A Única entre Quatro

XLVIII

 Alguns anos atrás dois inimigos mortais foram sequestrados submetidos a vários meses de tortura, foi tanto, mais tanto tempo de busca que a certa altura os seus familiares já os tinham dado como mortos. Cada um governava uma da máfias mais temidas do mundo e precisaram ser substituídos pelos seus parentes mais próximo correspondendo assim com o sistema monarquico que regia as máfias do mundo, Juan Scuzziato irmão de Andras Scuzziato Brassane herdou a liderança da cosa nostra, e Serguei Kovar filho de Konstantine Kovar herdou a Bratva ficando assim no lugar do seu pai, Serguei cumpriu a sua tarefa com a bravura e competência de quem foi preparado durante anos para ocupar aquele posto foi tão bom no que fazia que logo ganhou o respeito não só dos membros da sua máfia como também das outras, a cosa nostra por sua vez estava ficando para trás estava perdendo o lugar de maior e melhor máfia do mundo, não por que Juan não era bom, na verdade ser bom era exatamente o seu defeito uma pessoa boa jamais conseguiria gerir uma máfia Juan era bom, era doce, e era piedoso uma pessoa com tais características não podia nem que quisesse cuidar de uma organização em que estes são os piores defeitos para um líder. Juan foi péssimo para a cosa nostra mas ótimo para a Bratva que foi ganhando cada vez mais prestígio no mundo do crime graças aos erros dele tão bom que quando Andras e Konstantine conseguiram se salvar e foram finalmemte dados como vivos, ao contrário de Andras  Konstantine não voltou a comandar a Bratva, apenas a auxiliar o seu filho, graças a esse auxilio uma aliança entre a grande máfia de Moscovo e a máfia siciliana foi feita, uma aliança que a princípio foi ótima, apesar de questionada por muitos, mas teve um fim trágico! tão trágico que Konstantine pagou com a própria vida e o filho perdeu o poder sobre a máfia para o seu primo Dimitri.
_E vocês estão aqui exatamente para me ajudar a recuperar o meu lugar.

_e Andras? Eu sei que Andras não ia simplesmente te ajudar, eu conheço ele_ dessa vez não foi Kayhana quem perguntou mas sim Giulia a pois ouvir Dimitri relatar toda essa história na primeira pessoa e em uma versão bem mais resumida mas esclarecedora

_parece que as meninas adoram uma historinha mesmo_ falou impaciente, estavam perdendo tempo e na verdade ele só estava contando aquela história toda por saber que precisava da confiança delas para que o plano desse certo_ por algum motivo que Andras nunca me quis contar Dimitri odeia Andras e para conseguir se livrar de Andras Dimitri está planeando um ataque para a cosa nostra, Andras não acredita muito nessa história de o melhor ataque é a defesa ele quer matar o mal pela raiz destruir todas as chances de Dimitri sequer conseguir coordenar um ataque a cosa nostra, e antes que a outra donzela pergunte é aí que você entra, parte do plano passa por conseguir tirar todo o dinheiro de Dimitri. quer das contas pessoais quer das contas da máfia queremos até tirar o dinheiro dos principais caporegimes da máfia e de alguns soldados e para isso precisamos não só de um hacker mas também desse micro-chip que esta no teu braço

_Kayhana olhou imediatamente para o seu braço vendo a ferida que estava começando a cicatrizar, levou a sua mão até ao local em que tinha uma pequena elevação e lá estava o chip, ela bem que estranhou não só o tamanho como também o facto de o chipe não ter se movido como devia acontecer mas estava com a cabeça tão entupida com tudo o que aconteceu com ela nos últimos dias que não conseguia para e focar nisso.

_você está dizendo que vocês e Andras armaram o sequestro de uma mulher inocente, tudo porque precisavam de um instrumento de carga_ Giulia perguntou indignada olhando para Kayhana que não abria a boca para dizer palavra nenhuma e nem esbouçava qualquer reação.

