Capítulo 17

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Manuella Williams

Acordo com o despertador tocando.

— Que Merda, eu tô cansada. — Digo p'ra mim mesma. — This is my moment...

Vou ao banheiro ao som de Ariana Grande que particularmente eu amo.

Depois de tomar um banho e estar devidamente vestida, pego minhas coisas e desço.

Das escadas ouço os berros estéticos da minha mãe, a Samira. Nós nunca fomos muito próximas ao menos nos falamos apesar de viver na mesma casa, Deus que me perdoe mas minha mãe é muito fútil.

— Alexandre você não entende! Aquela sua secretária metida não me deixou entrar em sua sala alegando que você estava em reunião. Ela chamou a segurança e me tirou como se eu não fosse a dona daquilo! — Tive vontade de rir mas me segurei e revirei os olhos. — Eu exijo a demissão daquela cascavel de meia categoria!

Minha mãe sempre deixava claro que a empresa do meu pai é dela o que é uma mentira absurda, meus pais se casaram em separação de bens e a empresa foi constituída com o esforço do meu pai e só.

— Eu vejo o que faço, meu bem. — Minha mãe não fica satisfeita com a resposta do meu pai mas cala-se. — Bom dia, meu amor. — Papai beija o topo da minha cabeça.

— Oi papai. — O abraço e ele vai embora.

Tento sair antes que minha mãe me note mas falho na minha missão.

— Não vai me dar bom dia, Manuella? — Antes mesmo que eu abra a boca ela já começa com a rotina de sempre. — Que roupas são essas, Manuella? Onde estão os vestidos e saltos que eu te comprei?

Me viro para a olhar. — São as minhas roupas e eu não gosto nem de vestidos nem de saltos.

Ela dá alguns passos em frente fazendo barulho com o salto agulha que usa.

— E o que prefere usar? Essas roupas de mendigo?! Dá-se mesmo para ver que não tem classe nenhuma, além de ser feia e insignificante. Uma idiota sem gosto para a moda. — Ela me dá as costas me deixando mais uma vez sem acreditar que eu há alguns anos estava em seu ventre.

Ela sempre faz isso, me diminui sempre que pode. Em criança ela me obrigava a usar vestidos o que passei a odiar por causa dela! É difícil conviver com minha mãe, parece que ela não gosta de mim pelo simples facto de eu ter nascido. Aliás, ela não gosta de mim.

As palavras dela já afectaram muito a minha auto estima mas agora não me importo, eu sou bonita do jeito que sou e ninguém deve se intrometer em como me visto.

Vou para o colégio a pé mesmo já que é perto, minha mãe nunca deixaria eu andar a pé para o colégio. Não porque se preocupa comigo mas por causa da sua reputação, suas amigas riquinhas e a sociedade não podem saber que a filha de Samira Williams anda a pé.

No colégio tudo corre normalmente, garotas ricas querendo bancar as rainhas, rapazes play boys fumando e levando advertências para suas colecções, atletas treinando em suas equipes, nerds na biblioteca estudando, o clube de pintura pintando o muro da escola... Um dia normal.

A Bia convidou eu e a Lani para um dia de amigas na piscina. Posso dizer que ter mandado aquele DM para a Bia no Instagram foi uma das melhores coisas que alguma vez fiz. Ganhei duas melhores amigas pelo preço de uma!

Chego na casa da Bia e encontro ela e a Lani conversando na borda da piscina.

— Achei que não vinha mais, já ía te ligar exigindo que viesse á todo o custo. — Bia fala enquanto tiro o vestido ficando de fato de banho.

— E ela ía perder um dia de relaxamento? — Lani sorri.

— Claro que não. — Entro na piscina com o cabelo solto mesmo, vai molhar de qualquer jeito.

— Tava aqui pensando com a Lani se eu compro um cão ou um gato de pelúcia. — Bia diz-me. Ela tem uma colecção de bonecos de pelúcia.

— Eu prefiro o cão, são tão fofos. — Dou a minha opinião.

— Tá aí! Ela também concordou. Os cães são muito mais fofos do que os gatos. — Lani pega um copo de sumo e me entrega.

Lani odeia gatos, ela contou que na infância dela a mãe dela tinha um gato. O gato arranhou os lençóis da cama da Lani, estragou suas roupas em seu closet e fez côco em sua penteadeira. Á partir daí ela passou a odiar os felinos.

— Mas os gatos são inteligentes. — Bia chupa o seu sumo pela palhinha.

— Desculpa que no quesito inteligência os cães ganhou. Na inteligência e fofura. — Lani defende.

— Eu tenho que descordar. — Bia volta a falar.

— Os gatos são muito cínicos em primeiro lugar, Bia.

— Os cães mordem, Lani.

— Os gatos arranham.

— Os cães tem raiva.

— Os gatos tem falsidade.

E foi aí que começou uma discussão sobre cães e gatos, eu metia lenha na fogueira não apoiando nem uma e nem outra. Eu ri bastante mesmo.

Paro de rir assim que vejo a figura de Matt adentrar na área da piscina, em seu terno Armani sob medida. Subo um pouco o olhar até parar em sua boca onde olho por vários minutos.

— Oi meu padrinho gostoso! — Lani foi a primeira a falar recebendo um tapa estalado no braço por parte da Bia.

— Você que deixe de se assanhar para o lado do meu pai. — Bia diz para a Lani. — Oi pai.

— Oi. — Ele sorri para a filha enquanto eu ainda estou com os olhos em sua boca.

— Matt porque não vêm mergulhar um pouco seria tão interessante ver você sem rou... Quer dizer, nadando. — Lani diz como sempre assanhada.

Um dia já a perguntei se ela gosta do Padrinho mas ela só faz isso mesmo para o atormentar e porque ele é gostoso, palavras dela que não descordo.

— Eu ainda te inscrevo em um seminário de padres, Papai. Á ver se assim algumas largam do seu pé. — Bia olha de lado para Lani que revira os olhos com um sorriso no rosto e Matt ri

— Não vai ser possível, afilhada. Eu tenho assuntos a resolver. — Matt olha directamente para mim me pegando no flagra em minha observação de seus lábios. Seus olhos claros fixam-se em mim de modo intenso, logo sinto minhas bochechas quentes de vergonha.

Minha respiração acelera aos poucos, tento controlar as batidas frenéticas do meu coração o que parece ser impossível.

— Quando ao sancerdotismo, — Matt fala ainda olhando para mim. — tenho certeza que não é para mim. — Matt pisca para mim de um modo sexy e vai embora sem dizer mais nada. Meu queixo cai como se fosse pesado demais para suportar.

— Mas que raio? — Bia pergunta boquiaberta.

— O. Que. Foi. Isso. América? — Lani pergunta como eu, de queixo caído. — Matthews piscou para você? Jesus vou desmaiar.

— Ele é louco! — É o que consego dizer, um sorriso nasce em meus lábios ao perceber o que aconteceu.

— Meu pai bebeu!

— Ele quer é beber de uma boa morena. Quê isso! — Lani ri.

— Definitivamente tenho que colocar meu pai no manicómio, virou bad boy aos cinquenta! — Bia finge um desmaio e fica flutuando na água de barriga para cima.

— Seu pai tem trinta! — Defendo.

— Tanto faz. — Bia ri e eu também juntamente com Lani, o motivo dos nossos risos eu não sabia eu só sabia dizer que com certeza isso foi um sonho. E foi o melhor de todos.

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Depois do amor Nada importaOnde histórias criam vida. Descubra agora