Capítulo 16

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Aquelas palavras escritas por minha mãe não podiam fazer algum sentido, uma vez que aquelas criaturas não possuíam quaisquer resquícios de amor dentro de si. E novamente encontrei-me assustada e confusa.
Seguro a sua carta em mãos e é como se eu realmente pudesse senti-la perto de mim... Como se ela soubera que eu viria aqui algum dia em busca de respostas e a mesma estava me esperando.
Apesar da situação, consigo sorrir  ao ter sensações calorosas depois de tudo.
Entendo que estou amaldiçoada, mas será que os meus poderes podem ajudar? Já que estes afastam as criaturas por um período de tempo. Para que eles servem se estes não são verdadeiramente para me salvar?
Perdida em meus devaneios permaneci.

— Você está bem, Chloe? — Antony diz se aproximando de mim.

— Eu já não tenho certeza! Já não sei no que acreditar. — suspirei.

— Tudo vai terminar bem, acredite. Nós vamos encontrar uma maneira de acabar com essa maldição. — lança-me um olhar tranquilizador.

Eu estava completamente atordoada e talvez até mesmo desperançosa, mas eu não quero desistir... Não posso.

— E se o único jeito for a minha morte? — deixo algumas lágrimas caírem.

— Do que você está falando?

— Se a maldição é passada por herança e eles apenas apareceram depois dos meus dezoito anos; se eu morresse talvez eles também desapareceriam e a paz poderia reinar por esta terra que apenas presenciou a dor.

— Por favor! Jamais volte a repetir isso. Eu não permitiria.

Minha cabeça que estava baixa é erguida e sou puxada para um abraço.

— Nada de mal vai acontecer com você, Chloe. — ele diz.

Permanecemos assim por um tempo, mas em nenhum instante meus pensamentos eram desviados dos meus objetivos e o meu temor pela minha morte.
Passos rápidos são ouvidos vindos da entrada da biblioteca e logo nos afastamos.

— Mérida!? — assusto-me ao vê-la.

— Menina! O rei precisa falar com você urgentemente. — fala quase sem fôlego. — É bom você acompanhá-la, menino. — refere-se a Antony.

— Acalme-se! Estamos indo. —dizemos.

Mérida é a primeira a retornar. A maneira em que chegou denúncia ser algo sério e eu não sabia do que se tratava.
Antony segura a minha mão guiando-me até a porta, mas antes que o fizesse sinto um pressentimento peculiar.

— Vá na frente! Eu apenas quero averiguar algo. — digo olhando a carta que ainda estava em minha mão.

— Não demore tanto e se cuide. — Antony diz e eu confirmo.

Quando enfim estava sozinha direciono o meu olhar para o papel. Não entendia o porquê, mas algo forte me instigava a procurar por mais pistas, talvez algo que só eu pudesse ver.
Então, envolvida por esta adrenalina e emoção meus olhos brilham levemente e as palavras que estavam escritas antes, desaparecem e em seu lugar outra mensagem estava escrita.

Chloe! Se estiver lendo isso é porquê você fez o que eu queria que você tivesse feito.
Eu não podia arriscar que outra pessoa encontrasse isto e lesse... Poderia ser perigoso, mas alegro-me por tê-la feito ler.
As respostas que você procura, minha filha, está no vilarejo que a nossa ancestral ateou fogo; dele resta apenas as cinzas, mas acredito que você entenderá o propósito que digo-lhe isto.
Leve a única coisa que deixei para ti.
Não deu tempo para que eu pudesse me salvar, mas deixei tudo registrado para você, pois sei que você é forte.
Boa sorte filha.

Liberta-meOnde histórias criam vida. Descubra agora