O Secretário

Propostas

Como eu imaginava a casa de Anne era enorme, digna de uma empresária de sucesso como ela. Assim que chegamos ela liberou o motorista e me guiou pelo jardim da casa. Os empregados olhavam para mim de um modo estranho.

— Bom Louis vamos nos sentar aqui e eu vou pedir para prepararem nosso almoço – ela disse enquanto apontava para a mesa de jantar que ficava no jardim – Tem preferencia? – ela perguntou e eu neguei – já volto sinta-se a vontade.

Ela se virou caminhando para a grande porta de vidro que levava para dentro da casa. Resolvi esperar ela para me sentar, então comecei a caminhar de um lado para o outro devagar enquanto observava o jardim calmamente. Haviam roseiras de várias cores no jardim perto da mesa de vidro com pernas brancas limpíssimas.

Uma pequena ponte sobre um pequeno lago com arvores de várias espécies envolta, grama baixa e bem aparada, um lugar maravilhoso para passar o dia, a tarde, enfim para passar a vida. Comecei a olhar a casa quando senti o olhar de alguém pesar em cima de mim.

Meus olhos foram para a porta de vidro procurando por Anne, assim que não a achei passei os olhos pelas grandes janelas da casa, primeiro no primeiro andar, e claro que não encontrei ninguém, meus olhos se fixaram na janela do segundo andar, onde encontrei um garoto parado na janela.

Assim que me viu um sorriso de lado se estampou em seu rosto me mostrando suas fundas covinhas, seus olhos verdes estavam duvidosos e ele se encontrava sentado em uma poltrona com um notebook apoiado em seu colo. Acenei com a cabeça ainda meio tímido e o vi acenar de volta se levantando.

— Louis! – Anne me chamou enquanto se sentava na mesa.

— Oh, desculpe – sorri caminhando até ela. — Você tem um jardim muito bonito Senhorita Cox – comentei enquanto me sentava na cadeira a sua frente.

— Obrigada, ele é meu xodó – ela brincou colocando um guardanapo em seu colo – não sabia que era do tipo amante de flores – ela sorriu ao me ver imitar seu movimento.

— Bom, gosto de lugares tranquilos e eu acho que as flores me passam essa sensação – expliquei a vendo assentir.

— Senhora, o almoço está pronto – uma garota na casa dos 20 anos, loira dos olhos castanhos apareceu vestida com um típico uniforme de empregada – Posso servir? — Eu nem tinha notado quanto tempo havia se passado. Que horas era? 11:00? 12:00?

— Por favor – Anne sorriu e logo dois homens em seus ternos impecáveis chegaram com duas bandejas, pousaram uma na minha frente e a outra na frente de Anne – Obrigado, podem se retirar – Anne pediu sorrindo.

Olhei pela primeira vez para a bandeja em minha frente. Havia um prato com macarrão ao molho branco, um garfo e uma colher, uma taça com vinho e um pequeno prato com salada.

— Vamos comer? – ela perguntou e eu assenti pegando o garfo e a colher para pegar o macarrão – Louis? –  me chamou assim que coloquei o macarrão na boca.

— Hum ? – arqueei as sobrancelhas engolindo o macarrão na hora.

— Podemos falar sobre o meu pedido? –perguntou e eu assenti limpando minha boca no guardanapo que estava sobre meu colo.

— Claro, afinal é pra isso que estamos aqui – peguei a taça de vinho e dei um pequeno gole no liquido.

— Bom primeiro, se você não aceitar eu vou entender totalmente porque isso que vou te pedir pode parecer meio estranho. – ela começou, atiçando mais minha curiosidade.

— Está me deixando curioso Anne, seria bom se você falasse rápido –brinquei e a vi gargalhar.

— Maldade a minha não é? – ela perguntou e eu assenti.