Então...

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Enzo

Entrei no quarto já sentindo minha respiração instável, minha garganta enrolar, minha cabeça pender para baixo, e as lágrimas eu não tinha forças para segura - las.

Fiquei observando ela de longe, vendo ela naquele tubo respiratório, ver ela deitada naquela cama, vendo aquela zoada dos seus batimentos cardíacos.

Fechei a porta atrás de mim e caminhei até a Julia, sentei na cadeira em que eu quase sempre estava sentado segurando a mão dela, como era de costume peguei a mão dela e a segurei, deixei as lágrimas tomarem conta do meu rosto, de vez em quando soluçava, mas não largava em nenhum momento a mão dela.

Quando eu era criança, mesmo tendo 15 anos, eu acreditava muito em Deus e tudo mais, mas aí o meu pai morreu, quando ele estava no hospital eu todo dia lia uma história para ele ou ficava conversando com ele, eu sempre  ficava segurando na sua mão, Gaby, com 13 anos, ficava no outro lado, do lado da nossa mãe, as duas seguravam a mão direita dele e eu segurava a esquerda, eu sempre lia ou conversava, eu sempre dizia que ele não iria morrer, que ele ficaria conosco, toda noite eu rezava, pedia, suplicava para o meu pai sair bem e vivo, mas então ele morreu.

Isso fez com que eu perdesse bastante a minha fé, mas então, agora, entre lágrimas, entre soluços, segurando a mão da Julia, a única coisa que se passava na minha cabeça era rezar, então, sem mais nenhuma escapatória, sem mais nada a fazer eu rezei, minha fé não pode ser mais a mesma, mas mesmo assim, eu não vou perder a esperança.

Passei quase meia hora suplicando à Deus ou à alguém que estivesse me ouvindo para me trazer a Julia de volta, quando terminei eu fui até ela e depositei um beijo calmo em seus lábios, precionei os meus olhos e deixei que mais lágrimas escorresem, algumas caíram no rosto da Julia, mas mesmo assim não me importei, depositei mais outro beijo nela, agora foi em sua cabeça.

Quando sentei novamente na cadeira e mais lágrimas escorreram pelo meu rosto, segurei mais forte na sua mão, mas depois soltei e então eu senti, eu senti ela apertar a minha mão, nesse momento eu dei um pulo da cadeira, mas não larguei a sua mão, fiquei a observando, mas ela não fez mais nada, mas então foquei em outra coisa, um buque de girassol com rosas vermelhas, lá havia um cartão com algo escrito.

Quando sentei novamente na cadeira e mais lágrimas escorreram pelo meu rosto, segurei mais forte na sua mão, mas depois soltei e então eu senti, eu senti ela apertar a minha mão, nesse momento eu dei um pulo da cadeira, mas não larguei a sua mão, ...

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Cartão✉

Querida Julia Hawley, eu sinto muito pelo o que aconteceu, quando eu fiquei sabendo por um dos meus empregados que você sofreu um acidente de carro eu fiquei desesperado, eu sai atrás de respostas, fui até você, vi você deitada nessa cama, com tubos respiratórios te rodeando, mas eu havia pensado que você estava acordada e estava bem, mas então eu soube através de uma das suas enfermeiras que você não havia acordado e está com um enorme risco de não sobreviver, eu estou aqui na torcida, mas agora fico feliz por saber que está lendo isso é porque acordou do coma e estava bem melhor.

Juh, eu te peço perdão, agora você se pergunta o porque eu estou te pedindo perdão, é porque eu havia mandado alguém ameaçar o seu amigo, Enzo Culbert, eu precisava mandar mata - lo, ele é uma ameaça à você, aos seus amigos, à sua família, à nós.

Em breve nos encontraremos, estarei te esperando Princess, Eu Te Amo.

E mais uma coisa, não confie naquele seu amigo Enzo, tenha muito cuidado, eu estarei te observando, vou te tirar das mãos dele em breve, mais uma vez...

Eu Te Amo.

Com Amor, (...)

Fim do Cartão✉

Eu não posso acreditar, esse cretino ousou vir aqui? Ele a ama? Como assim? Quem ele acha que é para querer ficar com ela sem muito menos ela pode escolher?

Sou retirado dos meus pensamentos quando a porta se escancara, por impulso coloco rapidamente o cartão no bolso interno da minha jaqueta, meus amigos chegaram logo atrás do médico, eu ainda fiquei os olhando com cara de confuso, acho que o médico reparou nisso porque falou.

- Não posso mais dar tempo senhor Culbert, temos que desligar os aparelhos agora. - Ele disse

- Não, não podem, ela apertou a minha mão, eu estava ali, sentado naquela cadeira, segurando a mão dela e então ela apertou a minha mão, ela está viva, ela precisa de mais tempo.

- Quanto tempo senhor Culbert? Uma eternidade? - Contestou o médico

- Não, apenas mais 02 meses, eu te peço, 02 meses - Implorei

- Não, tem que ser agora, ela completou 08 meses, senhor, se você não quiser ver quem você ama morrer eu sugiro que saia dessa sala, porque eu vou desligar esses equipamentos e será agora, agora saia da minha frente! - O médico exigiu

- Não, vocês vão ter que me retirar se quiserem matar a minha garota! - Avisei

- Enzo... - A voz de Gaby saiu em um sussurro - Não - Gaby estava muito fraca para falar, mas mesmo assim tentou

- Não Gabrielly, eu não vou deixar ela, não vou deixa - la morrer, eu não posso, e eu não vou, eles terão que me retirar daqui primeiro - Desafiei.

E então...

Não deixem de deixar a estrelinha meus amores🌟❤

Prisioneira do Morro {CONCLUÍDA}.Onde histórias criam vida. Descubra agora