Acolhida

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Pra florir

É preciso chuva

Pra que esconder

Suas lagrimas?

Deixa chover

@VHwriter

Com a destra, o homem alisava com delicadeza toda a lateral do rosto alvo, que agora refletia toda tranquilidade de um sono profundo. Ainda era cedo, os raios solares adentravam timidamente por entre as frestas das cortinas, banhando, ainda que pouco, de luz o ambiente que em outrora presenciou todo o desespero que envolveu a mais nova. Sentado ao lado dela na aconchegante cama de casal, que eles passaram a dividir há pouco mais de dois meses, ele tinha suas orbes conectadas à imagem da morena. Seu coração ainda doía por tudo o que ela tinha lhe contado, por ter visto tanta dor e medo nos olhos que tanto amava, por não ser capaz de livrá-la de todo aquele sentimento ruim; contudo, sentia-se mais tranquilo por vê-la tão serena, como sempre era todas as manhãs.

                Ele não conseguiria evitar que Regina sentisse tudo que sentia, era verdade, e nem poderia se culpar por isso, mas o que poderia e faria, era estar ao lado dela sempre que o medo a controlasse novamente, apoiando-a e cuidando com todo amor que existia. O loiro falou a verdade quando disse que estaria ali por e para ela, que atravessaria qualquer tempestade que surgisse, que secaria todas as lágrimas e daria seu colo para que servisse de refúgio. Daria seu coração, se preciso fosse, ao qual ela já possuía. Só queria ver o sorriso que ele tanto amava brilhando em seu rosto. Afastou para longe uma mecha escura, tocando com o indicador a pontinha de seu nariz, vendo-a mexer de leve, ele sorriu com o movimento. Sua namorada era encantadora quando fazia aquilo, e ele amava, claro. Mas, o que ele não amava nela? Ele era completamente apaixonado por ela, a amava com tudo o que tinha, e aquele sentimento era totalmente recíproco.

Robin ficou ali por um tempo considerável, ao qual ele não fizera questão nenhuma de contar. Ora ele alisava seu rosto, ora ele ficava apenas a observando, já perdera as contas de quantas vezes fizera aquilo. Era algo que lhe trazia paz, observá-la enquanto estava entregue a seus sonhos. O toque em seu celular, alertando-o sobre uma nova mensagem o tirou do transe, era sua secretária avisando sobre uma reunião marcada para aquela manhã. Suspirou cansado. Não queria ter que deixá-la sozinha, sabia que Martha não estaria ali naquele horário, e por tudo o que aconteceu na noite passada, a morena não acordaria tão cedo. Antes de tudo, mandou uma mensagem para Ruby, em seguida desligou o despertador de seu aparelho, deixaria que descansasse, ela precisava.

Olhou para o lado quando sentiu o colchão afundar, Lola o encarava com seus olhinhos amendoados, esperando por um carinho de bom dia. Robin passou as mãos por entre seus pelos macios, sorrindo de lado com o dengo, parecia até alguém que conhecia. Ela já estava enorme, nem parecia mais aquele filhotinho que achara perdido e com medo, meses atrás. Voltou-se para a morena novamente, arrumando o lençol para deixá-la mais confortável e descansou os lábios no topo de sua cabeça, delineando o rosto com o indicador com todo o cuidado para que não acordasse. Fez menção de levantar-se quando a cachorra agitou-se. — Shi... — a alisou com carinho. — Não podemos fazer barulho, Lola! A mamãe está dormindo. — parecendo entender o que o homem falava, ela deitou-se com a cabeça sobre as patinhas dianteiras, próxima ao corpo de Regina. — Isso, boa garota! — afagou-lhe os pelos outra vez. Pegou seu celular, com cuidado para não fazer barulho, saindo do quarto em seguida.

Rumou até a sala, pegando o aparelho para discar o número de Allyss, sua secretaria desde que chegara a Nova Iorque, e, que acabara virando uma amiga. Pediria que remarcasse sua reunião para a parte da tarde ou até amanhã, não queria ter que deixar Mills sozinha. Não sem saber se ficaria bem quando acordasse. Quando estava prestes a fazer a ligação, a campainha tocou, e devido aos resquícios de sono, levou alguns segundos para que Robin identificasse o som. Sem querer que o barulho acordasse sua namorada, o homem guardou o celular no bolso e caminhou até a porta, abrindo-a sem cerimônias. A visão de sua sogra parada ali o fez arquear as sobrancelhas, surpreso.

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