Capítulo 15

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A noite deu lugar para o dia assim como a escuridão foi coberta por luz e todos os barulhos foram embora com a chegada da mesma. Todos começaram a acordar, menos eu que não conseguira dormir devido a ansiedade que me consumia.
A voz de meu pai continua falha e a sua pele estava muito pálida.
O sangue que saía de seu corpo parecia ter coagulado e eu já não sabia o que fazer.

— Pai!? — inquieta chamo pelo seu nome.

Lentamente observo os seus olhos se abrirem e sinto um alívio ao notar que ele ainda está ali. Estava quase desfalecendo, mas meu pai ainda estava vivo e eu estava disposta a fazer de tudo para que permanecesse assim.

— Consegue se levantar? — pergunto e o mesmo tenta, mas sua tentativa foi falha.

Antony que já havia se recuperado envolve o braço do rei sobre o seu ombro para que pudesse lhe apoiar.

— Eu já não lhe conhecia antes? — o rei pergunta duvidoso.

— Acredito que não, vossa alteza! — Antony diz relutante.

Arrumamos nossas coisas e logo estávamos prontos para partir.
A manhã escondia as marcas da noite anterior que se alastraram.
Não havia nem sinal daquelas criaturas, pois elas costumavam aparecer quando o escuro fosse promissor, todavia, quando nos aproximamos do local onde a batalha fora travada é notória apenas as marcas das garras marcadas em rochas e árvores, além de sangue espalho por todo lugar.
Como eu havia imaginado, os corpos já não estariam, uma vez que descobri o seu covil cheio de corpos das pessoas as quais atacavam; então era de se pensar que o mesmo iriam fazer com os soldados.

— Mérida! Nos ajude, por favor. — digo gritando pelo seu nome para que socorra o meu pai ferido quando chegamos no castelo.

O castelo já estava desprotegido, pois a maior parte dos guardas foram mortos naquela noite e foram deixados apenas dois deles para proteger a entrada; o que não imaginaram  era o quão sortudos foram em ficar.

— Ajudem! O rei está ferido. — Antony diz.

E dessa vez Mérida e os outros dois guardas surgiram para nos ajudar.
O rei foi colocado em seu aposento e os curandeiros foram chamados.

— Eu nunca havia visto um ferimento igual. — um deles diz.

Fizeram o que puderam e o rei agora descansa juntamente com os guardas para a sua proteção. Mas ruídos são ouvidos do lado de fora do castelo; pessoas revoltadas em protesto contra o reino.
Aproximo-me da varanda para averiguar do que se tratava.

— Cadê o meu marido? — uma mulher que segura uma criança diz em prantos.

— O que fizeram com o meu pai? — um jovem homem esmurra a porta do castelo.

— Queremos a nossa família de volta! — choravam incessantemente.

E então logo percebi que aquela multidão em fúria estava ali para conseguir uma explicação sobre o que havia acontecido com os soldados que partiram conosco, pois não os viram retornar.
É lamentável ver a dor no olhar do meu povo e não ter como realmente consolá-los.
Decido sair pela porta do castelo e para a minha proteção Antony me segue.

— É a princesa! — assustam-se, pois não pensavam que alguém da realeza iria se pronunciar abertamente.

Respiro fundo e tento encarar os olhares ansiosos, medrosos e desamparados que estavam estampados em suas faces.

— Caros cidadãos da fronteira sul! Peço-lhes que me escutem com total atenção. — tento segurar as lágrimas e Antony segura a minha mão encorajando-me.

Liberta-meOnde histórias criam vida. Descubra agora