Chapter 65 » Incógnitas

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➤ Alyssa Daltton.

Durante o dia eu não fiz muita coisa além de dormir em vários intervalos de tédio, e quando eu acordava observar aquela foto. Eu ainda não havia recebido outra visita do meus familiares, mas eu já conseguia reconhecê-los, Christian tinha razão, minha memória estava voltando, era como se fosse um quebra-cabeças que se monta aos poucos, ou quase isso. De qualquer forma, eu estava progredido, mesmo que lentamente. As memórias mais antigas viam com mais facilidade, eu podia me lembrar dos meus pais, do meu irmãozinho, da nossa casa, mas também haviam coisas vagas como a sensação de me afogar, um par de olhos, tão azuis quanto safiras, e um homem, sempre o vejo quando durmo, na maioria das vezes era bastante confuso.

Saio dos meus pensamentos ao ouvir a chuva cair do lado de fora, já estava de noite e eu estava cansando de estar naquele quarto, na tv passava uma novela mexicana que não me interessava, eu precisava sair daquele lugar nem que fosse por um segundo.

Com certo esforço me arrasto para fora da cama desejando que nem uma enfermeira me visse, meu ombro machucado lateja e apesar de incomodar ignoro, caminho vagamente até as janelas, eu deveria está no primeiro andar já que não era tão alto assim, chovia forte e havia muito névoa, mas eu conseguir ver o estacionamento, fora isso havia apenas a calçada e alguns bancos rodeador de arbustos mal cuidados, vez ou outra alguns carros passavam, deveria ser os fundos do hospital. Abrir a janela e senti brisa gelada trazer respingos de água, encolhe o corpo com o frio, mas não era ruim, fechei os olhos e respirei fundo, deixei o ar daquela noite penetra em meus pulmões, me fazendo sorrir um pouco, um chocolate quente cairia bem agora.

Assim que abro olhos, me deparo com algo que me faz congelar. Na calçada, imóvel, havia homem alto com roupas de enfermeiro, ele segurava um guarda-chuva escuro e um buquê de flores. Fechei as janelas rapidamente, sentindo meu ombro doer, voltei para cama e me sentei meio anestesiada, sem sombra de dúvidas, era o enfermeiro mais estranho que já havia visto.

E antes que eu pudesse reformular meus pensamentos, a porta do quarto é aberta bruscamente me causando um pequeno infarto por dentro, ergo os olhos e vejo uma garota parada ao pé da porta. Seus olhos me encaravam com um misto de medo e expectativa. Ela usava um vestido como o meu e tinha as mãos sobre uma estaca de metal com rodas e uma bolsa de soro na ponta. Seus cabelos negros chegavam a quase cobrir seu rosto pálido.

Nos encaramos pelo que pareceu uma eternidade. Ela apenas estava ali, imóvel, como se eu fosse algo surreal naquele momento, até que finalmente, a garota se põe a falar.

— Olá, Ally... — pausa — Eu ouvir dizer que você perdeu a memória, então acho que vou ter que me apresentar de novo. — ela sorrir. Um sorriso meio magoado. — Meu nome é Camila.

A encaro por alguns segundos tentando reconhecer o seu rosto.

— Eu não conheço você, desculpe. — digo desapontada.

— Não se preocupe, não espero que se lembre. Na verdade, fico feliz por isso. — ela sorrir.

Não era um sorriso que expressava felicidade, mas alívio.

— Nós somos? — pauso procurando a palavra adequada. — Amigas?

A vejo rir, mas timidamente.

— Digamos que sim. —  Ao colocar uma mecha de cabelo a trás da orelha, percebo uma mancha roxa que se estendia ao logo do lado esquerdo do seu rosto.

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⏰ Última atualização: Jan 21, 2022 ⏰

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Não Abra A Porta Para Estranhos ➤ Shawn Mendes↳Adaptação↲Onde histórias criam vida. Descubra agora