Capítulo 8

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Leiam a nota no final do capítulo*

Meu pai, meu pai está vindo, penso comigo mesmo por um tempo, o silêncio paira sobre a mesa. É como se cada um à sua maneira estivesse absorvendo a notícia. O Gustavo iria conhecer os avós paterno a quem displicentemente não mencionei a respeito. Ricardo, provavelmente tentado entender o que estou sentindo, e eu bem, sinto-me no olho do furacão.

Não queria que meus pais soubessem da existência do neto assim, eu queria conhecer melhor o Gu primeiro, me aproximar mais, talvez eu esteja sendo um pouco egoísta, vendo apenas o meu lado, esquecendo que tem um todo, a família, meus pais, e os pais do Rick também, se é que a Maria já não contou para eles.

É muita coisa nova para meu pequeno, não tão pequeno assim absorver, pai, padrasto, avós, avósdrastros, nem sei se essa palavra existe. Muita informação em tão pouco tempo, muita coisa para ele, ou melhor, todos nós absorver.

Somos cortados dos nossos devaneios quando o garçom traz nossa macarronada. Cada um aprecia essa belíssima iguaria da culinária italiana, algo simples, clássico, porém igualmente delicioso, uma das minhas comidas preferidas da vida. Sabe aquele prazer, de enrolar o macarrão no garfo, colocar na boca, e ter que chupar aquele pedaço de macarrão que ficou para fora, eu sei, é feio, é contra as regras de etiqueta, mas admita, você já fez isso. Nada melhor, do que saborear uma típica macarronada italiana.

Resolvo quebrar o silêncio instaurado, é cômodo, porém ao mesmo tempo me incomoda.

— Meus pais estão vindos aí. — Digo reflexivo, com o olhar meio que perdido no fundo do restaurante, antes de olhar nos seus rostos.

— Ivo, e o que você pretende fazer? — Ele fala enquanto segura minha mão por cima da mesa.

— Eu não sei. - minto - . Eu sei. Precisamos arrumar o quarto de hospedes para eles. Droga, eu não pensei que as coisas fossem acontecer assim tão rápido, achei que teria algum tempo a mais antes de contar para eles sobre você filho. — Volto minha atenção para Guto, peguei sua mão apertei de leve e sorri.

— Ou melhor, que eu teria um pouco mais de tempo com você, te conhecendo, antes de ter que apresentar e falar sobre o resto da família, mas pelo que estou vendo, nem tudo sai como planejamos. — Que venha meus pais, penso comigo mesmo.

O almoço foi mais rápido e sem graça do que eu gostaria, a visita ao colégio, não teve aquele brilho que esperávamos

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O almoço foi mais rápido e sem graça do que eu gostaria, a visita ao colégio, não teve aquele brilho que esperávamos. Entretanto foi proveitosa, e já deixamos a vaga dele reservada, para assim que estivermos com  todos os documentos necessários o matricularmos. Aproveitamos e pegamos o endereço de onde os uniformes eram feitos, afinal, não são encontrados em qualquer lugar. Apesar de ser um colégio antigo, e com história para contar, os uniformes só são feitos em um único lugar desde que ele foi criado.

Depois de comprarmos os uniformes, deixei Gu e Rick em casa, fui direto para o escritório, mesmo não estando mais com muita cabeça para isso, me sinto disperso e pensativo desde a ligação de papai. Eu amo meu pai, porém não tinha momento pior para ele a mamãe me visitarem, além do fato de ter acabado de conhecer meu filho, e não termos uma relação sólida ainda. E eu ter escondido este fato deles, o que provavelmente os chatearam no primeiro momento.

De repente PAIOnde histórias criam vida. Descubra agora