Dois, três, muitas vezes mais...

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Kris percebia como ela lutava internamente e sorriu. Sua companheira era leal, muito bom. Ele se afastou um pouco e se sentou na cama, sem dar as costas para ela, afinal se fizesse, ela saberia. Cruzou os braços e a olhou dos pés as cabeça.

—  Não vai me querer mesmo?

—  Não sente vergonha, alfa? Está traindo seu irmão.

—  Eu nunca trairia nenhum dos meus irmãos, nem ninguém da minha família. Eu sou tão leal quanto você.

—  Não parece.

—  Vem aqui, fêmea.

E ele a chamou com a mão. Ela o encarou furiosa.

—  Não.

—  Olhe meu corpo mais atentamente.

—  Não.

Sorriu de novo decidido a mostrar logo sua marca. Se levantou da cama, se virou e deixou que ela visse seu nome na pele dele em letras garrafais, em toda a suas costas adornadas por símbolos antigos.

—  Não!

—  Você fala não, demais, companheira.

Se virou de novo e voltou a prensá-la na parede.

—  Agora que sabe que tenho tantos direitos quando Lay, vai relaxar?

—  Kris...  – E ele ouviu a voz chocada do seu irmão. Ela o empurrou se afastando rápida até o outro lado do quarto e ele se voltou para o irmão que entrava trazendo uma bandeja de café para ela – Você também?

—  Sim Lay, eu também.

—  Pelos deuses!

E Lay deixou a bandeja de lado e se sentou em uma poltrona perto da cama com os olhos cravados nela.

—  Você está bem Ágata?

—  Seu irmão está quase nu no seu quarto comigo e você está preocupado com isso?

—  Ele é seu companheiro também, desde que seja em comum acordo, por que eu teria problemas? Mas se não quiser isso, então ele sairá daqui, certo Kris?

—  Eu já disse isso a ela. Ofereci meu corpo para ela tirar as frustrações, nada além disso.

—  Como você pode falar assim!

—  Ágata, não grite.

—  Isso, companheira não grite, só se for na cama  – E Kris sorriu ainda mais quando ela pegou um vaso de canto e espremeu nas mãos, ele sabia que era o alvo – Esse vaso é o preferido de Lay, não o quebre.

Ela olhou para seu irmão que suspirou e deitou a cabeça no encosto do sofá, ele parecia cansado, estressado e Kris não o culpava, Lay devia estar com a mente funcionando como louca em busca de respostas. Ele se voltou para a fêmea brava.

—  Seu companheiro precisa descasar, ele está estressado. Cuide dele, ao menos. Bom sono, meu irmão.

E ele foi para a porta. Sabia que deveria sair, uma coisa era provocar a fêmea para distrai-la, outra era causar transtorno ao seu beta.

—  Kris?

—  Sim.

Ele se voltou para Lay que o encarou aflito.

—  Não posso lidar... Sozinho, por favor.

O olhar do irmão era um pedido silencioso. Kris assentiu.

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