Sempre Foi Você

Aquele do amor incondicional

Estava na hora do banho de Marina, e seria a primeira vez que o casal faria aquilo sem alguém com mais experiência que eles por perto. Às três avós da menina Cora, Eliza e Martha, estavam sendo de grande ajuda naqueles primeiros dias, já que os mais jovens eram pais de primeira viagem, e, por esse motivo não faziam ideia de como lidar com um recém-nascido. Eles se doavam ao máximo, era verdade, mas tinham que admitir que a ajuda das mais velhas estava sendo essencial, principalmente para Regina, que vivia os extremos de sentimentos do puerpério. Essa rede de apoio construída em volta deles era muito importante, e fazia toda diferença. Apesar de tudo, eram os melhores dias da vida de ambos. Eles não poderiam estar mais felizes do que vinham sendo, dia após dia. A cada sorriso dado pela menina, seus corações transbordavam de um amor imensurável.

Robin estava no banheiro do quarto infantil checando a temperatura da água, enquanto a morena despia a filha, que estava em cima do trocador, no aposento ao lado. Ela retirou as meias brancas e as luvas de mesma cor, a calça e por fim o body, deixando-a apenas de fralda. — Hoje não temos nenhuma de suas avós para tornar essa tarefa mais fácil do que ela aparenta, mas a mamãe promete que não vai deixar você cair na banheira. É um começo, não é? — a mulher falou em um tom suave e passou a cheirar de leve a bochecha e o pescocinho de Nina, que se contorcia por reflexo. — Eu amo seu cheirinho, sabia? Amo mais do que qualquer coisa nesse mundo.

— A água já está na temperatura certa. — o loiro foi até elas, vendo a criança por cima dos ombros da empresária e um sorriso nasceu de imediato para sua pequena princesa. Mills tirou a última peça, limpou o bumbum e deixou que o homem a pegasse, já que ela pontuou que era ele quem tinha mãos maiores e, dessa forma, poderia apoiá-la melhor enquanto a mulher lhe dava o banho. O britânico aproximou do rosto miúdo e cheirou seu rosto de leve. — Está na hora de ficar ainda mais cheirosa, princesa. Vamos lá para essa missão.

— Amor, e se ela se afogar? — Regina indagou, mordendo o lábio inferior. O homem sorriu. Não dela, é claro, mas sua carinha estava extremamente adorável.

— Não se preocupe, vou apoiá-la e você pode dar o banho sem medo. Quando acabarmos aqui seremos especialistas em dar banho em recém-nascidos. — ele piscou para a empresária. Ela checou a temperatura do líquido transparente, não que não confiasse na percepção do marido, mas era coisa de mãe.

Locksley colocou a filha com cuidado na banheira, apoiando cabeça e costas em suas mãos. Como se estivessem esperando por aquilo, a menina abriu um berreiro alto quando sentiu a água em contato com sua pele. Regina franziu o cenho, talvez aquela forma a parte mais torturante, vê-la chorar e não poder acalentá-la. — Por que ela tem que chorar desse jeito? — perguntou, angustiada. — Vai ser rapidinho, querida. A mamãe promete!

A morena passou a espalhar o sabonete por todo o corpo miúdo enquanto Robin cantarolava alguma música, o que não adiantara muito. Ela ainda chorava a plenos pulmões. — Lembre que Cora disse que é para ter cuidado no umbigo. — ele disse, fazendo-a assentir e limpa-lo com cuidado. O britânico posicionou a pequena de bruços em seu antebraço e não demorou muito para que o banho estivesse finalizado. O choro ainda era ouvido quando a enrolaram em uma toalha quentinha.

— Pronto, meu amorzinho. Já acabou... pronto. — a mais nova a trouxe para junto de si, balançando-a até que estivessem de volta ao quarto. Rapidamente Regina a secou e começou a trocá-la, colocando uma roupa quente que já estava separada em cima do trocador. — Eu sei que você está com fome... eu sei... — era possível ver lágrimas gordinhas caindo dos olhos azuis. Fazendo tudo o mais rápido possível enquanto o marido organizava tudo no banheiro, ela tirou a blusa que vestia para facilitar quando fosse amamentar a filha.