Chapter 24 » Guarda as trevas

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➤ Alyssa Daltton.

Encosto minha cabeça no travesseiro fino que estava sobre a cama e fecho os meus olhos lentamente vivendo a vazia escuridão, que nesse momento, tomava conta de mim.


[...]

Acordo com um barulho de metal batendo, abro os olhos devagar e percebo que já estava de manhã. Sento-me desajeitada na cama e sinto um pontada de dor fina nas costas - pelo o que me parece esse colchão duro, não fez nada bem a minha coluna, olho para o lado e sinto meu pescoço estalar, grune de dor. Desvio minha atenção para uma senhora com roupas de guarda, ela segurava três pratos com comida nas mãos.

Ela coloco os pratos no chão e sai, Lauren levanta e pega dois deles, levando um pra katy, que fazia artesanato com alguma coisa, que so depois descobrir ser ossos de pássaros que ela mesma matava, katy me assustava.

Relutante, caminho até proximo da grade e pego o prato de plástico, volto para cama e sento colocando aquilo no meu colo, encarei aquela papa completamente branca, me perguntando que gosto teria aquilo.

─ Pode comer, é ruim, mas é o que temos. ─ Katy afirma.

─ Estou sem fome. ─ dou um sorriso cínico e ela revira os olhos.

─ Está com saudade dele? ─ Lauren pergunta e eu levanto uma sobrancelha.

Como assim saudade dele?

─ De quem você ta falando? ─ pergunto e frazo o cenho.

─ O bonitão mistérioso que venho te vistar ontem, você já estava dormindo quando ele veio. ─ ela diz me fazendo lembrar da única pessoa que tem esse perfil.

─ Eu não conheço ninguém assim. ─  disfarço.

─ Bom, eu tenho certeza que a visita dele não foi pra mim, quem dera um bonitão daquele vinhesse aqui me ver. ─ Katy diz e sorrir, Lauren faz a mesma coisa.

─ Não seja boba, nós vimos o jeito que ele te olha Allyssa! ─ Lareun fala enquanto me lança um olhar  malicioso, e eu reviro os olhos.

─ Que horas são? ─ respiro fundo, tentando mudar de assunto.

─ Segundo aquele relógio... ─ Katy aponta para a parede fora da cela. ─ Faltam dez pra sete.

Segundo as minhas contas já faziam 24h que estava nesse lugar, eu fui presa injustamente sem ao menos poder me defender, enquanto o verdadeiro assassino está andando por aí e logo fará outra vítima.

A noite se aproximava devagar, como se estivesse brincando com o meu desejo de que o dia acabasse o mais rápido possível. Katy e Lauren dormiam do outro lado cela, a temperatura do lugar caira drasticamente a cerca de meia hora a trás, me fazendo ter arrepios constantes por todo meu corpo, a cada minuto eu me sentia mais frágil e indefesa, eu odeio me senti assim.
Me cubro com uma mata que estava perto cama, mas não adiantava de nada, pois minhas mãos continuavam geladas e minha pele fria e pálida, cubro minha cabeça com um coberto e me deito na cama ficando enrolada em uma bola de panos, respiro fundo e fecho os olhos, mas logo abro quando ouço um pegarreio do lado de fora da cela, abaixo o coberto até o nariz podendo ver o guarda que me olhava de forma curiosa.

─ Allyssa Daltton? ─ o homem alto indaga, sem se importa se iria acorda as outras duas garotas.

Assinto sem me dá o trabalho de falar.

─ Me acompanhe. ─ ele diz e eu levanto com um pouco de receoso, eu deveria está com medo?

Me aproximo da grade e o guarda abre a cela enquanto eu o olho com um expressão de preocupação misturada com ansiedade, ele dá passagem para que eu saia e assim eu faço, logo estou caminhado pelo o corredores acompanhada dele.

─ Aonde está me levando? ─ pergunto um pouco baixo, ele apenas suspira e vira o corredor, e eu o sigo.

─ Parece que alguém pagou sua fiança... ─ ele diz e eu arregalo os olhos, quem fez isso? Meus pais não tem dinheiro o suficiente pra pagar uma fiança.

Assim que nos aproximamos da sala do delegado, sinto meu estômago revirar, provavelmente vou encontrar a senhora Roselle e Senhor Adam, me encarando um olhar mortal, por ter feitos eles passarem por isso, apesar da culpa não ser relamente minha.

Quando a porta é aberta meu queixo quase foi ao chão, meu pai não estava alí, apenas minha mãe ao lado de...Shawn!

Os olhos da minha mãe pousam em mim, e então percebo o quão inchados e vermelhos estavam, me sinto mal por vê-la nesse estado, mesmo sabendo que eu não fiz nada para parar aqui. O semblante de Shawn ainda era o mesmo, frio e distante, ele ainda usava o mesmo terno e chapéu de sempre, seu olhar para em mim e me encara como se estivesse me dando uma bronca mentalmente, o que foi muito estranho.

Caminho até onde eles estavam, minha mãe reluta, mas logo me envolve em um abraço apertado, que pos alguns segundos me fez esquecer de onde estávamos. Quando ela me solta, o delegado diz que isso não estava acabado, que estava longe de ter um fim, então ele nos manda embora e me dá alguns avisos, e logo depois saimos de sua sala.

Caminhamos até a saida em silêncio até que alguém se pronuncia.

─ Shawn pagou sua fiança. ─ minha mãe diz e olha para nós dois, e eu respiro fundo.

─ Porque você fez isso? ─ pergunto em um tom rude.

─ Ally! ─ minha mãe engasga. ─ O que deu em você?

─ O que deu em mim? ─ pergunto ironicamente. ─ Desde que esse cara apareceu minha vida se tornou um inferno! Talvez você não tenha culpa disso ou talvez tenha, sim. Você só me trouxe azar! Por que não desaparece de uma vez!? ─ despejo tudo que vinha acontecendo nas últimas semanas em Shawn, minha mãe me olhava incrédula, ja ele tentava controlar a raiva que transparência em seu olhar.

Encaro Shawn a última vez sentindo o ódio me corroer, e então começo  andar o mais rápido possivel na direção de lugar nenhum, eu não sabia pra onde iria, eu so queria um tempo pra pensar, pois talvez eu tenha feito a maior besteira da minha vida. Enquanto meu subconsciente grita que sou engrata, as lagrimas caem descontroladamente pelo o rosto, sinto meu coração aperta e na minha garganta se forma um nó, eu estava sozinha nas ruas vazias de Bradford, eu me sentia impotente e mal, por saber que nunca encontraria em alguem aquilo que eu tanto anseiava; a paz.

Paro em uma esquina e olho para ambos os lados, eu estava afundada em uma grande solidão, e talvez ninguém pudesse me tirar dela. coloco as mãos na cabeça e choro, me encosto em uma parede com desenhos pixados e deixo o meu corpo escorregar até encontrar o chão, onde fico encarando a escuridão da noite, na hora em que segundo algumas crenças, guarda as trevas.

Não Abra A Porta Para Estranhos ➤ Shawn Mendes↳Adaptação↲Onde histórias criam vida. Descubra agora