Capítulo 12

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* Em homenagem ao dia do escritor 25/07, que foi ontem, mais um capítulo para vocês, não se esqueçam de ler as notas finais, é muito importante!

Já fazia uma semana que João tinha começado o estágio, e eu, quebrado um dos meus princípios profissionais, mas foi por uma boa causa, como eu precisava dele de olho na Alexia, precisei dar uma remodelada na função dele. Olhos e ouvidos e curiosidades, era disso que precisávamos e o João não poderia fazer isso estando com algum dos engenheiros, por isso o Alexandre e eu, achamos por bem deixar ele a cargo do Ale, pelo menos por essa semana, perto da minha secretária, mas longe o suficiente para não causar suspeitas.

Papai e o meu sogro já tinham falado com os seus conhecidos, que não eram poucos, e muito menos fracos, no sentido de poder e monetariamente falando. As vezes me sinto um jovenzinho falando e pensando nisso, mas é como dizem, se não podem ser com eles, junte-se com quem pode, ou algo do gênero. Papai, por ser agrônomo rodou o Brasil atuando na sua profissão, considerado o melhor do ramo por muito tempo, de modo que ele conhece pessoas importantes do país todo.

Já o seu Joaquim, a esse nasceu fazendo negocio, até agora confesso que não sei exatamente o que ele faz ou fazia da vida, além de ser investidor e acionista em algumas empresas, que não sei quais são, e dono de casas e prédios como este aqui, que um dia já foi seu. Simples, porém misterioso é a melhor definição para o meu sogro.

As vezes me pergunto, como posso ter tanta sorte de ter eles em minha vida neste momento, finalmente hoje daria um basta no que me aflige, no que tirou meu sono durante estes dias, saber que tinha dois senhores malucos com síndrome de Deus que acha que podem fazer o que quiser só porque tem dinheiro, inclusive, se fundir a um empresa que não tem o minimo interesse nisso, não preciso do nome deles para alcançar mais clientes, e nem quero.

Tudo o que eu preciso já tenho, sei que no inicio tive ajuda e reconheço os meus privilégios por ser filho de quem sou, mas de forma alguma interfere na qualidade do meu trabalho, sei que possivelmente demoraria muito mais para está onde estou se não fosse por eles, mas se me mantive esses anos todos foi por causa do nosso serviço de qualidade, e talentos para os negócios, e me fundir a empresa deles seria perder totalmente nossa identidade, e jogar por terra tudo que trabalhamos, e possivelmente apagar nossos nomes, pois é claro que com isso seriamos mais esquecidos, e como a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco, neste caso o meu.

Escuto uma batida na porta, me ajeito um pouco melhor e peço para a pessoa entrar, vejo que é o João e dou um sorriso para ele.

- Ivo, o Alexandre me pediu para ter entregar. - Ele estende o envelope.

- Obrigado. - Digo por fim, e não apenas pelo envelope, por tudo. Ter ele aqui como meus olhos, fazendo algo que tecnicamente não é o cargo dele, foi de grande ajuda.

Dou a volta na mesa ficando de frente para ele. - Isso acaba hoje! - Digo para ele, eu sei que ele já sabe que a parti de amanhã ele vai começar atuar de fato para o que ele foi contratado, e sei que é algo que ele quer muito, o João é como um irmão mais novo para mim e Cado, ainda lembro dos fins de semana que ele passava no nosso apartamento. Quem diria que aquela criança sapeca se tornaria este homem lindo e que está me ajudou neste momento. Sorrio com este pensamento.

- João, avise que já estou indo. Todos já chegaram? - Ele apenas assente e se retira.

Abro com cuidado o envelope em minhas mãos, onde tinha cópias de alguns dos vários arquivos que encontramos, e do que o João descobriu. Vamos dizer que minha secretária não é a das mais cuidadosas que existem. Deixar o whatsapp aberto no computador da empresa, juntamente com o e-mail pessoal não foi das atitudes mais inteligentes, enfim, fora o que meu pai e o Joaquim descobriram. 

De repente PAIOnde histórias criam vida. Descubra agora