Capítulo 1

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Acordar todo dia com a pessoa que ama não tem preço, é uma das coisas simples que fazem a vida valer a pena, que faz meu coração disparar quando penso nisso, eu o amo tanto, mesmo depois desses anos todos, porque não foi fácil, foi um choque descobri que ele era gay, e entender e aceitar que eu estava gostando de um homem, dele. A única pessoa sem sobra de dúvidas que amei verdadeiramente em toda minha vida, é como se as outras perdessem o brilho diante dele, não a ninguém, só ele, como um grande sol quente, que ilumina e aquece.

Sinto ele se mexer ao meu lado, geralmente sou o último a acordar, mas por algum motivo perdi o sono no meio da madrugada, e para não acordá-lo fiquei por aqui, quietinho, na minha, com os meus pensamentos, porque o homem para ter sono leve é ele, qualquer coisa o acorda. Ele vira para o meu lado, como se me procurando, aperta-me em seus braços, e sorrir, não resisto, faço carinho nos seus cabelos.

- Bom dia! – Ele diz enquanto ainda abre os olhos, e me beija, coisa que no começo do nosso relacionamento não fazíamos, por vergonha do nosso bafo matinal, coisa tão boba que antes tinha tanta importância e hoje vemos que não é nada demais.

- Bom dia! – Respondo depois que encerramos o beijo.

- Já acordado, o que aconteceu, algum problema? – Ele me olha questionador, ele sabe que sou um dorminhoco de carteirinha, nada matinal como ele.

- Nada, só perdi o sono, estou com uma sensação estranha, sinto que tem algo diferente no ar, sabe, como se algo fosse acontecer

- Quer que eu ligue para o médico? - Esqueci que ele tem mania hipocondríaca as vezes, qualquer coisinha quer ligar para o Doutor Julian, médico, amigo da família e doutor mesmo, não é um título de enfeite como os outros.

- Não precisa, estou bem, sério. – Reafirmo para ele se acalmar, é melhor mudar de assunto, faze-lo esquecer, quem sabe assim tenho paz e nenhuma consulta marcada até o final do dia. Ele continua olhando, me avaliando como se para ter a certeza que falo a verdade.

- Certo, mas qualquer coisa mesmo, você me avisa, não se esqueça, nada de guardar para si. – Ele age assim desde que eu desmaiei por causa de uma simples queda de preção, e não avisei a ele que não estava me sentindo muito bem, desde então ele ficou meio que paranoico Vive pegando no meu pé, especialmente nos dias quentes, perguntado como eu estou, me lembrando que devo beber água. No começo me irritou um pouco confesso, mas agora já me acostumei e acho fofo da parte dele. Segundo ele eu dei um susto, e ele quer está preparado causo algo do tipo possa acontecer. Imagino o dia que tivermos filhos, já que crianças são ativas, vivem correndo e se machucando por aí é capaz do cabelo dele ficar branco em dois tempos, rio com esse pensamento.

- O que foi, está rindo de quê? – Ele me pergunta curioso

- Nada amor. Bobagem da minha cabeça.

Filhos, meu maior sonho é ser pai, e o do Cado também, entretanto não sentimos que chegou o momento ainda, é como se falta-se realizar alguma coisa antes. Aproveitamos bastante ao longo desses anos, viajamos bastante, dentro e fora do país, estudamos, nos especializamos, nos estabilizamos financeiramente. Sempre adiamos esse sonho por causa de ser jovens de mais no primeiro momento e depois por causa da falta de tempo, não só minha, mas dele também, quando não era eu, era ele estudando, se especializando em algo, afinal fazer um mestrado e doutorado não é brincadeira, tem que estudar muito, e é muito cansativo, eu que o diga, via ele virar noites estudando.

Então por causa disso, falta de tempo, resolvemos postergar, crianças merecem atenção dos pais, afinal não queremos ter filhos só por ter e sim para cuidar e acompanha cada passo, fora que não decidimos se seria barriga de aluguel, adoção ou as duas coisas. Queremos a casa cheia, e mamãe vive nos cobrando um neto.

De repente PAIOnde histórias criam vida. Descubra agora