-Eu quero sair daqui, Toni. -Cheryl diz com a voz manhosa. Ela havia acordado pela manhã e já queria sair do hospital.
-Ainda não ganhou alta, amor. Calma. -Sorrio pelo bico que ela fez e lhe dou um selinho.
-Então me distraia. -Ela se ajeita na cama e eu me sento na poltrona.
-Com o que? -Olho de forma interrogativa.
-Conta o que aconteceu depois do acidente. Enquanto eu estava dormindo. -Ela fala com um pouco de empolgação.
-Os meninos vieram ver você. A Verônica trouxe roupas e a Betty estava com a mãe. -Digo enquanto me lembrava. -A médica não queria dizer nada enquanto não tivesse algum responsável, então a Alice ficou como sua responsável. Até sua mãe chegar fazendo escândalo.
-Ninha mãe esteve aqui? -Ela pergunta e faz uma careta.
-Sim, esteve, e ainda me bateu. -Ela arregala os olhos.
-Ela não tinha esse direito.
-Relaxa. Eu ia dar na cara dela também, mas a Verônica me segurou. -Digo ouvindo a risada dela. -Mas eu estive na mansão depois.
-Você foi lá? Por que? -Ela questiona sem acreditar.
-Fui conversar com sua mãe. -Dou de ombros como se não fosse nada. -Ela precisa saber que não vai me separar de você. E sua avó está do nosso lado e deu uma lavada de cara nela. Disse que era para ela ficar quieta e que não tinha nenhum poder dentro da casa, que enquanto ela estivesse viva iria fazer de tudo para seu bem e tal.
-Minha avó é incrível. -Seu sorriso era evidente.
-Sim. E também assusta. -Ela tinha uma expressão de questionamento. -Qual é? Aquele olhar, mesmo já quase sem enxergar nada, da medo. Ela parece olhar dentro da nossa alma.
-Verdade. A nana é uma idosa peculiar. E eu amo ela. -A doutora entra no quarto logo depois da fala de Cheryl.
-Pronta para ir para casa? -Ela pergunta depois de levantar seu olhar para nós duas.
-Desde que acordei. -Cheryl diz com empolgação.
-Então está bem. Só tem as recomendações. Sem esforço, e tomar cuidado. -Diz e anota algo em sua prancheta e entrega um papel para mim. -Esses são os remédios para tratar do corte e caso ela sinta dores de cabeça. Fora isso, já pode ir para casa, e se aqueça, é importante.
Terminou e logo saiu da sala. Aquela doutora era bem fria. Dava até medo de tentar conversar com ela. Aquele ar de superioridade, os olhos puxados, indicando que vinha de uma família oriental, o jeito de falar era simples, porém firme.
-Qual é o nome da médica? -Cheryl pergunta me tirando de meus pensamentos. Olho para a folga a procura do nome. Nem eu mesma sabia.
-Doutora Cristina Yang. -Digo de forma pausada. -Com certeza a família dela veio do Japão.
-Não, ela não é japonesa não. -Cheryl diz e se levanta com cuidado. Vou para seu lado para ajudar que ela vá ao banheiro se trocar. Entrego as roupas secas a ela e a mesma fecha a porta.
-Não sei como pode saber disso. Já viu aqueles olhos? -Pergunto me sentando na ponta da cama.
-Tem meios de diferenciar as pessoas orientais. E ela não é do Japão. -Ela logo sai do banheiro devidamente vestida. -Era é coreana.
-Como você sabe disso? -Pergunto de forma curiosa. Logo ela segura minha mão.
-Como eu disse, tem formas de saber, a fisionomia é diferente, os olhos são diferentes. -Ela sorri. -Até o sobrenome diz isso.
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Fiksi PenggemarUma garota ruiva e rica. Tinha toda a escola sobre sua mão pálida e macia. Outra pobre e de cabelos cor de rosa. Que apenas queria cuidar de sua mãe e ser esquecida pelos demais alunos ricos do lado norte. O destino gosta de brincar com corações e...