Capítulo 4

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* Leiam as notas no final do capítulo, é importante.

Ricardo

Quando Ivo me mandou a mensagem me convidando para um almoço jamais imaginei, ou passou pela minha cabeça que algo assim pudesse acontecer, saber que Ivo era pai, foi um choque, não é algo que se espera depois de tantos anos juntos, na hora a única coisa que pensei foi nele, desmaiando, a cor saindo do rosto, e por fim caindo do meu lado, provavelmente fiquei mais assustado com isso do que com qualquer outra coisa.

Porém quando cheguei em casa com ele, e depois de me certificar que ele estava mais calmo e já dormia, relaxei e pude pensar melhor a respeito. Foi quando tomei a decisão de projetar o quarto do meu enteado, não poderia deixá-lo num quarto de hospede frio, e sem vida. Não, precisava fazer algo, para mostrar que pensamos nele, que nos importamos e queremos o seu bem.

Tenho certeza que muitos na minha situação se sentiriam inseguros, e até mesmo com receio que algo mude. Claro que algo vai mudar, afinal não seremos mais só nos dois, terá mais um, o filho dele, um adolescente, rebelde talvez, ou não, alguém com uma bagagem que caiu de paraquedas nas nossas vidas, ou será ao contrário. Apesar de tudo, acho que isso pode ser uma chance para ficarmos mais unidos. Não sinto medo, e sim receio, afinal agora eu não serei mais apenas a única prioridade na vida dele, isso não é uma disputa, nem nada. É um sentimento de será que ele vai gostar de mim, o que ele achara do pai ser casado com outro homem.

Estamos no século XXI, tivemos que enfrentar muitas coisas para chegar até aqui, não foi fácil, não é como é hoje em dia, se agora ainda é difícil, imagina para nós, e os nossos antecessores que lutaram para que pudéssemos ter os nossos direitos. Não sei como foi a criação dele, mas confio e espero que tenha sido a melhor possível, espero que ele seja forte o suficiente para enfrentar essa situação, não é nem vai ser fácil, adolescente órfão de mãe, criado com por um pai e o padrasto recém descoberto vivendo uma vida completamente diferente. Acho que já é bom deixar anotado na agenda para procurar um psicólogo.

Quando Ivo me pediu para procurar uma escola para seu filho, já de imediato comecei a fazer uma lista mental de todas que conheço

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Quando Ivo me pediu para procurar uma escola para seu filho, já de imediato comecei a fazer uma lista mental de todas que conheço. Pensei até em perguntar para o Alexandre qual era a escola da filha dele, se era boa e tal. Porém preferir tirar minhas próprias conclusões não me acomodando, e sim indo pessoalmente em cada uma delas.

Então assim que a ligação foi encerrada corri até o meu notebook, e fui procurar os endereços, rotas das escolas conhecidas, e pesquisar por outras. Eu pensei em ligar, marcar horário para conhecer, saber informações, entretanto resolvi ir de supetão, quero ver a realidade, sem fachadas, e sem tentarem jogar nada para o tapete como forma de convencimento de que realmente é boa.

Ainda era cedo, dava para conhecer algumas escolas ainda, e foi que fui fazer. Peguei a chave do carro e partir em direção a primeira escola que ficava apenas algumas ruas de distância, apesar de se perto, o prédio amplo, elegante, achei tudo muito frio, sério, e silencioso, é um colégio em horário de aula, deveria ter algum barulho, não? Apesar do bom atendimento, um pouco distante, já descartei da lista, e o único ponto positivo ao meu ver era a localização, daria para ele ir a pé, ou pega carona com o Ivo de manhã nos primeiros dias uma forma de se aproximarem.

De repente PAIOnde histórias criam vida. Descubra agora