XLIII

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A viagem foi calma, não troquei mais de duas palavras com Emir a minha mente estava demasiado confusa para isso, a minha mente estava toda dominada por uma nuvem de pensamentos o beijo que eu e Emir demos não serviu para diminuir as saudades que eu tinha dele mas sim para aumentar eu o queria mais quería mais dele a cada instante o meu corpo pedia pelo seu toque, não era só o desejo carnal eu sentia que havia mais nessa história o meu coração estava envolvido e ele implorava por Emir perto de mim eu queria Emir abraçado comigo, rindo comigo, me consolando como ele sempre faz, me beijando me dando apoio, e até discutindo era algo que eu não podia controlar uma parte de mim a parte sonhadora insensata e inconsequente fantasiava um futuro ao lado de Emir o que era ridículo eu sei mas era o que eu sentia.

Mas agora esses sentimentos todos podiam ser deixados de lado, eu estava indo para Itália, correção eu estou em Itália dentro de um carro olhando em direção a janela e apreciando a fantástica arquitetura contemporânea desse pais as pessoas indo e vindo estava tudo fantástico e lindo, a companhia de Emir e a mão dele pousada sobre a minha, bem agora saindo da visão fantasiosa vamos ser mais realistas eu realmente estava sentada em um carro perto de Emir mas este estava longe de mim na outra ponta do carro eu mesma exigi essa distância depois que ele vendou os meus olhos com uma fita preta com cheiro de detergente segundo ele está era uma medida de segurança e todos passavam por ela ninguém estranho poderia sequer saber o caminho que dava para a cede da máfia.

Ouvi o carro parar o cheiro de Emir se tornou mais forte e senti a cadeira se afundar perto de mim eu estava com medo absorta em medo quando Emir retirou a venda de mim e vi pela janela uma casinha pequena com um jardim grande cheio de flores e algumas árvores, estávamos em uma comunidade humilde um subúrbio Sisíliano algumas crianças olhavam para o carro de vidros fumados admiradas olhei para trás e nenhum dos carros que nos escoltava estava presente provavelmente para não chamar ainda mais atenção.

Emir baixou o vidro apertou em algum lugar e uma placa de impressão digital surgiu e os portões da casa fofinha foram abertos era uma daquelas casas que nos lembrava uma velhinha doce e vaidosa, o cheiro de flores dominou o lugar aquele local era tranquilizante mas eu sabia que aquela beleza toda era apenas a porta do inferno algo grande estava escondido sobre o fundo dessa superfície humilde eu estava com medo eu queria gritar e sair correndo daqui antes que fosse tarde, sabia que no momento em que eu entrar por aquelas portas a minha vida estaria ligada para sempre a essa famiglia

Emir saiu do carro sem me dirigir nenhuma palavra, só percebi que era para sair quando Kemal abriu a porta do meu lado eu ainda observava tudo para sair do carro lá fora as crianças ainda observavam tudo com admiração tinha até os que apontavam quer para mim quer para o carro e sobre tudo para Emir que parecia já estar acostumado com isso quando a porta já estava aberta Emir acenou para as crianças lá fora que eufóricas acenaram de volta seria uma cena fofa se não fosse o facto de elas estarem assim encantadas com o mundo do crime e pior alguns dos adultos que observavam de longe não pareciam se importar.

_ A cosca. ouvi uma criança gritar antes de fecharem a porta da casa por dentro o mesmo ar aconchegante e bonito de casa de velhinha era observado segui Emir até a uma parede na cozinha e como se estivéssemos em um filme ou série de acção da parede surgiu a porta de um elevado aberto com a Íris de Emir, só tínhamos a opção descer e fomos até ao 5 andar.

_Aqui tem 7 andares perguntei espantada aquilo tudo parecia uma outra realidade.

_não é só uma medida de segurança se alguém selecionar o número errado fica preso aqui até que alguém permitido venha abrir por fora. Emir terminou de falar e a porta se abriu passamos por um curto corredor de paredes metálicas aquilo tudo era surreal de mais nós saímos de uma casa fofinha para um porão cheio de caixas de madeira subimos as escadas ficando numa casa cheia de homens de terno armados Emir passava por eles sem comprimentar e alguns deles ainda faziam reverências a ele que agora pegando na minha mão subiu outras escadas mas estás já eram luxuosas em um espaço grande cheio de quadros de fotografias nas paredes algumas delas bem antigas a casa era branca e bem decorada cheia de portas e com dois corredores enormes na parte de cima

A Única entre Quatro Onde histórias criam vida. Descubra agora