Chapter 33 » Durma, pequena Ally.

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➤ Alyssa Daltton.

─ Como chegou aqui? ─ pergunto.

─ Escada. ─ ele aponta para uma escada de madeira, posta ao seu lado.

─ Bem, de qualquer forma, não quero falar com você. ─ viro o meu rosto na direção oposta dele.

─ Ally...me desculpa por ter agido com uma 'comadre fofoqueira'... ─ ele fala a última parte de forma engraçada, me fazendo prender o riso. ─ Mas sua mãe estava preocupada, e tive que contar o que vir.

─ Não ajudou muito. ─ reviro os olhos.

─ Sim, eu sei. ─ ele suspira. ─ Não quero que pense que eu fiz de propósito.

─ Eu não estou pensando nada, Shawn. ─ bufo.

Ficamos em silêncio por longos minutos, estavamos apenas alguns centímetros de distância um do outro, mas não nos olhávamos. Tudo que eu queria era ficar só, Shawn agia como se ele não tivesse feito nada demais, e seu falso arrependimento me deixava com mais raiva ainda.

─ Você disse que Justin era seu único amigo, e quanto a nós? ─ ele pergunta.

─ Amigos de verdade, protegem um ao outro. ─ resmungo.

─ Caramba, Ally! ─ ele chuta uma parte do telhado, me assustando. Era a primeira vez que ele falava tão rude assim, comigo. ─ Eu só quis te ajudar. Aquele cara não me parece uma boa companhia.

─ Não importa! Eu gosto dele e você não tinha o direto de se meter nisso. ─ o encaro brava.

─ Claro, afinal, ele é seu namoradinho, não é? ─ ele fala de forma sarcástica.

─ Sim, ele é. ─ assinto séria.

─ Mas parece que sua família ainda não sabe, Allyssa. ─ ele solta um sorriso cínico.

─ Se eles sabem ou não, você não tem nada haver com isso. ─ me aproximo mais ainda dele.

─ Você é tão... ─ Shawn sussurra.

─ Tão? ─ o desafio continuar.

─ Cabeça dura. ─ ele suspira.

─ Não fale assim de mim, senhor Mendes! ─ digo me afastando dele.

─ Desculpe. ─ ele olha para o céu e em seguida para o seu relógio. ─ Eu preciso ir, boa noite Ally.

Ele caminha até a escada e desce, mas não vai para o galpão. Respiro fundo e volto para dentro do quarto, sem me importa em fechar a janela, vou até a cama e me deito, se enrolando sobre as cobertas e apagando o abajur em seguida, fecho os olhos e logo durmo.


[...]

Acordo com uma brisa gelada sobre o meu rosto, me fazendo abrir os olhos lentamente. Me movo na cama, até que algo me chama a atenção, no centro do quarto, a apenas um metro de distância da cama, estava alguém em pé. Aparatemente era um homem, apenas a sua silhueta era visível, ele usava um chapéu muito parecido com o de Shawn, porém as roupas que ele usava eram mais "mordenas". Mas o que me intrigrava eram os seus olhos, tão azuis, que eu poderia me perder neles facilmente.

Ele se aproxima devagar, enquanto eu me encontro num estado de choque. O homem se ajoelha proximo a minha cama, porém seu rosto não estava completamente visível, ele coloca sua grande mão sobre os meus olhos, me fazendo fecha-los , sinto ele se aproximar do meu ouvido.

─ Durma, pequena Ally. ─ ele sussurra e tira a mão do meu rosto.

Após alguns segundos de tensão abro os olhos e ele não estava mais aqui, mas eu ainda me sentia obervadada, e apesar de está só no quarto, eu sentia que não estava realmente.

Sem a mínima vontade de me levantar, me viro para o lado e me cubro completamente, enquanto tento controlar minha respiração descompassada, fecho os olhos e volto a dormir.

