A Única entre Quatro

XXXVIII

Hoje seria um dia bem agitado na empresa como eu disse eu tinha de me preocupar com o que estava acontecendo mas não é por isso que eu ia passar a negligenciar o meu trabalho. A única questão é que um desvio de fundos milionário uma exorbitante queda na produção e até défices no pagamento de salários em uma das principais empresas de electrodomésticos do mundo se tornou na segunda opção quer para o dono dessa empresa quer para a diretora financeira dela, a minha vida definitivamente se tornou em uma loucura.

Emir estava na nossa sala realizando uma reunião para um de seus outros negócios só não sei se erão os negócios petrolíferos ou os mafiosos  e na verdade eu não queria nem saber, sim eu disse nossa sala, Emir e eu estamos partilhando a sala foi uma decisão dele já que não fazia muito sentido montarem uma sala para mim e como o nosso trabalho aqui era sigiloso ficar no sector financeiro não era uma opção. E enquanto Emir estava em uma vídeo conferência laboral eu estava realizando a minha última sondagem no armazém da empresa, hoje eu ia apresentar a Emir junto do Horlando o diretor dessa filial e de outros membros do conselho os resultados da nossa análise as contas da empresa e eu sei que precisaria de muito pulso firme para lidar com àquele homem e os seus associados mas acho que perto do que eu estou vivendo isso será leveza.

Um perfume leve e gostoso tomou conta do espaço e uma sombra se formou atrás de mim o homem de pele terrivelmente branca pegou no scanner que estava na minha mão pousando a sua em cima da minha e me ajudou com a leitura do rótulo a caixa grande de cartão a frente de mim, não era um toque ou uma presença gentil tinha ameaça envolta daquela situação. Olhei para o lado e o idiota número dois estava lá olhando para mim fixamente de onde ele estava a situação parecia amigável e talvez até fosse e eu apenas esteja paranóica mas algo dentro de mim me dizia que não era só isso e aí tinha.

Afastei o meu corpo  daquele corpo que tinha se encostado de mais a mim não que ele tivesse ficado colado a mim mas invadiu o meu espaço pessoal e isso me incomodava.

_Bom dia senhor Clark, falei assim que me virei para ele que mantinha uma postura séria ainda tentando me intimidar, meu filho eu convivo com Emir esse seu olhar ameaçador para mim é cosquinha.

_Bom dia senhorita Sousa podemos conversar? 

_ Podemos, mas mais tarde agora estou ocupada. Comecei a caminhar pelo armazém indo em direção as outras caixas. 

_ É importante, Vamos até a minha sala por favor senhorita Sousa. Ele pediu favor mas soou mais como uma ordem, não esperou que eu respondesse apenas ergueu a mão indicando o caminho e começou a andar esperando que eu o seguisse, e eu o segui afinal por enquanto ele ainda é hierarquicamente superior a mim e na verdade eu estava curiosa para saber o que ele tinha para me dizer.

Andei antrás de Horlando não precisei nem olhar para trás para saber que o Id nº2 estava me seguindo, Horlando parou em frente ao elevador que já estava aberto e fez sinal para que eu entrasse antes dele
Entrei o id nº2 entrou (ele era a minha sombra agora, e como se ter alguém a seguir-te o tempo todo não fosse mal o suficiente ele era uma sombra de verdade do tipo que não fala não sorri e se eu não o visse a andar de um lado para o outro diria que nem se meche se eu não o fizer) e só depois Horlando  sério e silencioso como todo mundo dentro do elevador privado.

Segui Horlando até sua sala que ficava no último andar a duas portas da sala que de Emir que ultimamente divide comigo entrei na sala ampla com decoração contemporânea e com um cheiro de sigarro misturado com alguma coisa, eu particularmente odeio o cheiro de sigarro mas este não era um cheiro mau.

Horlando fechou a porta provavelmente Kemal o id nº2 ficou do lado de fora a minha espera como já virou costume e a essa altura Emir já deve saber onde e com quem estou.