Lírios Amarelos

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Natal

É perceber que certas

Pessoas

São o seu melhor

Presente.

@VHwriter

A luz do amanhecer fazia-se presente entre as frestas das cortinas do quarto de Regina, como um despertador natural, em um aviso de que um novo dia chegara. Mas, antes de senti-la em seu rosto e, dessa forma, ser acordada, a morena fora despertada de outra maneira. A pequena cadelinha - de pelagem escurecida e extremamente macia - lambia todo seu rosto incessantemente, fazendo com que murmúrios desconexos, causados pelo sono, fossem proferidos por Mills. Ainda de olhos fechados, ela pode sentir toda sua face sendo banhada pela saliva de sua mais nova parceira.

Lola dormira com ela na noite anterior, e em todas as outras, desde sua chegada há alguns dias atrás. Regina gostava de dormir com a cadelinha – já que estava ficando mal acostumada em ter sempre alguém fazendo-lhe companhia a noite, que em tão pouco tempo, se tornara seu xodó. Imaginando que não voltaria a dormir, pois sabia exatamente o que ela queria no momento, abriu os olhos lentamente para acostumar-se com a claridade que já invadia o espaço.

Assim que suas orbes acostumaram-se com a presença de luz, Regina virou-se, ficando de costas sobre a cama. Lola tentava escalar seu rosto, ficando com a barriguinha na face da morena, que dera uma gargalhada com a atitude dela. Era nítido todo o seu desespero, fazendo Mills sorrir.

- Calma, Lola! – afastou-a de sua face, erguendo-a um pouco para vê-la. –Eu sei que você está com fome, não precisa me atacar assim! – a cadela agitou-se ao ouvir a voz de sua dona, arrancando mais uma risada descrente da morena.

- Você está com fome, Lola? – perguntou com uma voz doce, recebendo um latido fraco, como se estivesse respondendo a pergunta que lhe fora feita. Como ela ainda era um filhote, não latia tão forte, o que Regina achava uma graça. –É claro que está! Se você fosse gente, com certeza diria que era minha filha! – riu da sua constatação. - Okay, garota! Irei lhe dar comida.

Regina colocou-a sobre a cama novamente, sentando-se em seguida. Fez um coque frouxo nos cabelos e voltou sua atenção para a espevitada, que tentava de todas as formas chamar sua atenção. Com a mão esquerda, a morena brincava com Lola, fazendo com que a cachorrinha corresse até a ponta da cama e voltasse para onde a morena estava sentada, soltando alguns rosnados fofos.

A morena afastou o edredom que ainda cobria metade de seu corpo, colocando os pés no chão. O contraste da superfície fria de porcelanato com sua pele recém-acordada e quentinha causou-a pequenos arrepios, mas ela não importou-se tanto com isso. Colocou Lola no chão e seguiu até a cozinha, com a cachorrinha correndo em seu encalço.

Fazia alguns dias que Regina havia retirado a bota ortopédica, sua contusão cicatrizara bem antes do que o previsto, o que para a morena fora um alívio, não aguentava mais ter limitações por conta desta. Mas, mesmo estando sem ela, Doutora Torres aconselhou que ela evitasse o uso de saltos altos, pelo menos por mais alguns dias. Robin fizera questão de acompanhá-la na consulta, afirmando que não a deixaria ir sozinha e que poderia tirar uma manhã no escritório para isto.

Chegando à cozinha, a morena preencheu a tigela de Lola com sua comida, observando-a atacar o recipiente como uma lobinha. Aliás, esse apelido estava ficando cada vez mais constante. Regina pegou o celular que trouxera consigo, abrindo o aplicativo de mensagens e entrando na aba de conversas com o loiro. Gravou um vídeo de Lola devorando seu café da manhã e o enviou, aguardando a resposta dele, que não demorou muito a chegar.

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