Acordo pela a manhã, mais cedo do que eu esperava. O dia estava lindo, o sol reinava em um céu livre de nuvens, os pássaros voavam como se estivessem apostando corrida entre em si, tudo parecia perfeitamente bem, sento na cama e começo a pensar sobre o que aconteceu ontem, deve ter sido um sonho tosco, mas então noto algo no chão que me chama atenção, era um chapéu.

Pego aquele chapéu imaginando a única pessoa que poderia ter deixado ele alí.

Caminho até a porta e abro, saindo em seguida, começo a andar pelo o corredor, até descer as escadas e chegar no andar de baixo, pelo o silêncio que fazia presumir está sozinha, caminho até a porta do fundos e saio em seguida, andando em passos pesados na direção do galpão, ao chegar bato na porta com força, sem me preocupar com o indivíduo dentro do lugar. Logo a porta é aberta, revelando um Shawn com  sapatos sociais, uma calça de tecido e uma camisa aberta, seus cabelos estavam bagunçados e sua voz rouca.

─ Ally, o que está fazendo aqui tão cedo? ─ ele pergunta.

─ Vim pergunta o que é isso? ─ falo mostrando o que eu segurava.

─ Um chapéu? ─ ele fala obviamente.

─ Não, é o seu chapéu. ─ falo dando ênfase em "seu" enquanto jogo o objeto em seu peito.

─ Meu?

─ Sim, seu! Você entrou no meu quarto ontem a noite, e deixou isso lá pra me assustar, sei que você ficou com raiva do que eu disse, mas o que você fez, foi muito infantil.

─ Não, eu não... ─ ele para como se tivesse lembrado de algo. ─ Que droga! ─ ele exclama baixo. ─ Ally, você viu alguém, ontem a noite no seu quarto?

─ Sim. Tinha alguém lá, parecia com você, a não ser os olhos... ─ falo me lembrando desse detalhe.

─ Ele fez alguma coisa? ─ ele pergunta preocupado.

─ Não, porque tantas perguntas? O que ta acontecendo? ─ pergunto começando a ficar apreensiva.

─ Nada demais, não se preocupe, apenas vá pra casa e fique lá, ok? ─ ele diz calmo.

─ Ok. ─ respondo e volto para casa, um tanto confusa.

Vou até o quarto e em seguida ao banheiro, lavo o rosto e faço minha higiene matinal, mas sem tirar o ocorrido da minha cabeça, ao sair do banheiro vou até o relógio e vejo que ainda faltava duas horas, para eu ir a escola, mas então penso que ainda faltava algumas coisas pra serem resolvidas, aonde todos estavam?

Vou até a cozinha  e procuro com atenção, até encontrar um bilhete na geladeira.

"Fomos ao mercado, para um promoção especial, voltamos logo, mamãe xx."

Suspiro ao saber que eles estavam bem, encho um copo de leite e vou para a sala, ligando a tv em seguida.

"Duas semanas sem assassinatos, será que o serial killer deixou nossa cidade?"

Essa era matéria do jornal matinal, pelo o menos começamos o dia com uma notícia boa, dou um gole no leite e continuo assistindo, até que a tv se fechar sozinha, mas uma queda de energia.

─ Ótimo! ─ exclamo decepcionada.

Sem o mínimo de conhecimento nessa área e sem vontade de levar um choque, resolvo esperar que a nergia volte sozinha.

─ O que tem de errado com essa casa?
─ resmungo lembrando das tantas vezes que isso aconteceu.

Levanto e vou para a cozinha, deixando o copo encima do balcão, ao voltar para a sala, vejo algo escrito no monitor da tv, mas que porra era aquela?

"Está com medo, querida?"

A frase estava desenhada com a mesma letra do banheiro, tudo igual.

***

Tentarei postar outro cap mais tarde ❤❤
Obrigado mais uma vez pessoal.

Não Abra A Porta Para Estranhos ➤ Shawn Mendes↳Adaptação↲Onde histórias criam vida. Descubra agora