Eu? Sua filha?

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Uma semana se passou desde a visita de meu pai. Eu tinha realmente me assustado ao ver Clifford Blossom parado em minha sala.

Mas ele foi gentil e me pediu desculpas por tudo de ruim que já tinha feito. Ele até tinha me dito que gostava de me ver junto de Toni, o que me deixou com receio de que ele fosse dizer algo ruim depois. Mas não veio. 

-Esse filme tá chato. -Escuto Tee-Tee dizer. 

-"Para Todos Os garotos Que Já Amei" não é chato. Chata é essa sua mania de ver tudo que é romântico e achar ruim. -Digo e pauso o filme. 

-Eu acho chato. E cliché também. A única coisa romântica que gosto é nosso relacionamento. -Ela diz e abraça minha cintura e coloca a cabeça na curva de meu pescoço.

-Que coisa fofa. Minha namorada é caidinha por mim. -Digo rindo e ela faz uma cara de emburrada. -Eu te amo tanto, meu amor. 

Ela beija meus lábios e eu coloco minha mão em sua cintura e com a outra, devagar e de forma delicada, empurro seu ombro para que ela deitasse no sofá. Aprofundo o beijo. 

Senti o sabor de sua língua, de encontro a minha, era o melhor gosto que poderia existir na face da Terra. 

Ela era a melhor coisa na face da Terra. E eu estava tão grata por isso.

E eu mataria a pessoa que estava tocando a campainha neste exato momento. 

-Eu vou lá atender. -Toni sai debaixo de mim, me deixando frustada e com raiva, jogada no sofá de qualquer jeito. Ouço ela abrir a porta e enterro minha cabeça sobre os travesseiros e cobertas espalhados por ali. -Olá, senhor Blossom. 

-Olá, Topaz. Posso entrar? -Ouço Toni concordar e fechar a porta. Meu pai aqui? O que ele quer?

-O que posso ajudar? Para sair de casa e vir até aqui, coisa boa não é. -Me levanto do sofá e ajeito minhas roupas. 

-É bom te ver também, filha. Como está? Espero que bem. -Ele diz de forma sarcástica e retira o blazer que usava e o pendura no encosto da cadeira. -Bom, vejo que estão se divertindo, então serei breve.

Ele se referiu ao fato da sala estar toda bagunçada e a televisão ligada. Reviro os olhos e olha para a figura do meu pai, que agora tinha um envelope em suas mãos. 

-Sobre o que se trata essa conversa? -Pergunto e puxo Toni para meu lado, já que ela ainda continuava parada próximo a poltrona. 

-Lembram quando eu vim aqui? Então, você me mostrou sua casa. -Ele estava enrolando e eu estava ficando com raiva. Soltei o ar de meus pulmões e ele limpou a garganta. -No seu quarto, o qual compartilha com a Antoinette, peguei um fio de cabelo na cama.

-Por que? -Tee-Tee perguntou e eu me sentei. Essa história estava muito estranha.

-Topaz, eu conheci sua mãe ainda na escola. Estudávamos juntos. -Ele cruza os braços e o envelope que estava em sua mão faz barulho. -Eu me apaixonei por ela e aquele jeito Serpente e livre que tinha. Sabia que era um problema para mim, mas eu não pude evitar. 

-Mas a sua esposa? Ela ... -Toni estava sem ter o que dizer. E eu começava a entender o porque.

-Meu irmão estava sendo preparado na época e Penélope se casaria com ele. Eu me apaixonei pela sua mãe e o inevitável aconteceu. Mas logo depois ela foi embora, acho que porque tinha brigado com o seu pai. Ou a pessoa que ela imaginava ser seu pai. 

-Você está dizendo o que eu estou pensando? É sério isso? -Eu me levanto indignada. Toni estava pálida, não sei como, mas eu não me importei. Eu estava com raiva. Justo quando eu estava feliz?

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