Corações imperdoáveis

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Acordei me sentindo em paz, foi estranho. Abri meus olhos e me vi dormindo nos braços de Lay, no tapete felpudo de um canto do jardim interno. Sorri. Lay me passava uma dose de tranquilidade que mais ninguém conseguia, apenas Baek chegava próximo, ainda assim não era a mesma coisa... Sangue do meu sangue, talvez? Eu nunca saberia.

— Me?

A voz de Sehun chegou abafada. Arregalei os olhos olhando para o céu, anoitecia... Me levantei com cuidado e fui para a porta, abri e ele entrou. Fechei a porta atrás dele.

— Aconteceu alguma coisa?

— Seus pesadelos passaram para mim - E ele resmungou suspirando. Olhou ao redor e viu Lay, rolou os olhos – Me, sua louca, ele ainda está pós cio, mande ele de volta para a fêmea.

Olhe para Lay e me senti cansada e tensa, eu sabia que deveria fazer o que Sehun mandava, mas eu não queria, por que sabia que Lay não desejava aquilo também. Assim deixei que outra questão que me perturbava a mente viesse à tona.

— Falando nisso, Sehunnie, eu estava me questionando sobre algo, na verdade sobre ela... Ela é aquela criança? Ágata é a criança para quem foi transferida minha marca?

Terminei de perguntar em um sussurro, ele suspirou e foi para a janela oval.

— Ela é, Morgause deixou claro que a impregnou com o sentimento de que foi selada ao nascer, mas na verdade ela tinha três anos. E sim, quando o selo de Lay foi prensado nela, minha velha e morta amiga garantiu que ela também era de outro filho seu. Na época não me perturbei com isso, ela era só um corpo, uma humana qualquer. Achei que os meninos nunca iam encontrá-la.

— Você esqueceu que o destino me odeia, majestade.

— Por que será não é? Você é insuportável, Me.

— Então é isso, ela é aquela criança...

— Eu reconheci pelo cheiro, só Morgause era capaz de completar aquele feitiço. E todo feitiço deixa rastro.

— Mas... Hum, Sehun, você estava mesmo com pesadelos? Nunca te vi deixar Chen sozinho naquele quarto.

— Ele está desconfiado, eu já te disse, e eu não posso mentir para ele, Me, não para ele. Chen é minha vida e você sabe disso, e omitir é doloroso, por isso eu evitei as perguntas e sai de lá alegando que você me pediu para te encontrar aqui antes do pôr do sol.

— Você está me usando Oh Sehun!

— Sempre, assim como você me usa, somos parceiros de crime, minha insuportável serva. Estamos amarrados em milhões de nós até nossa morte.

— Senhor, isso soa dramático, pode parar!

Sehun riu e eu o segui. Droga, ele era divertido. Maldito!

— Dramático e verdadeiro, eu te dei a cama perfeita para se deitar com seus sete maridos em paz, isso seria bem mais difícil longe daqui, você me deve.

— Eu te dei Chen em uma bandeja de prata, você que me deve.

— Você me deve mais.

— Não, calcule nossa conta desses últimos anos e verá que sua dívida é bem maior.

— Tá, chega disso...

E eu me coloquei ao lado dele diante da janela.

— Você acha que Minseok...

— Você ainda o sente?

— Sim, mas é tão fraco agora...

— Estamos todos ligados por esse fio invisível não é...? Eu o sinto, Me, ele está vivo, mesmo que longe – E Sehun pegou na minha mão entrelaçando seus dedos nos meus e me encarou muito sério – Lembra quando eu te disse que o príncipe dos elfos o queria para si e que ele guardaria rancor eterno contra nós dois? Você por ser a companheira dele e eu por ter compactuado com isso? Minseok é o mais valoroso beta desse reino, era o desejo fanático de Aldebran. Ainda é, elfos uma vez que escolhem, não desistem, assim minha preocupação maior é com eles, não com o rei. Eu não queria que Min fosse, mas era a coisa certa a ser feita. Você mais do que eu, sabe que devemos fazer a coisa certa mesmo sofrendo com isso até nosso último suspiro. Contudo eu tenho esperança que ele vá voltar, por que Minseok te ama. Ama os filhos e ficou louco e eufórico sabendo que está grávida de novo. Ele não vai desistir disso, nem mesmo para a morte.

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