O Secretário

Prólogo

Aquele maldito sininho que fazia "prin prin prin'' já estava me tirando sério. Joguei o braço para o outro lado da cama e peguei o travesseiro que estava ali o colocando em cima da minha cabeça em uma tentativa falha de diminuir aquele maldito som do despertador que devia pertencer a minha vó.

Bufei tentando encontrar aquele relógio em cima da minha mesinha, porque infelizmente o único jeito de fazer essa coisa parar era parando a corda, sim isso é um relógio de corda. O objeto de metal gelado entrou em contato com minha mão e assim que eu o peguei o parei no mesmo momento e enfim o barulho do despertador deixou o quarto e apenas o famoso tic tac do ponteiro permaneceu.

Vamos Louis você precisa acordar

Aquela era a voz interior que me mantinha na linha, e a voz que me forçava a levantar todos os dias às 5 da manhã para poder trabalhar. Joguei o travesseiro para o lado e levei a coberta junto com ele. Meus olhos finalmente se abriram e logo encontraram o teto do quarto escuro.

Levantei-me colocando meus pés em cima do chinelo que deixava ao lado da cama. Coçando os olhos fui até as janelas e abri as cortinas azuis revelando um belo dia em Londres. Como era de madrugada o sol ainda não estava aparente, mas devido a claridade eu podia saber que o dia seria ensolarado. Talvez seja um bom sinal, dias de sol em Londres são raros, quem sabe algo bom não aconteça.

Com esse pensamento um sorriso se brotou em meus lábios enquanto caminhava para o pequeno banheiro do meu apartamento, não podia me atrasar. Meu apartamento fica em uma área simples da classe média de Londres e há alguns meses comecei a trabalhar em uma das maiores empresas de Londres, o problema é que a cede dela fica em Central London, ou seja, 1 hora e meia daqui, como saio daqui as seis às vezes até seis e vinte chego à empresa meia hora antes do meu horário.

Desliguei o registro e me enrolei na toalha pendurada no box do banheiro. Sai do quadrado de vidro transparente e peguei o roupão vermelho que estava pendurado no gancho na parede. Troquei a toalha pelo roupão e usei a mesma para tirar o excesso de água do meu cabelo. Assim que parei de sentir a água escorrer do meu cabelo deixei a toalha envolta do meu pescoço e sai do banheiro deixando o vapor invadir meu quarto.

Como eu tinha usado o final de semana para arrumar meu guarda roupa, rapidamente meus olhos encontraram as duas peças de roupas que eu usaria hoje. Uma calça preta que ficava certinha em minhas pernas, grudada em meu corpo e eu adorava isso; uma camisa com listras azuis e brancas de mangas longas, porque agora estava um pouco frio mas conforme a tarde fosse chegando eu poderia levantar as mangas para adaptá-la ao calor.

Vesti as peças e sentei na cama puxando meu vans preto de debaixo da mesma, os vesti rapidamente e joguei a toalha em volta do meu pescoço na cama. Passei a mão em meu cabelo os penteando para o lado e então pude deixar o quarto e caminhar para a pequena cozinha do local.

Bati os olhos no relógio na parede e pude ver que já eram 5:35. Ótimo dá tempo para um café rápido.

Coloquei água na leiteira e a deixei fervendo enquanto pegava a garrafa térmica e a preparava para receber o liquido quente que estava por vir. Açúcar, filtro e o pó de café. Deixei tudo preparado para quando a água estivesse fervente. Coloquei dois pães na torradeira e fui até a geladeira a procura de geleia, assim que a encontrei ouvi o famoso borbulhar da água.

Deixei o pote de vidro em cima do balcão e desliguei o fogão pegando a leiteira e jogando a água no pó que estava no filtro. Aos poucos a água desci enquanto eu me preparava para tirar a torrada da maquina que já tinha apitado.

Coloquei o café em um copo descartável e peguei as duas torradas. Fui até a sala e encontrei minha bolsa fichário, joguei-a no ombro e comecei a comer a torrada enquanto ia a procura das chaves para abrir a porta. As mesmas se encontravam em cima de um vaso de flor.