_por que motivo você não recebeu? Por quê que ele não te enviou seja lá o que for que está aí dentro por um email? Vocês tinham um monte de opções e envolver uma mulher inocente nisso é com certeza a ultima opção, olha para ela _berrou erguendo a mão para indicar Kayhana que agora tinha lágrimas nos olhos, sentia-se humilhada, a sua vida tinha mesmo esse valor? Era apenas uma peça no tabuleiro de xadrez de homens que não se importam com ninguém a não ser eles mesmos, no fundo quando foi envolvida nisso pensou que por algum motivo ela era especial tinha algo em especial que ela podia fazer por isso foi escolhida, mas não... era apenas um instrumento de carga e transporte, a sua vida a vida da sua família e de todos que ela amava ficou em risco porque eles precisavam que ela levasse um chip até eles, foi torturada tudo por eles terem preguiça de se levantar e ir buscar ou levar a porra de um chip

_você está ligada a essa realidade bem o suficiente para saber as coisas não funcionam assim, esse chip precisava chegar até esse lugar sem qualquer hipótese de acidentes, o chip implantado no corpo dela faz com que ela  funcione como uma antena de extração de dados, quando vocês foram submetidas ao choque eléctrico  o chip foi activo e através de um tecnologia instalada nele ele passou a receber todas as informações electrónicas em um raio de 16km, incluindo as dos telefones e computadores de Dimitri e de todos os outros membros da organização, incluindo os dos mais altos escalões da hierarquia que estavam em uma sala assistindo a vossa secção de tortura.
_Então as secções de choque eléctrico faziam parte do vosso plano?_ Giulia questionou em um ponto em que a sua repulsa e indignação não podiam mais ser escondidas

_ Sim_ talvez a forma como ele falou sem hesitar, sem culpa, o qualquer sentimento que expressasse o mau que estavam causando, fosse o mais nojento daquele relato, Andras era um monstro e ele também _ os chip não acúmula energia então ela precisava ficar submetida a corrente eléctrica por tempo o suficiente para extrair todos os dados mas a uma potência baixa para que este não fritasse dentro dela.

Nojo? Indignação? Raiva? A essa altura Kayhana não conseguia sentir mais nada, parece que essa verdade nem sequer descia, e sequer conseguiu ouvir quando Sergey continuou o relato sobre o plano que era de Andras, mas que ele amou executar.
_tudo seria mais simples se Dimitri Confiasse em mim, talvez tu nem sequer precisarias passar por isso, mas o desgraçado me odeia e só não me mata por que não pode,  sabem qual o motivo de ele me ter por perto?_olhou de uma a outra talvez a espera de uma responta que nunca chegou_ Manter o seu inimigo por perto_ voltou a olhar para elas dessa vez com um sorriso esquisito nos lábios, rosados e carnudos_ Eu só estou aqui porque o plano de sequestrar Kayhana foi meu mas mesmo tendo lhe dado um plano genial eu sou um suspeito por isso tenho homens me vigiando quase o tempo inteiro.

_por quê que tinha de ser ela? Vocês podiam ter mandado outra pessoa, alguma pessoa ligada a máfia, podia ter sido eu e não uma inocente_ Giulia perguntou ciente de que estava esgotando a paciência de Sergey.

_se fosse possível que qualquer outra pessoa fizesse isso então outra pessoa faria, ou você acha que eu gosto de lidar com mulher histérica ou que Andras está adorando manter Emir preso e sobre chantagem para impedi-lo de salvar Kayhana, e você _ deu uma volta de 360 graus a um ritmo lento acompanhada de um sorriso debochado_ você e eu sabemos que Andras morreria antes de deixar que alguém sequer ameace a tua segurança.

_eu não acreditava muito nisso pois se isso fosse verdade ele estaria aqui tentando me salvar e não observando de sangue frio homens como vocês dois me torturando da forma mais dolorosa possível.

_e é exatamente por isso que ele só saberá onde vocês estão depois de amanha quando o plano estiver concretizado, eu não posso arriscar que ele estrague tudo.

_então se prepara para ele te matar quando te encontrar, por que ele vai_ falou sendo calada ao ver Kayhana entrando no quarto, estranho dentro da parede sem dizer qualquer palavra ainda, Serguei a seguiu
Em um minutos estavam todos dentro do quarto, que não era nem um pouco grande, era um pouco maior que uma cabine telefónica era escuro, cheirava a mofo e a cerveja no chão tinha terra adornando um buraco aparentemente recém cavado, Giulia foi a primeira a obedecer a ordem dada por Serguei entrando dentro do escuro e meio apertado buraco, sendo seguida por Kayhana que se segura ao chão de barro para ter uma aterrissagem melhor que a de Giulia que caiu, ainda foi a tempo de ouvir o barulho de algum móvel sendo arrastado, o que devia ser Serguei voltando a fechar a entrada secreta, os pés de Kayhana doeram quando está chocou contra uma superfície rígida e robusta, o sítio era ainda mais mal cheiroso que o quarto tendo não o cheiro de mofo mas sim o cheiro a podre.