Sem te perder.

Não quero conversar

Os dias se arrastaram. E todos eles eu evitei esbarrar com os serpentes.

Eles sempre me olhavam com um olhar de pena. E eu não queria esse olhar.

Eu ainda trabalhava no bar do lado do Sul, que tinha sido reinaugurado e agora estava mais cheio que de costume.

Todos iam lá. Serpentes, Canibais e os do lado norte. Até uma nova gangue estava aparecendo por lá, ela se chama Gárgula. É estranho, eu sei.

-Não para. -Cheryl fala comigo ao perceber que eu estava parando de mexer a panela. -Vai queimar a calda.

-Está bem, calma. -Digo voltando a mexer o doce na panela. -Não vai queimar.

-Sr não prestar atenção vai sim. -Ela olha o bolo no forno e resolve tirar o mesmo de lá, alegando que já estava bom. -Pode desligar agora. Vou despejar por cima.

-Acho que antes você fura o bolo para a calda entrar nele. -Digo e ela começa a furar. Era tão fofo ver ela cozinhando. Pego a panela de calda de chocolate por cima.

-Parece estar bom. -Ela joga granulado colorido por cima e sorri com sua obra de arte final. Eu abraço ela e sem que a mesma veja, passo o dedo no chocolate e depois em seu nariz.

Ela me olha indignada e passa o pano de prato para poder limpar. Seu olhar foi se tornando de vingança e eu começo a correr. Mas antes de sair da cozinha sou atingida por um punhado de farinha de trigo. Nas costas.

Aquilo tinha feito uma nuvem de fumaça por toda a cozinha. Ela sufocou e eu também estava. Não enxergava e não estava respirando por ter entrado no meu nariz.

Comecei a tossir feito louca e ela veio pro meu lado com um copo de água. O tomei rapidamente e quando entreguei o copo ela passou a mão suja por todo meu rosto. Percebi ser de chocolate quando senti o gosto em minha boca.

Ela estava rindo quando deixou o copo sobre a mesa e saiu correndo. Eu fui atrás, óbvio.

Eu não estava irritada. Eu estava feliz. Feliz por termos momentos nosso, que ninguém atrapalhava.

Cedo demais para dizer. A campainha tocou e eu parei na metade da escada. Bufei e desci para poder atender.

Dei de cara com um FP vestido de policial. Que irônico um antigo chefe de gangue ser um policial.

-Eu, nao, nós precisamos conversar, Toni. -Ele comenta e mexe na borda do chapéu que estava em sua mão.

-Não quero compensar FP. Eu não sou uma serpente mais assim como você não é também. -Digo e ouço Cheryl descer as escadas. Ela ficou nos olhando, parada no último degrau. Não disse nada.

-Mas eu quero me desculpar. O Jug não fez por mal. -Ele diz de forma defensiva.

-Não importa, FP. Eu fui expulsa da gangue. -Digo e começo a fechar a porta. -E por mais que ele venha se desculpar, pessoalmente, eu não vou perdoar a merda que seu filho fez comigo.

Fecho a porta em sua cara e me escoro nela. Fecho os olhos e suspiro pesadamente. As coisas não estavam ficando fácil.

-Eu sinto muito. -Cheryl diz e eu olho para ela. -Vamos comer. Estou com fome.

Ela me puxa pela mão, me arrastando até a cozinha. Pegou os pratos enquanto eu pegava os talheres dento da gaveta.

O bolo estava uma delícia. Fofinho por dentro, com uma camada crocante por fora e a calda de chocolate escorria pelo mesmo de forma sensual. Sim, loucura. Mas estava bom.

Perdemos as contas de quantos pedaços comemos. Mas modéstia parte, éramos ótimas cozinheiras e merecíamos comer. Cheryl e eu estávamos de folga naquela dia. Só tínhamos ido a escola.

-Não sei o que podemos fazer o resto do dia. -Comento levando os pratos para a pia e vendo a Cher guardar o restando do bolo.

-Eu só sei que vamos tomar um banho. -Ela comenta e me abraça. -Mas também temos de limpar essa bagunça.

Olhei para trás e vi que a cozinha estava roda cheia de farinha. Fiz uma careta e peguei um pouco da mesma em cima da bancada e taquei nela.

Fui rapidamente para a lavanderia e peguei as vassouras e panos para podermos limpar a cozinha.

-Eu só devolvi o que fez em mim. -Volto para a cozinha apontando para meu estado, que deveria estar branco fo ataque anterior. Ela ria e acabamos por limpar tudo bem rápido.

-Agora vai tomar banho que você tá toda suja. -Ela diz e me empurra escada acima e depois me empurra para o banheiro.

Rio de seu esforço e antes que ela saia eu puxo ela pelo pulso e colo minha boca na sua.

Cheryl se assustou no início mas logo corresponde. O beijo foi aumentando de intensidade e ali havia muito mais sentimentos do que um simples beijo. Havia amor, paixão, luxúria, brigávamos pelo domínio, que ela acabou cedendo.

Minhas mãos, que estavam em sua cintura, escorregam para sua bunda e apertam a carne macia do local. Ela geme sobre minha boca e eu aproveito para poder fazer com que ela sente na bancada da pia.

Minhas mãos voltam para a sua cintura enquanto as delas está sobre minha nuca e ombros, arranhando e apertando o local.

No meio do beijo, ela decide que queria me provocar. Me empurrou e tirou a blusa, revelando um sutiã rendado da cor rosa bebê. Volto a ficar entre suas pernas e ataco seu pescoço. Eu era louca por aquela mulher.

-Eu não queria que isso acabasse. -Ela diz enquanto segura meus cabelos com firmeza. -Mas você tem de tomar banho.

-E você não quer vir comigo? -Pergunto perto de seu ouvido e sugo o lóbulo de sua orelha.

-Não posso. -Ela me empurra um pouco e desce da bancada. -Eu estou naqueles dias.

Olho para ela, atônita e pisco algumas vezes para poder me recuperar.

Claro que nos mulheres temos esses dias, mas por que ela não disse antes? Agora que está ali, frustrada e excitada.

Ela estava rindo da minha cara que era de derrota, com toda certeza.

-Eu vou tomar um banho gelado. -Empurro ela para fora do banheiro. -Por culpa sua.

Fecho a porta ouvindo sua risada.

Essa minha nova vida era a melhor coisa que poderia estar acontecendo.

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Eu só quero dizer que eu não tô bem depois do 3x12.

Então eu deixo esse capítulo com vocês.

Espero que gostem da atualização dupla.

Amanhã tem outro, mas não será dupla.

VOTEM E COMENTEM.

Eu tô chorando depois desse episódio, real.

Beijos bb's lindos do meu coração.