Capítulo 15

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Leiam as notas finais**

Ricardo

Sabe aquela felicidade que te acalma e acalenta a alma? É isso que estou sentindo, por mais que eu saiba que ainda enfrentaremos uma batalha na justiça, que não será rápido e que demandará tempo, mas saber que no final teremos ele, recompensará tudo. Eu não poderia imaginar que aquela ida a praia mudaria tanto a minha vida, que aquele garotinho me encantaria e me teria nas mãos.

Olhando Ivo agora ressoando baixinho enquanto dorme, é lindo o contraste de suas costas nuas, com o brilho do sol vindo da janelas, ele parece um anjo, meu anjo, meu amor, apesar de saber que já está na hora de levantar e principalmente dele acorda, não acho justo tirar ele desse sono gostoso, afinal, a noite foi longa, e sorrio só de pensar nisso, e no nosso corpo trazemos a marca do nosso amor. Não imaginei que ele pudesse me permitir isso, sim permitir, sonhar com está possibilidade, que por mais que seja um sonho não tinha passado pela minha cabeça, deixo um beijo no meio de suas costas e faço um carinho em seus cabelos.

Saio com cuidado saio da cama, me mexendo o  mínimo possível para não acorda-lo, desligo os alarmes, e vou para o meu banho para tentar acordar, apesar de estar cansado, não consigo ficar tanto tempo na cama, pelo menos não sem proposito, por isso vou preparar o meu café, o do meu homem, que provavelmente vai acordar esfomeado. No caminho lembro de avisa aos meus alunos que não chegarei a tempo para a primeira aula, mas que já está disponível os slides e a lista de exercícios proposto, ao qual discutiremos depois. Bato na porta do quarto de Gus para saber se ele já acordou, e avisar que sou eu que vou leva-lo a escola hoje.

Sigo reto até a cozinha enquanto preparo nosso café, resolvo comer depois quando o Ivo acordar, de modo que sirvo apenas o nosso filho, sim, nosso, ele pode ser biologicamente do Ivo, mas querendo ou não, diariamente aquele rockeirinho que parece tanto com o meu amor vem ganhando espaço no meu coração, eu sei que ainda temos um caminho longo a seguir para termos uma relação de padrasto e enteado e quem sabe futuramente de pai e filho, seria um sonho, mas hoje, somos quase amigos, eu sinto que ele tem uma confiança em mim, vejo e percebo isso em seus gestos, em seu olhar, até mesmo com o Ivo, ele pode não demonstrar e o Ivo nem mesmo percebe, mas quando ele não está vendo, ou quando eles estão se falando o olhar do Gus varia entre amor e admiração.

Se meu amor percebe-se que ele já tem o coração do Gu nas mão talvez ele não seria tão cheio de dedos com ele. Não teria medo de demonstrar todo amor, e não ficaria, "magoado" por não ouvir a palavra pai saindo da boca dele, eu sei que o Ivo entende, mas mesmo assim, ele se frustra eu sei, percebo o que para muitos é imperceptível. 

Logo Gustavo chega na cozinha me tirando dos meus devaneios, converso com ele, e penso como duas pessoas podem ser tão parecidas, e tão diferentes. 

- Rick - Ele fica olhando para mim enquanto me chama, o que mostra que ele estava fazendo isso a algum tempo.

- Desculpa, estava pedido aqui nos meus pensamentos. - Falo me concentrando nele.

- Percebi - Ele sorri - Você não vai toma café?

- Vou sim, depois com o seu pai  - Digo apenas

- Cadê ele? - Ele pergunta olhando envolta enquanto um rusga de preocupação surge na testa dele. - Ele está doente? - Ele diz com uma dor e uma tristeza nos olhos. Então me apreço em explicar.

- Não, ele está cansado, fomos dormir tarde ontem, por isso ainda não está por aqui, com o tempo você vai perceber que ele não é um ser matinal. Por esse motivo hoje eu que vou te levar para o colégio.

- Ah, tudo bem! - Ele diz simplesmente.

- Eu sei que você ficou preocupado, não se envergonhe - Digo e vejo ele abaixar a cabeça levemente olhando para o prato enquanto fica vermelho.

De repente PAIOnde histórias criam vida. Descubra agora