outras coisas, era uma ligação sagrada.

—  O andar é o terceiro, quer que eu suba com você, meu filho?

—  Acho que devo fazer sozinho. Ele não sabe de nada, papai.

—  Muito bem, eu vou esperá-los aqui.

Luhan assentiu e atravessou a rua entrando pelo portão sem porteiro. Segurança zero, resmungou consigo mesmo, ele podia ter sido criado isolado em uma torre, mas tinha quatro pais envolvidos com segurança e treinamento de guerreiros, além de seu irmão mais velho e alfa ser um líder nato e praticamente um ninja. Sua irmã já era mais bruta, entretanto via falhas de segurança até em sonhos, ele tinha aprendido algumas coisinhas nesse tempo. E definitivamente aquele lugar parecia perigoso, muito.

Subiu a escadas e finalmente parou em frente a porta do seu humano. Seus ouvidos sensíveis capitaram dois sons distintos ao mesmo tempo e ambos mexeram com sua pisque. O primeiro foi risos infantis, o segundo, vozes de adultos. Um homem, uma mulher.

Seu companheiro tinha uma família? Pelos deuses!

Antes que agisse, a porta se abriu e ele foi obrigado a ver a cena familiar diante dele, uma jovem loira e bonita abria a porta, enquanto seu companheiro segurava uma criança que não devia ter mais de dois anos no colo enquanto outra brincava no chão da sala com um dado de pelúcia.

Sentiu suas pernas fraquejarem, mas se segurou enquanto a garota abria a boca de olhos arregalados e seu companheiro soava assombrado.

—  Você!?

Luhan ficou sem saber o que fazer, ou dizer. O que faria? Pelos deuses, o que faria?

—  Ei fofinho? Você tá bem? Ei Rick, acho que o garoto está passado mal.

Ela o puxou pela mão e o arrastou até a sala fazendo com que sentasse como um boneco sem reação. A criança do chão riu para ele enquanto seu companheiro entregou a criança que estava em seu colo para ela e veio tocar seu rosto como antes, como se de fato estivesse preocupado. Luhan se sentia sem chão. O que ia fazer, ele não podia tirar aquele homem dali, ele tinha filhos! Ele tinha uma esposa! Como o destino era capaz de fazer algo assim com ele? Como?!

—  Rick, o garoto está com febre?

—  Não Fabi, não está, você pode ir agora ok? Ou sua mãe vai ficar brava, ele e um colega de trabalho, eu cuido dele, agora pode ir.

—  Beleza, se precisar só grite! Tchau bebês fofos!

Luhan acompanhou com o olhar atônito ela sair da casa piscando para ele. Que tipo de esposa pisca para outro homem?

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