Família Complicada

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Henrique percebeu que estava em uma situação delicada e muito fora do seu mundo, quando entrou no hotel pela porta da frente e que estranhamente estava vazio, sem uma alma ao alcance dos olhos. Luhan atravessou o hall e foi para o elevador exclusivo carregando Alex como se tivesse de fato prática. Seu filho, que demorava a se acostumar com estranhos foi para o colo dele como se o conhecesse desde sempre. Era surpreendente.

O pai dele, que sinceramente parecia mais um irmão, por que Henrique tinha que admitir, ele parecia um modelo de revista, era jovem e muito bonito, caminhava ao lado deles em um silêncio calmo, como se fosse algo muito comum ir para um lugar do outro lado da cidade e voltar com um homem e dois filhos. Extremamente comum. Luhan os apresentou tranquilo também e a tranquilidade dos dois começava a enervá-lo, como uma brisa suave antes da tempestade.

Aliás, ele nem teve tempo de se organizar, só pegou o essencial das crianças e seus documentos, colocou na sua mochila de lona e saiu de casa com seu recém companheiro real, para o desconhecido completo. Como estava fazendo aquilo para início de conversa? Era loucura!

O elevador parou e ele soube que estavam na cobertura. Atravessaram o corredor curto e antes que abrisse a porta, ela foi aberta por dentro e dois garotos saíram de lá o encarando por alguns segundos em silêncio, ali, no corredor da suíte presidencial. Então, o mais alto deles, loiro e com cara de um ursinho panda, abriu um sorriso fofo e veio para ele falando em uma linguagem estranha e pegando seu bebê no colo como se ele fosse a coisa mais fofa que já tivesse visto. Lucas riu alto como se adorasse estar no colo estranho e abriu os braços agarrando o pescoço do jovem pálido. A cena era tão fofa e bizarra, já que seus meninos não estavam acostumados a estranhos, como eles estavam agindo daquela forma? Que Henrique pensou se não estava em alguma espécie de sonho entranho.

—  Olha só Gege, como eles são fofinhos!

E o garoto virou seu filho para o outro, de cabelos escuros e mais baixo. Esse sorriu suave e assentiu. Luhan riu baixo.

—  São meus enteados, cuidado com eles! — Luhan disse sorrindo antes de se voltar para Henrique e piscar. Então se virou para os dois jovens e os apresentou — Esse loiro sorridente é meu irmão Tao, e esse outro mais sério é Lay. Ele tem cara de sério, mas é um ursinho de pelúcia, confie em mim.

—  Oi cunhado! — E o loiro piscou para mim antes de se voltar para Luhan — Me dá esse outro bonitinho! Eu quero conhecer meus sobrinhos, eles são tão fofinhos!

E o garoto continuou a paparicar as crianças até ter os dois no colo. Henrique se sentia muito confuso, como eles aceitavam seus filhos assim?

Então o outro irmão disse para entrarem e Henrique entrou pela primeira vez na suíte mais cara daquele hotel. Era de fato luxuosa e ele foi levado até uma poltrona macia enquanto os irmãos de Luhan se acomodavam no outro sofá mais largo com as crianças e o pai deles, entrava em outro cômodo.

—  Está com fome companheiro?

Luhan se sentou aos seus pés, e o fitou erguendo a cabeça suave. Henrique estremeceu, ele não podia fazer nada, sabia que estava perdido, como aquele garoto tinha aquele tipo de efeito nele? Sacudiu a cabeça levemente tonto.

—  Não, eu jantei e as crianças também, antes de você chegar. Mas elas devem estar com sono...

Ele buscou suas crianças com os olhos e ambos já dormiam no colo do irmão loiro. Uau, ele era anos luz melhor do que a babá.

—  Estavam mesmo, vou colocá-los na cama enquanto meus companheiros não chegam, ok cunhado?

Ele deve ter feito a pergunta de forma retórica, por que logo saiu da sala com os dois sendo seguido pelo outro irmão em silêncio.

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