Leiam as notas no final do cap*
O caminho até a empresa foi mais lento que o normal, não sei se é a pressa para adiantar as coisas logo, falar com o Alexandre, o meu sócio, falar sobre a situação que me encontro. Eu sei que ser dono da empresa me dá um certo privilegio, que usei pouquíssimas vezes, afinal, não posso abusar, tenho que dar o exemplo para os meus funcionários e agora para o meu filho. Mal vejo a hora de poder dar um abraço nele.
Alexia já estava em sua mesa, me esperando, impecável como sempre, ela daria uma ótima modelo, tem corpo e beleza para isso. E só por hoje não sinto desgosto em vela, isso não quer dizer que aquela sensação estranha que ela me transmite sempre tenha me deixado.
- Bom dia Senhor Boaventura. – Com um sorriso contido ela me cumprimenta.
- Bom dia Alexia, o Alexandre, já está na empresa? – Pergunto sendo direto
- Ainda não.
- Certo, assim que ele aparecer peça para ele vim imediatamente para a minha sala. – Dito isso, vou em direção da mesma.
Saio um pouco da rotina, vou direto para minha mesa e separo alguns documentos que ficarão a cargo do Alexandre na minha ausência, claro, não sem antes ligar o ar, afinal ninguém merece passar calor, falando em calor acho que o Rick não instalou o ar-condicionado no quarto do Gustavo, se bem que temos tempo ainda.
O Ale e eu temos funções distintas aqui na empresa, claro que a situações em que atuamos juntos, porém cada um cuida do setor de sua competência. Eu sempre tive tino para o negócio, já Ale sempre preferiu por a mão na massa, eu também, no começo, nossas funções era uma mistura, fazíamos um pouco de tudo, agora, depois de mais de uma década cada um tinha sua função definida, o Alexandre engenheiro chefe, era responsável pelos demais engenheiros e obras, ele ficava na frente de tudo, supervisionando. E eu bom, eu garantia que tudo ficasse em ordem, ou seja, nada acontece nessa empresa sem que eu saiba, nada me escapava, tinha as reuniões com os fornecedores, sempre em busca dos melhores preços e produtos de qualidades, com alguns clientes (os importantes e mais exigentes).
Sei que somos uma das mais importantes do país, e uma das que mais cresceram, mesmo com a crise e a inflação conseguimos persevera, sofremos um pouco tendo algumas retrações, mas, hoje estamos estabilizados. Sei que tudo poderia ter sido mais difícil especialmente no começo, não estou dizendo que o início foi fácil, nunca é, era tudo novo, mal sabia o que estava fazendo, tivemos alguns altos e baixos antes de estabilizarmos, e criar um nome, se antes as pessoas vinham até nós por causa dos nossos pais, agora eles vem por causa da marca, e porque sabem da nossa competência, qualidade e bom atendimento.
Antes eu era visto como o filho do Senhor Boaventura, agora eu sou o Senhor Boaventura, nossos progenitores, nos ajudaram com o ponta pé inicial, porém se conseguimos chegar aonde chegamos foi por nossa competência e qualidade, porque nenhum deles passaria a mão em nossas cabeças ou apoiaria algo que não desse certo. Não o meu pai, Caio César Boaventura, não é homem de meias palavras, e nem entrava em um negócio para perder, dono de terras a perder de vistas, atualmente mesmo aposentado, não largou sua paixão, a criação de gado leiteiro, e para o abate. Quase um rei do gado da vida real, engenheiro agrônomo por formação, vaqueiro por paixão.
E o seu Joaquim Pereira, esse mesmo que não faria nada se não acreditasse no potencial do filho para os negócios, lembro como se fosse hoje a primeira vez que vi aquele senhor simples à primeira vista, mas, é só falar sobre coisas que envolva dinheiro que ele muda, e vemos o homem de negócios aparecer, como Ricardo ele é uma pessoa simples, porém não se engane, ele tem uma lábia, que é capaz de convencer você a fazer as coisas mais absurdas só pela conversa.
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De repente PAI
Roman d'amourUm casal vê sua vida mudar de ponta cabeça quando um deles descobre que é pai de um adolescente de 15 anos. Ivo e Ricardo o casal perfeito, bem sucedido, quase um comercial de margarina ambulante, sempre sonharam em ser pais, só não imaginavam que...