Clichês

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Sintonia é te conhecer há dois meses

E parecer que faz dois anos.

@AKAPOETA

Os braços musculosos de Robin ainda estavam envoltos ao corpo dela, na verdade, permanecera assim por toda a noite. Entregaram-se ao sono com uma sensação boa - de estarem fazendo e, principalmente, vivendo a coisa certa -, inundando seus peitos. E nada poderia ser mais certo para eles do que estarem juntos. Seus braços envolviam-na de maneira protetora, como se quisessem protegê-la de tudo e qualquer coisa. E, de fato, ele queria e faria.

Como se tivessem sido congelados, Regina continuava na mesma posição de algumas horas atrás, deitada no peitoral desnudo do loiro, tendo um de seus braços envoltos na circunferência do tronco do homem. Seu rosto movimentava-se acompanhando o diafragma de Robin, em uma subida e descida ritmadas, tranquila; enquanto seus rostos adotavam semblantes angelicais, talvez porque soubessem que estavam no exato lugar que deveriam estar, nos braços um do outro.

Eles haviam experimentado um sentimento novo no relacionamento. Um sentimento não tão bom assim, mas, necessário como qualquer outra coisa em uma relação a dois; o sentimento de que talvez um não estivesse ali pelo outro novamente. O sentimento de perda. O envolvimento e, consequentemente, o relacionamento, de Robin e Regina estava sendo construído com o melhor deles. Desde o começo, desde quando suas orbes se encontraram pela primeira vez, em meio ao Central Park, naquela manhã em que as folhas alaranjadas coloriam o chão.

Eles eram amigos um do outro antes de tudo, e estavam no começo de uma vida a dois. Recente, é verdade, mas igualmente intensa com todos os sentimentos que existiam diante deles. Ambos estavam construindo uma coisa sólida e tão, tão bonita diante dos olhos alheios, que ao se depararem com esse sentimento novo e totalmente destruidor, seus corações viram-se perdidos sem seus nortes favoritos. O que, de alguma forma, fora necessário. Necessário para mostrar-lhes que o que eles estavam construindo juntos era maior que qualquer sentimento ruim que pudesse os envolver. Necessário para que, finalmente, eles pudessem decidir por darem o mesmo passo diante ao um futuro em que ambos estivessem nele. Um futuro juntos. E eles estavam dispostos a ir até onde seus pés aguentassem caminhar.

Qualquer pingo de chuva é necessário diante de um rio cheio e farto. Sempre existe o porquê de ele ter caído ali, de estar ali.

E, os pingos de chuva daquela situação os fizeram externar em palavras o que um sentia pelo outro. Todo carinho e, por que não, amor. Não eram apenas atos, tinham palavras também. Palavras tornavam tudo ainda mais real e vivo. Como o amor deles estava tornando-se.

Os olhos cor de chocolate abriram-se vagarosamente, acostumando-se com a claridade que invadia por entre as frestas das cortinas, o quarto que fora seu até pouco tempo atrás. Remexeu-se um pouco e pode sentir os braços do amado apertarem-se ainda mais ao seu redor, de forma instintivamente protetora. Sorriu manhosa contra seu peito. Com cuidado, para que ele não despertasse, Regina ergueu o rosto de seu peitoral até conseguir fitar a face completamente serena do namorado. Mais um sorriso bobo escapou por entre seus lábios ao ter aquela imagem preenchendo sua visão ao acordar. Deixou um beijo delicado descansar sobre a pele exposta de seu peitoril, em seguida voltando a observá-lo.

Aquela era uma situação fora do normal, Robin ser o observado e não o que observava, já que ele sempre, em algumas vezes que dormiram juntos, era o primeiro a despertar. A morena optou por apoiar o queixo em sua mão, que por sua vez, estava descansada sobre o peito do namorado, para que não pudesse causar nenhum desconforto em Lockesley e, dessa forma, não acordá-lo.

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