XLVII

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GV

_ krov' za krov (sangue por sangue)_ proferiu com os olhos vermelhos fixos nos meus os seus olhos para além de vermelhos estavam inchados e eu só rezava para que esse vermelho seja só das horas de sonos e não pela injeção de qualquer outra droga

O homem pegou na minha mão presa a cadeira pela algema, no mesmo momento eu fechei a minha mão ferindo o meu pulso com as algemas, mas o medo não me permitia sentir ou focar nisso, a mão do homem apertou a minha com brutalidade puxando os meus dedos para fora da minha fraca proteção, eu ainda lutava mesmo sabendo que não iria conseguir me soltar

Um sentimento esmagador de medo e ansiedade passou a tomar conta de todo o meu ser, eu sabia qual a intensidade da dor causada pela tortura com agulhas, sabia na teoria mas agora eu ia sentir na pele seria torturada da pior forma e não havia nada que eu podesse fazer para evitar, quando senti a ponta da agulha contraa pele da minha unha eu senti esse pânico crescer e quase me corroer

_aaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

Eu tentei comparar a intensidade dessa dor com as outras que eu já senti mas nada chegava perto, a medida que áquela agulha era enfiada entre a minha unha e a pele aquilo parecia doer ainda mais a dor era tão forte que não conseguia descrever, gritei tanto que fiquei sem fôlego o meu peito arfava e a dor não diminuia, não tive forças para encarar o homem, eu quis saber o que ele sentia qual o efeito dos meus gritos eda minha dor sobre ele mas ao mesmo tempo eu só queria que parasse aquilo doia tanto que eu me via procurando a inconsciência dentro de mim

_para eu vou fazer, para por favor só deixa ela em paz_ ouvi em algum lugar que não soube identificar o homem não parou ele continuou espetando a agulha em mim aquilo era doloroso de mais, seria mais fácil se eu conseguisse explicar a dor seela fosse descritível mas não era dentro do meu diciónario limitado não encontrava palavras que podiam ser utilisadas para descrever o que eu estava sentindo,_aaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhh_ gritei ainda mais de dor quando a agulha foi puxada de uma vez, mas depois respirei aliviada vendo as pequenas gotas de sangue que surgiram de algo que causou uma dor tão forte talvez uma das piores que eu já senti.

A agulha picou a ponta de outro dedo meu chorei antecedidamente, imaginando aquela dor horrível recomeçando

_ khvatit davay dadim im otdokhnut' ya dumayu my mozhem sdelat' eto segodnya ne Zayn (chega vamos deixar-las descansar acho que já conseguimos por hoje não é Zayn)_ valou com o telefone no ouvido mas com os olhos fixos no canto da parede onde uma câmera estava instalada, Dimitri caminhou até mim e voltou a segurar o meu rosto com o mesmo carinho de antes

_ Khorosho, moy chernyy angel, ty segodnya ochen' khorosho sebya vel, ty sil'naya zhenshchina (tudo bem meu anjo negro, você se portou muito bem hoje, é uma mulher forte)¬_ acho que nem ele mesmo se apercebeu que eu não entendia o que ele dizia, pareciam ser palavras de consolo da pessoa responsável por tudo aquilo _o homem que estava sentado a minha frente largou a agulha no chão e levantou mas não sem antes me olhar com uma expressão de você ainda não viu nada

Dimitri baixou o seu rosto até esta de frente ao meu, ele tinha uma perturbadora paz no olhar, limpou todas as lágrimas no meu rosto e deu beijos asquerosos na minha Buchecha, só agora eu olhei para Giulia, assustada pelo acto daquele homem mas com medo de mais para fazer qualquer coisa, eu não queria que aquela dor voltasse. A dor pareceu acordar Giulia que encarava Dimitri com todo o ódio do mundo

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_O pior não foi o frio, eu preferia que a minha pele continuasse fria como estava, preferia que os tremores continuassem que cada um dos meus músculos continuasse sendo contraídos, preferia até continuar com aquelas agulhas nos braços a ter de ouvir de novo o som dela gritando por ajuda _ Giulia tinha lágrimas caindo dos olhos pareciam tão frágil e abalada, ela me contava uma história mas parecia não estar falando para mim, parecia estar presa dentro das memórias por isso eu não perguntei nada quando ela parou de falar e ficou presa em alguma coisa dentro da mente dela

A Única entre Quatro Onde histórias criam vida. Descubra agora