Capítulo 28

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Bianca Halter

Acordo com a coluna quebrada, porque dormi no sofá. Vou directamente ao banheiro, faço as minhas higienes matinais e me visto depois.

Vou até a cozinha e quando chego, vejo meu pai tomando o seu café matinal, dou meia volta para não falar com ele mas paro assim que ele me chama.

— Bianca. — Sou obrigada a voltar. — Você está fugindo de mim?

— Como assim, pai? Claro que não. — Minto para não dizer o motivo de eu estar o evitando.

Ontem quando voltei, o vi sentado na sala de estar, então entrei pelos fundos da casa só para não cruzar-me com ele. Desde que vi ele e a madrinha no escritório não consigo deixar de pensar nisso e falar com o neu pai só vai piorar.

— Está bem. — Meu pai diz calmo, ao que parece acreditou na minha mentira. Menos mal.

— Então... Eu, preciso...

— Bibi, fala a verdade. Se você quiser me convencer, da próxima vez arranja uma mentira mais coerente. 

Puta que pariu! Me fodi.

— Pai e-eu... — Suspiro sem saída. — Eu vi você e a madrinha no escritório, ontem.

Meu pai engasga com o café e fica vermelho de tanto tossir, eu corro até ele e dou tapas em suas costas antes que ele tenha um infarte.

— O que você viu? — Pergunta depois de se recompor.

— Sabe, você e a madrinha se agarrando como dois coelhos, quase transando em sua mesa de escritório.

— Bianca! — Me repreende.

— O que foi, pai?

Mas não foi ele que me perguntou o que eu vi?

Meu pai suspira, com certeza procurando uma justificativa para o pornô que eu vi.

— Bibi, eu e sua madrinha... Bem, nos últimos dias a Paola ficou preocupa com a Lani e com a questão do pai dela, nós começamos a passar mais tempo juntos, por isso e uma coisa levou a outra.  Mas nós não temos... Quer dizer, não ficamos... — Se perde nas palavras e eu fico o olhando, como se ele fosse o meu filho e eu a mãe dele. Virei a mãe do meu pai!

Isso não tem justificativa! Aposto que eles estão transando sem compromisso.

— Tudo bem pai, vocês estão tendo uma amizade colorida, eu entendo. — Sorrio fraco mas não me aguento e falo em seguida. — Não, eu não entendo. Pai, eu não entendo você, eu nunca imaginei que você iria beijar a minha melhor amiga e muito menos ficar aos amassos com a minha madrinha em uma mesa de escritório!

Gesticulo com as mãos enquanto falo e respiro fundo acalmando as batidas do meu coração.

— Pai, eu estou confusa. Sabe, apesar de você ser um óptimo pai eu ainda sinto falta da minha mãe, sinto muita. As vezes quero simplismente ouvir um " boa noite " ou um " te amo " da parte dela mas não posso porque ela não está aqui, nunca esteve, eu não a conheci e isso magoa muito. — Limpo as lágrimas que molham meu rosto. — Não me entenda mal, pai, eu não quero empatar sua vida mas você não fala comigo, poxa! Eu não sei o que você quer, o que você sente, não sei porque você não fala comigo, você não confia em mim, pai.

Depois do amor Nada importaOnde histórias criam vida. Descubra agora