Chapter 64 » Desperte

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➤ Alyssa Daltton.

Meus olhos permaneciam vidrados no teto branco daquele quarto, como se de alguma forma aquilo fosse extremamente interessante, mas não era.

Desvio meu olhar para janela a minha direita, a rua lá fora estava escura e sem movimento apenas alguns postes serviam como iluminação, eu não sabia exatamente que horas eram ou que dia era, e mesmo se eu quisesse pergunta não iria obter nenhuma resposta, nem dos médicos ou mesmo de mim. Não havia ninguém que soubesse meu nome. Por mais que eu tentasse me lembrar de algo, nada concreto vinha em minha mente, era como um vazio, que me trazia uma única coisa, Ele. O homem que vi na sala de cirurgia, quem era ele e porque eu só consigo me recordar disso?

Eu tentei sentir afeição por ele, mas era como se eu fosse uma pedra, imune a qualquer sentimento, além da dor no ombro esquerdo, não havia por quem ou pelo quê o chorar. Os médicos me disseram que eu levei um tiro e que de alguma forma tive uma hipotermia grave, que me trouxe uma amnésia, por isso não posso me lembrar de nada e nem eles podem me dizer quem eu sou.

Porque alguém tentaria me matar?

Eu me perguntei isso tantas vezes que sinto que vou explodir, respiro fundo pondo as duas mãos sobre rosto, sentindo o acesso do soro mexer no meu braço direito, eu não posso ter sido alguém ruim, se eu fosse saberia disso. Tiro as mãos rapidamente do rosto quando ouço a porta do quarto ser aberta bruscamente, dando passagem para um homem alto entrar, ele para na porta e me olha com os olhos marejados, levando uma das mãos a boca, como se quisesse impedir que um grito deixasse seus lábios, agarro o lençol hospitalar enquanto o encarava, logo atrás uma mulher entrou acompanhada de uma criança, um garoto.

— Allyssa!— o garotinho diz quebrando o silêncio, ele corre em minha direção meio nervoso e me abraça, seus pequenos braços se enrolam no meu corpo, enquanto eu permanece parada, confusa com sua reação.
O homem vem em minha direção, enquanto a mulher o acompanha claramente preocupada.
O garoto continuava a apertar meu corpo, enquanto um turbilhão de coisas se passava pela a minha cabeça.

Allyssa?

Eu estava tentando acompanhar tudo, mas era como se isso tudo estivesse em câmera lenta, mas apenas na minha mente.
— Olá querida... — disse a mulher.
— Estávamos tão preocupados com você...— foi a vez do homem.
— Mamãe e papai me disseram o que aconteceu com voc... — foi exatamente ali que eu parei de ouvir.

Mamãe e papai? Olho para o casal que estava se abraçando de lado, eu me sentia meio tonta, afastei o garoto do meu corpo e pus as mãos na cabeça.

— Tá tudo bem? — perguntou a mulher mudando de tom, ela estava ao meu lado mas nesse momento parecia está a quilômetros de distância. — Allyssa-ssa-ssa... — ela chamou outra vez distante.

Sinto o meu coração acelerar e minhas mãos gelarem, agarro a barrar de ferro ao lado da maca sentido meus pulmões se esforçarem para conseguir uma mísera molécula de oxigênio.

— Eu não consigo... não consigo respirar... — levanto a cabeça, enquanto alguns fios de cabelo caem sobre o meu rosto. A mulher começou chamar pelos os médicos enquanto o garotinho correu para o homem e afundou o rosto contra sua barriga.

Meu peito ardia, eu me esforçava para respirar mais não havia ar, sentir meu corpo deitar sobre maca involuntariamente e aos poucos minha visão foi escurecendo até que eu não pude ouvir mais nada.

[•••]

Eu pisquei duas vezes antes de entender que estava acordada, olhei para os lados e ainda estava naquele quarto mas dessa vez pude ver claridão do dia lá fora, sento na maca e passo aos mãos pelos os olhos sentindo uma dor de cabeça horrível.

Não Abra A Porta Para Estranhos ➤ Shawn Mendes↳Adaptação↲Onde histórias criam vida. Descubra agora