Capítulo 04

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A adrenalina tomava conta de meu ser e impedia a minha mente de dizer-me o que fazer. Eles seguram-me sem dar chance de escapatória e meus pulsos doíam da tamanha força que fazia sobre eles.

—Soltem-me agora! –Resmungo.

—Que bela jóia! –Gargalha e aperta as minhas bochechas de uma maneira bruta.

A situação pedia uma medida drástica a qual teria de fazer,então cuspo em sua face, algo que destrai os seus companheiros e possibilita-me correr e tentar fugir. Meus cabelos ao vento não negavam o quanto estava a correr,mas logo perco o meu fôlego,pois nunca havia feito algo assim.

—Ali está ela! –Gritam e me avistam encostada em uma árvore.

De início, não havia notado as suas presenças,mas espanto-me ao receber, do lado de minha cabeça, uma flecha que quase me acerta,assim percebo que não estavam de brincadeira.
Forço-me a correr novamente,não poderia desistir de tentar.
Em desespero, não me atento ao caminho o qual estava percorrendo,então em um tombo,caio ao chão e o meu joelho que antes estava em apenas um arranhão, agora sangrava incessantemente.

—Eu não acredito! –Digo a mim mesma.

Conseguia escutar suas vozes sob as folhas das árvores e o som de seus passos alastrarem-se pelo chão.
Uma montanha bloqueiava o meu caminho,apenas conseguia ver uma pequena fresta por entre as rochas.

—Atrás dela!

Sem pensar muito, espremo-me até conseguir pela fresta passar. Tudo estava em total escuridão e o medo toma conta de mim,mas não me deixo abalar.
Não conseguia enxergar o que estava em minha frente,então estava apavorada,porém me apavoro ainda mais quando percebo que aquelas pessoas também haviam entrado pela fresta da montanha.

—Olhem onde pisam! –Um deles diz.

Respiro de uma maneira devagar e impesso-me de fazer qualquer som... O que menos queria era a atenção deles sobre mim. Continuo a avançar com cautela e da escuridão já havia saído,mas em minha frente estava um precipício, e então fico encurralada.

—Nós estamos vendo você! E vamos lhe pegar! –Diz com uma voz maléfica.

Meu coração se acerela ao ver suas sombras se aproximando até que a luz ilumina os seus rostos.

—Aí está você!

Afastava-me,mas qualquer erro que fizesse poderia cair e sentir o impacto das rochas que esperavam-me ao fundo.
O líder deles chegaria até mim logo,mas é impedido com o grito de seus companheiros que são puxados brutalmente para dentro da escuridão,assim esvutávamos os seus gritos agonizantes.

—O que está acontecendo?–O líder pergunta. —Charlie!? Christopher!? –Aproxima-se da entrada a qual chega perto do escuro.

Ele averigua os arredores e não vê nada,mas quando vira-se novamente até mim é puxado violentamente para dentro,apenas pude ver as grandes garras que rodearam o seu corpo antes de ser puxado.

—Meu Deus! –Elevo a mão até a minha boca.

Por um momento fico aliviada,mas percebo que teria que adentrar aquela escuridão para sair daquele lugar,pois seguir em frente não era possível e seja lá o que há no escuro ainda estava lá. Conseguia ouvir grotescos barulhos que vinham daquele lugar, então respiro fundo e em um impulso adentro.
Rapidamente começo a correr e quanto mais corria mais ouvia barulhos das garras que arranhavam as rochas. Pelo caminho, pisava em algo um pouco quebradiço e temia pelo o que poderia ser.
Os grunhidos estranhos não cessavam,mas alegro-me ao ver a saída.
Com velocidade, consigo sair,mas pude ver a mão esbranquecida e garras daquela criatura que ao atingir o raio do sol queima-se e recua novamente para dentro.

—O que são essas coisas? –Digo ainda recuperando-me do que presenciei.

Mesmo já salva, não poderia abaixar a guarda e apresso-me para voltar a cabana. Os pássaros estavam agitados,mas a floresta estava quieta.
Olho ao meu redor e sem atentar-me esbarro em Antony.

—Onde esteve? Eu lhe disse que é perigoso sair sozinha. –Repreende.

—Havia homens e algo que não sei o que era... Aquilo matou eles? –Desespero-me.

—O que exatamente você viu Chloe? –Antony pergunta seriamente.

—As criaturas!

Sua expressão facial muda rapidamente,mas nossa conversa é interrompedida por um barulho de cavalos. Nós nos abaixamos para que assim não nos vissem,mas um jovem com o brasão da fronteira norte desce de uma das carruagens. Ele era loiro e seus olhos azuis os quais pareciam procurar algo.

—Princesa Chloe! –O jovem gritava.

—Príncipe Jackson! Ela não estará aqui! Volte á carruagem. –O guarda diz e ele o fez.

Minutos após saírem, percebo que aquele bonito rapaz era o qual queriam casar-me e ele estava a minha procura. Era provável que depois de saber sobre a minha fuga colocou-se a procurar.
Afasto-me dos meus devaneios ao olhar para Antony que olhava-me com olhos furiosos.

—O que houve? –Pergunto sem entender.

—Aquele homem disse "princesa". –Encara-me. —Diga-me sem mentiras... Você é uma nobre ou não é? –Pergunta-me, e pela maneira que o fez não desistiria até obter a resposta.

Liberta-meOnde histórias criam vida. Descubra agora