''Quero apenas cinco coisas...
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... Sem que me olhes.
Abro mão da primavera paraque continues me olhando.
-PabloNeruda''
Nova York – Novembro
Diariamente temos chances de recomeços. Basta se permitir sentir.
POV ROBIN
6:00AM
Era começo de uma manhã comum como qualquer outra. Uma manhã que para uns seria a ida ao trabalho, para outros uma caminhada. Todos passavam em suas pressas e correrias habituais, que ditam o ritmo de uma cidade grande, onde ninguém tem um mísero segundo a perder. Porém, para mim, foi tudo diferente. Foi a manhã... Foi naquele começo de dia que eu a vi.
Era meu segundo dia em Nova York. Como de costume sai para minha caminhada matinal antes de um dia exaustivo, que eu tinha certeza que teria pela frente. Lá estava ela, com uma beleza inexplicável, que eu nunca vira antes. Poderia ser exagero? Poderia, mas ela era realmente dona de uma perfeição fora do comum. Peguei-me admirando aquela mulher sem nenhum senso do ridículo.
Meus olhos buscaram sua imagem, como um ímã busca o metal. Era manhã de outono, as árvores adotavam um alaranjado comum da estação, os raios solares começavam a aparecer, dando um ar apaixonante. Lá estava ela, sentada em um banco de madeira, lendo um livro que não sei o nome, em meio ao Central Park, com uma calmaria incomum para a tamanha agitação daquela cidade. Pela sua feição, poderia dizer que está lendo um romance, e me veio um súbito desejo de saber mais sobre ela. Sobre o que ela estava pensando nesse exato momento, sua opinião sobre o livro que ela lê com uma concentração de se invejar, sobre sua vida... Isso pode parecer meio louco, não? Eu também acharia se não estivesse vivenciando isso eu próprio, mas, neste caso em particular, posso apenas sentir. Dizem por ai que algumas coisas não precisam de explicações, elas só precisam ser sentidas. Eu nunca fui muito de acreditar nisso, mas ali, vendo-a ler, completamente alheia ao mundo, nada poderia ser mais verdade do que este tão antigo ditado.
Permaneço parado a observando. Minha vontade é de ir ate ela, perguntar seu nome. Quem sabe não nos tornamos amigos? Mas seria muita loucura da minha parte. Ela poderia me achar um louco que para, no meio do nada, e fica preso num transe, sem nem saber o porquê fica ali, apenas a observando. Ela poderia até fugir de mim e isso é tudo que eu menos quero. Posso passar mais uns minutinhos aqui, certo? Ela nem me viu mesmo.
Sinceramente, eu poderia passar todos os minutos que me sobram de vida observando essa mulher. Não me achem um psicopata, pelo amor de deus! Eu só não consigo explicar o que eu senti ao vê-la. O jeito que ela mexe no cabelo, colocando atrás da orelha, o sorriso discreto, provavelmente por alguma parte do livro que lê, mas que mesmo assim me faz querer ver esse sorriso por mais tempo. Estou me saindo um belo romântico daqueles que habitam os inúmeros livros de romance, quem diria hm?
Meu transe se desfez no momento que ela fechou o livro e delicadamente foi se levantando, seguindo entre as folhas alaranjadas caídas das árvores. Vendo-a se afastar cada vez mais, tomei minha direção com o pensamento longe... Em quando veria aquele sorriso outra vez. Com toda certeza, este seria um dia longo.
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Sempre Foi Você
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